É um blog bem eclético - como seu editor - onde a História manda, tanto a História acadêmica, quanto as Histórias em Quadrinhos. Isso acontece devido eu ser tanto um professor de História, quanto também cartunista e escritor? Talvez... E mil e outras tantas possibilidades!...
sexta-feira, 27 de novembro de 2015
quarta-feira, 25 de novembro de 2015
quarta-feira, 18 de novembro de 2015
Revoluções Pelos Milênios
Quero mostrar nesse artigo o conceito de Revolução, bem como demonstrar como algumas das revoluções nos influenciaram tanto - mudando totalmente (como deve ser uma revolução), o nosso modo de pensar e agir - algumas nuances da vida de todos nós, seres humanos que somos.
À princípio devemos nos ater ao que é, exatamente, uma revolução. Este termo foi tirado da ciência da Astronomia, sendo que, para esta, revolução é algo relacionado aos movimentos que um determinado astro faz no firmamento e de como ele evolui no caminho que perfaz por toda a sua órbita.
Porém, foi da transposição e posterior utilização desse termo em outras ciências, tais como na História e na Sociologia, que está, atualmente, o nosso maior entendimento do termo. Assim sendo, para as ciências logo anteriormente citadas, a definição de revolução é:
Todo e qualquer tipo de alteração violenta nas instituições políticas de uma nação, alcançada através de rebelião ou motim. É também uma mudança radical dentro de uma sociedade, ocorrida a nível político, econômico, cultural e social, onde é estabelecida uma nova ordem, instituída pelas forças políticas e sociais vencedoras.
São várias as revoluções primordiais ocorridas na história da humanidade. Dentre elas, enumerei cinco das que considero mais importantes, como verão abaixo:
1.) Revolução Agrícola (ocorrida há mais ou menos 6.000 a.C., provavelmente na região da Mesopotâmia)
É a primeira grande revolução da História e foi, possivelmente, a mais simples de acontecer. Ela se deu de uma forma inusitada pois é bem provável que tenha sido obra do acaso, já que alguém, ao separar sementes conseguidas em uma coleta de grãos, deixou algumas caírem ao solo e, depois de alguns dias, notou que as mesmas haviam germinado. Com isso, acabou atinando pro fato de que poderiam separar algumas das sementes colhidas para plantá-las próximo a suas casas, não mais necessitando somente das coletas para consegui-las. O que hoje nos soa como algo óbvio pode ter sido, para estes agricultores de "primeira viagem", como uma coisa no mínimo difícil de demonstrar, sendo que deve ter havido uma certa resistência dos defensores de se continuar com o que já ocorria (ou seja, a simples coleta). Dessa diferença entre os que queriam continuar com a caça e a coleta (mantendo-se, assim, nômades), e os que abraçaram a insipiente agricultura (tornando-se, dessa forma, sedentários), veio a evolução que nos trouxe aos dias de hoje, sendo o principal subproduto disso o nascimento das cidades.
2.) Revolução Industrial (iniciou-se na segunda metade do século XVIII, na Inglaterra, vindo até os nossos dias)
Isso ocorreu devido ser essa a nação que então detinha todas as condições para dar este passo rumo à industrialização, já que tinha o governo mais estável da Europa de então (em muito devido a uma outra revolução, sendo está a Revolução Gloriosa, que principiou em 1688 e que conseguiu que a Monarquia Absolutista inglesa jurasse obediência à uma Constituição, tornando-se assim uma Monarquia Constitucional, das primeiras da Europa). A Revolução Industrial fez com que se mudasse a maneira como produziríamos bens desde então. Ela pode ser dividida em 5 partes, como segue: a Primeira Revolução Industrial (cujo carro-chefe foi o carvão), a Segunda Revolução Industrial (com a eletricidade), a Terceira Revolução Industrial (a do petróleo), a Quarta Revolução Industrial (sendo esta a do computador, onde ainda estamos), e a Quinta Revolução Industrial (ou seja, a digital e da internet, no qual também ainda nos encontramos). É uma revolução que ainda não terminou e que, como tudo indica, não terminará tão cedo.
3.) Revolução Americana (com início em 1775, seguindo-se uma guerra por independência até 1781, na costa leste do atual território dos Estados Unidos da América)
Acabou sendo, na realidade, uma guerra pela independência das anteriormente chamadas Treze Colônias inglesas na América. As animosidades entre ingleses e americanos já vinham de datas anteriores, porém, após 1775, elas aumentaram exponencialmente. Como não houve, da parte do governo inglês, nenhum tipo de concessão aos pedidos dos colonos, a guerra pela separação e independência dos territórios americanos foi, gradativamente, aumentando, culminando com a assinatura da "Declaração de Independência", em 4 de Julho de 1776. A partir daí, a guerra foi travada no sentido de se expulsar os ingleses dos territórios americanos, o que se deu somente em 1781. A assinatura de um reconhecimento da vitória americana - e de sua independência - só foi concretizada pelos ingleses através do Tratado de Paris, em 1783, findando assim as hostilidades entre as antigas metrópole e colônia.
4.) Revolução Francesa (de 1789 a 1799, na França)
Foi uma revolução burguesa, já que foi pensada pela burguesia, que incitou o povo - que se encontrava em situação deplorável e totalmente sem esperanças - à rebelião. Queriam, de início, que sua Monarquia - que era Absoluta (o que ficou conhecido, depois, por Antigo Regime) - jurasse obediência a uma Constituição. Como o rei tentou ludibriar o povo (dizendo que faria isso e, depois, tentando reaver o poder como era antes, com o auxílio militar de outras monarquias como a deles), este rei foi guilhotinado, instituindo-se, assim, a República. Várias nuances ocorreram depois, porém - bem ou mal - a noção de se ter uma República acabou por prevalecer (mesmo depois da aventura imperial de Napoleão Bonaparte, cuja ascensão, em 1799, pôs fim ao período revolucionário).
5.) Revolução Russa (de 1917 a 1921, na Rússia)
Pode ser considerada a revolução mais importante do século XX, já que foi a revolução que colocou em prática a teoria do Socialismo (desenvolvida no século XIX por alguns pensadores, dentre eles Karl Marx, que finalizou a teoria socialista-comunista com seu "Manifesto Comunista" de 1848). Porém, diferente do que o teórico tentou prever, a revolução socialista se deu não numa nação industrializada (ele achava que seria a Alemanha), mas sim num império atrasado, ainda com características servis (bem perto do que se vivia durante a Idade Média europeia): a Rússia. Ao término de uma guerra civil, em 1921, iniciou-se a socialização - ou estatização, melhor dizendo - de todo o sistema, culminando com a instauração da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), em 1922. Foi fonte de inspirações para outras revoluções similares, tais como a Revolução Chinesa (de 1949), e a Revolução Cubana (de 1959), bem como outras de cunho parecido (principalmente no então chamado Terceiro Mundo).
Bem, já é costume meu, quando escrevo sobre História, sempre citar e exemplificar também algum fato histórico do Brasil, porém, no quesito "revolução", isso é praticamente inexistente em nossa história, como explico logo abaixo.
Em toda a história do Brasil sempre existiram movimentos - que quiseram ser ou que se auto intitularam como - revoluções, porém, a bem da verdade, nunca o foram (de fato e de direito). Aqui sempre tentou-se manter tudo como sempre havia sido, mesmo que para isso houvesse a necessidade de uma "revolução". Foi assim no movimento de independência, no da proclamação da república, na chamada "Revolução de 1930" e, finalizando, na chamada "Revolução Redentora" (mais conhecida como "Golpe Militar de 1964"). Com exemplos como estes, não me atrevi a dissertar sobre revoluções - se é que elas existem, mesmo - ocorridas no Brasil...
E, finalizando com uma curiosidade que, de uma forma inusitada, corrobora o que foi dito acima: o título desse artigo (cujas iniciais são RPM), nos remete a outro RPM (sendo essa a banda RPM, cuja sigla significa "Revoluções Por Minuto"). A explicação dos integrantes da banda para esse nome (cuja inspiração foi outra sigla idêntica, presente nos painéis dos automóveis, sendo seu significado: "Rotações Por Minuto"), pode ser o de crítica ao Brasil, onde as revoluções seriam tantas que aconteceriam assim, uma a cada minuto...
E, por que não dizer: A Luta Continua!!!