sábado, 22 de setembro de 2018

Os 30 anos da Constituição de 1988 (e uma geral nas outras constituições do Brasil)


O Brasil, durante toda a sua breve história, teve 7 - Isso mesmo: sete constituições! - e, sendo assim, é intenção desse artigo falar de todas elas - em especial da última delas, a de 1988, que está completando exatos 30 anos no dia de hoje (já que foi promulgada em 22 de setembro de 1988). [Como mostra a foto abaixo, deste dia, com o deputado Ulisses Guimarães levantando-a e mostrando-a "ao povo brasileiro".] 


Esta Constituição foi chamada de "Constituição-Cidadã", numa alusão ao fato de que, após 21 anos de Ditadura Militar (de 1964 a 1985) - bem como à política do Brasil ter vivido tantas intercalações entre breves períodos democráticos (ou quase isso), e momentos ditatoriais (além do que já foi citado acima, houve também a Ditadura do Estado Novo, sob o governo de Getúlio Vargas, entre 1937 e 1945).

Bem, antes de falar especificamente sobre nossa última Constituição, vamos fazer uma breve análise das constituições que a precederam. É o que faremos à seguir...

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Vamos a elas, portanto...

1.ª) Constituição de 1824 (do Império do Brasil):



Foi outorgada (ou seja, não foi votada e aprovada por uma Assembleia Constituinte - que havia sido dissolvida pelo Imperador Dom Pedro I no ano anterior de 1823 - mas imposta à aprovação de uma Assembleia enfraquecida), no dia 25 de março de 1824. Foi a mais duradoura da história do Brasil, tendo vigorado por 65 anos.

2.ª) Constituição de 1891 (a primeira da República do Brasil):



Foi promulgada (ou seja, votada e aprovada por uma Assembleia Constituinte), em decorrência da Proclamação da República, ocorrida em 1889, e a posterior troca de forma de governo no país (de Monarquia para República). Durou somente durante o período conhecido como "República Velha", e por um pequeno momento, logo após a "Revolução de 1930", totalizando assim 43 anos.

3.ª) Constituição de 1934 (a da chamada segunda República do Brasil):



Foi promulgada (votada e aprovada por uma Assembleia Constituinte), mesmo que com muito clamor popular (em especial decorrente das batalhas da Revolução Constitucionalista de 1932, onde os paulistas pegaram em armas e cobraram uma nova constituição para o pós "Revolução de 1930"). Mesmo tendo sido derrotados pelo exército federal de Getúlio, suas exigências surtiram o efeito desejado, já que foi instaurada uma Assembleia Constituinte, em 1933, sendo esta que gerou a chamada "Constituição de 1934". Porém, a mesma teve vida curta, uma vez que o golpe de Estado de Vargas acabou por instaurar a Ditadura do Estado Novo, em 1937, e, com ela, uma nova constituição veio junto (fazendo com que esta 3.ª Constituição durasse meros 3 anos, sendo a que menos tempo vigorou em nossa história política).

4.ª) Constituição de 1937 (a "polaca", devido ao viés fascista da mesma):



Foi outorgada (ou seja, imposta e aprovada pelo então ditador Getúlio Vargas), e era uma clara cria do golpe de Estado que acabou por instaurar a Ditadura do Estado Novo, em 1937, tendo vigorado durante esta ditadura (ou seja, por 9 anos). Com o término da Segunda Guerra Mundial (e a consequente derrubada de Vargas do poder, com o fim da guerra). Com as novas eleições (e com o novo presidente, o general Eurico Gaspar Dutra), uma nova Assembleia Constituinte foi instituída, dando origem à nossa próxima constituição.

5.ª) Constituição de 1946 (a da chamada terceira República do Brasil):



Foi promulgada (ou seja, aprovada por uma nova Assembleia Constituinte), e era uma clara guinada democrática pós golpe de Estado da Ditadura do Estado Novo, em 1937. Iniciou-se com o novo presidente, Eurico Gaspar Dutra, e durou até - infelizmente - um novo golpe de Estado, desta vez perpetrado pelos militares, em 1964. Um pouco depois, em 1967, uma nova constituição veio à tona, pelas mãos do novo mandatário, o marechal Castelo Branco. Durou 21 anos.

6.ª) Constituição de 1967 (deu legitimidade à Ditadura Militar no Brasil):



Foi "promulgada" (ou seja, leia-se aí outorgada, mesmo, pelos políticos que estavam à mercê das ordens dos militares, já que o Congresso Nacional havia sido fechado no ano anterior, em 1966, e mutilado pelas muitas cassações de parlamentares ocorridas no período), e foi uma clara guinada ditatorial pós golpe de Estado da Ditadura Militar, em 1964. Iniciou-se com o primeiro presidente militar, o marechal Castelo Branco, passando por todos os outros militares que governaram durante a Ditadura Militar, e ainda perdurou até a promulgação da nova - e atual - Constituição (a de 1988). Sendo assim, também durou 21 anos (mesmo período que a própria Ditadura Militar perdurou).

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E então, chegamos à nossa atual Constituição - a que está completando 30 anos hoje - e que detalho melhor abaixo:

7.ª) Constituição de 1988 (a chamada Constituição-Cidadã do Brasil):



Foi promulgada (ou seja, aprovada por uma nova Assembleia Constituinte, convocada logo após a primeira eleição legislativa ocorrida logo após o poder ser passado aos civis), pelos políticos que, desta vez, haviam sido eleitos de forma direta. Ficou conhecida como "Constituição-Cidadã", numa alusão ao fato de que, após 21 anos de Ditadura Militar (de 1964 a 1985) - bem como à política do Brasil ter vivido tantas intercalações entre breves períodos democráticos (ou quase isso), e momentos ditatoriais (além do que já foi citado acima, houve também a Ditadura do Estado Novo, sob o governo de Getúlio Vargas, entre 1937 e 1945). Mesmo que, pela mera contagem de tempo, ela seja somente a quarta mais duradoura da história política do país, ela é que por mais tempo democrático tenha perdurado. E, mesmo que já lhe seja necessária algumas reformas - como a tão temida reforma da previdência, ou a tão recalcitrante reforma política - ao menos até então, ela tem feito bem o seu papel (papel este que já era comemorado e ressaltado logo após sua promulgação). 

Resumindo: como tudo no Brasil, isso também é algo que ainda tem muito a melhorar e - na realidade - ainda está em plena construção. Prossigamos, então...

quinta-feira, 6 de setembro de 2018

Uma narrativa da Segunda Guerra Mundial


Há poucos dias atrás, no último dia 1.º de setembro, completou-se 79 anos do início da Segunda Guerra Mundial, já que foi neste dia - em 1939 - que exércitos do III Reich alemão (comandados por seu fuhrër, Adolf Hitler), com a invasão da Polônia. [Na foto acima, uma das cenas de batalha na Europa.]

E, já que é intensão desse artigo fazer uma narrativa que resuma como foram os conturbados 6 anos da Segunda Guerra Mundial, vamos iniciar - logo abaixo - com uma breve explicação de como foi a ascensão dos governos totalitários em algum países da Europa, seguindo adiante com a guerra, propriamente dita. Então, vamos lá...

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Tudo começou no início dos Anos 1920, na Itália, com a subida ao poder de Benito Mussolini [abaixo, na foto da esquerda], que instaurou o Fascismo (com um golpe de Estado), primeiro governo totalitário da Europa. Tentando seguir seus passos, Adolf Hitler [abaixo, na foto da direita], tentou um golpe na Alemanha, porém este não foi vencedor. Com isso, Hitler teve de aguardar mais de uma década para subir ao poder (de forma democrática), em 1933, e, após isso, começar uma grande perseguição à oposição, fazendo assim com que seu Nazismo se tornasse o partido único - e totalmente poderoso - da Alemanha (dando, com isso, as condições para que a Segunda Guerra Mundial se iniciasse, ainda antes do final desta mesma década de 1930).














Com isso, os Anos 1930 foram marcados por esta tendência totalitarista em alguns países europeus (também havia chefes de Estado totalitários em Portugal - com Salazar - e na Espanha - com o chamado "generalíssimo" Franco), e isso ocorreu como uma resposta à noção de que a democracia havia tido uma grande perda (com a derrocada econômica advinda da Crise da Queda da Bolsa de Nova York, em 1929, e a posterior Depressão, durante a década de 1930).

Devido às alianças criadas em segredo, dois blocos se delinearam. Eram eles: os chamados Aliados - que eram, principalmente, a Inglaterra, a França e a União Soviética (com os Estados Unidos da América entrando mais adiante) - e o chamado Eixo - que eram a Alemanha, a Itália e o Japão (com a Itália mudando de lado antes do final da guerra). Foi entre estes dois blocos (e seus aliados "secundários", principalmente no lado dos Aliados). [À seguir, um quadro com as principais alianças da Segunda Guerra Mundial.]


A Segunda Guerra Mundial tem dois momentos específicos, sendo eles: o de Avanço do Eixo - entre 1939 e 1941 - e o de Avanço dos Aliados - entre 1942 e 1945.

No primeiro momento o exército nazista - e sua "blitzkrieg", ou, como ficou conhecida pelos Aliados, sua "guerra relâmpago" [Na primeira foto à seguir, o temido exército nazista em uma das invasões da Segunda Guerra Mundial.] - foi tomando conta dos países que invadiu (tais como a Polônia, a Bélgica, a Dinamarca, a Noruega e, a "cereja do bolo" alemão, a França (que ficou dividida em "França ocupada", com capital em Paris, e "França colaboracionista" - ou seja, nazista - com capital em Vichy). [Na segunda foto abaixo, o momento em que Hitler e sua cúpula nazista passeia pela Paris tomada.] Durante este primeiro momento somente a Inglaterra se manteve impassível aos ataques alemães, mesmo com bombardeios quase diários da Luftwaffe (a força aérea nazista) [Na terceira foto abaixo, um dos bombardeios à Londres.]. Também a Itália se expandiu (como em sua invasão à Etiópia, no norte da África), bem como o Japão imperialista dominou partes da China, a Coreia (que, à época, ainda não havia se dividido), e muitas ilhas do Pacífico Sul, fazendo com que o Eixo se expandisse bastante nesse momento... 





E, já num segundo momento - após o ataque japonês à Pearl Harbor , uma base naval norte-americana no Hawaii - os Estados Unidos da América entram na guerra, fazendo com que o jogo comece a virar a favor dos Aliados [Na primeira foto abaixo, um dos bombardeios que dizimaram a frota norte-americana no Pacífico Sul.]. Os pontos principais dessa virada são as derrotas impingidas aos alemães na União Soviética, principalmente com a Batalha de Stalingrado (entre 1942 e 1943) [Na segunda foto à seguir, um instantâneo que mostra a garra do Exército Vermelho soviético em sua defesa à Stalingrado.], ou pelo restante dos Aliados - à saber: Inglaterra, Estados Unidos da América e França, dentre outros - com o próprio "Dia D" (à partir de junho de 1944) [Na terceira foto abaixo, um dos momentos do grande desembarque do Dia D.].   





Bom, podemos dizer que após o início desta segunda fase, durante o decorrer da mesma, o Eixo - primeiramente, com a Alemanha, na Europa, e, depois, com o Japão, na Ásia - só seguiu uma grande "ladeira abaixo" na direção da derrota. E, como os dois grandes vencedores - que se delineavam na geo-política do pós-guerra - esta Segunda Guerra Mundial já nos mostrava um pouco do que a Guerra Fria seria... Digo isso pois os EUA - vindo do oeste, com os outros Aliados (desde o desembarque do "Dia D") - e a URSS - com seu exército vermelho vindo do leste (após a Batalha de Stalingrado), foi quase uma corrida para ver quem chegava à Berlim primeiro. Uma vez que a URSS ganhou essa "corrida" [Na primeira foto à seguir, o momento em que os soviéticos tomam o Reichtag nazista, em Berlim.], os EUA teve de mostrar sua força - no caso com o lançamento das bombas atômicas em Hiroshima [Na segunda foto abaixo, o "cogumelo atômico" gerado pelo lançamento da primeira bomba atômica.] e Nagasaki, no Japão...



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Informo que foi intenção deste artigo fazer uma pequena narrativa da Segunda Guerra Mundial - narrativa esta que se presta a ser um resumo desse fato histórico tão amplo e tão pesquisado - não tendo a pretensão de esgotar o assunto...