Voltando ao assunto de personagens dos quadrinhos ou desenhos animados que acabaram ajudando em questões da História, vamos falar hoje sobre o caso emblemático do Capitão América. Afinal ele é um dos personagens da Marvel Comics mais conhecidos, é um dos mais antigos de todo o chamado "Universo Marvel" e é - pasmem - um dos únicos que não tem o dedo de Stan Lee em sua criação (já que foi criado por Joe Simon, roteiro, e Jack Kirby, desenho - [Respectivamente, os dois distintos senhores apresentados nas fotos que seguem abaixo.] - sendo ambos norte-americanos, isso em 1941, e para a Editora Timely Comics, uma antecessora da Marvel Comics).
Ele foi criado e pensado como parte integrante de uma espécie de "campanha" que visava tirar o povo norte-americano de sua atitude anti-guerra - na verdade, de total aversão à entrada dos Estados Unidos da América nos conflitos da Segunda Guerra Mundial - que imperava em todos níveis da sociedade. O personagem não foi - logicamente - o principal motivo da mudança de atitude dos norte-americanos, mas não podemos negar que a arte da capa da primeira revista em quadrinhos do personagem - a "Capitão América Comics n.º 1", de março de 1941 - com o super herói socando a cara de Adolf Hitler, pode, sim, ter ajudado um pouco na mudança de postura.
É certo que o que realmente levou os E.U.A. à guerra foi o ataque do exército japonês à base norte-americana de Pearl Harbor, no Havaí, em dezembro de 1941 (tirando-os, assim, de sua indiferença anti-guerra). Porém, o que é bastante emblemático é que o lançamento do personagem - e de sua revista - antecede o ataque - e a posterior entrada na Segunda Guerra Mundial - em 9 meses (o que pode ser considerado, no mínimo, inusitado).
[Abaixo: uma das fotos do ataque à Pearl Harbor.]
Durante a Segunda Guerra Mundial, era comum - numa atitude que visava elevar o moral das tropas - a distribuição de revistas em quadrinhos do Capitão América aos soldados das tropas norte-americanas em combate na Europa.
[Abaixo: capas de revistas em quadrinhos do Capitão América distribuídas para as tropas norte-americanas que lutavam contra o Nazismo na Europa.]
[Abaixo: capas de revistas em quadrinhos do Capitão América distribuídas para as tropas norte-americanas que lutavam contra o Nazismo na Europa.]
Já em meados da década de 1960, Jack Kirby e Stan Lee dão uma boa repaginada no super herói, deixando-o com as características que o marcam desde então...
[À título de curiosidade: comparem a arte de Jack Kirby logo abaixo, da década de 1960, com a foto promocional do primeiro filme de Capitão América, que aparecerá mais adiante, e veja a grande semelhança das cenas.]
[À título de curiosidade: comparem a arte de Jack Kirby logo abaixo, da década de 1960, com a foto promocional do primeiro filme de Capitão América, que aparecerá mais adiante, e veja a grande semelhança das cenas.]
Outra coisa que é bom que se diga é que, mesmo que - como dito no início desse artigo - não se tem a participação de Stan Lee na criação e no início da "carreira" do personagem Capitão América, foi devido a ele que o personagem se tornou tão longevo. Afinal de contas, foi a dupla Jack Kirby / Stan Lee - [Os dois, respectivamente, à época, seguem as fotos abaixo.] - que o personagem criou uma "sobrevida" de sucesso à partir de fins da década de 1960.
E, foi também sob a "batuta" de Stan Lee que, durante as décadas de 1970, 1980 e 1990, que a Marvel Comics foi criando sua aura de grande editora de quadrinhos de super heróis - duelando "pau a pau" com sua eterna rival, a DC Comics, que é, inclusive, mais antiga e dona de super heróis clássicos (como Superman e Batman) - levando a briga (à partir do final da década de 1990), para o campo do cinema.
[Esta é a foto a se comparar com a arte de Jack Kirby mostrada mais acima.]
Inclusive, no primeiro filme do personagem - "Capitão América, o Primeiro Vingador", de 2011 - há um misto de história do personagem e de História, mesmo (no caso, da própria Segunda Guerra Mundial), que é bem interessante, bem como bastante ilustrativa do personagem (e de seu auxílio às forças norte-americanas no conflito).
Isso nos mostra, mais uma vez, como as HQ's podem ser utilizadas para se "vender" ideologias de uma forma muito mais convincentes que se fossem usadas outras maneiras - digamos - mais convencionais. É ver pra crer...
Parabéns pela Bela Matéria! Estamos precisando mais disto!
ResponderExcluirValeu, VELOSO!! Que bom que gostou do artigo... Abração!!
ExcluirGostei do conteúdo e das curiosidades colocadas aqui. Sou fã do Capitão América. Valeu meu amigo.
ResponderExcluirQue legal, Fabricio Bordini!! Bom que gostou!! E, uma confissão da minha parte: não gosto do Capitão América! Mas, se gostou é sinal que fui imparcial (como deve ser qualquer artigo sobre História), coisa que me deixa muito contente!! Grande abraço, meu brother...
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