quarta-feira, 8 de abril de 2020

Atenas X Esparta: A "Guerra Fria" que "esquentou" durante o período da Grécia antiga



Nesse artigo iremos fazer uma análise das relações entre as duas principais cidades-Estado da Grécia antiga - Atenas e Esparta - mostrando as suas muitas diferenças, bem como as similaridades culturais que às unem, terminando com as divergências que as levaram a um embate militar (a chamada Guerra do Peloponeso)...


Comumente, quando se apresenta o assunto "Grécia antiga" nas salas de aula, é pela análise dessas duas cidades-Estado que se expõe esse tópico aos alunos, visto que elas são um bom resumo de como foi a vida dos gregos da Antiguidade. O primeiro ponto a se observar é o fato de que - mesmo que essas cidades tivessem muitas coisas em comum (o que dava uma coesão política e - Esta, muito mais!! - cultural), elas eram bastante diferentes em sua essência.


Capitaniando as cidades-Estado gregas estava a imponente cidade de Atenas, que ditava a maioria das regras e tendências da sociedade grega durante a Antiguidade. Quanto a Esparta, ela era o "caso a parte" - uma exceção a regra, já que dava uma ênfase muito maior ao corpo, ao culto a saúde física e corporal - que Atenas (e a maioria das outras cidades gregas, que seguiam seus preceitos), sendo este preceito o de se dar uma maior importância ao culto à mente (com o uso da Filosofia), e à política da oratória (com o uso da Democracia).


Devido a estas diferenças, é também bastante comum fazer uma espécie de comparação - que, logicamente, deve ser analisada guardando-se as devidas proporções - entre estas duas cidades, com a relação entre os Estados Unidos da América (E.U.A.), e a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (U.R.S.S.), durante a vigência da Guerra Fria (no século XX), dada a bipolaridade e a luta por hegemonia política e cultural que as suas sociedades instauraram no mundo daquele momento histórico...

Porém, diferentemente do que aconteceu com as duas nações do século XX, as duas cidades-Estado - em sua "guerra-fria" - não ficaram somente no embate ideológico (e no âmbito das ameaças de guerra, sem nunca terem ido "às vias de fato"), mas - isto sim - levaram essas divergências político-culturais para o campo do combate militar (acarretando, assim, grandes problemas às suas respectivas sociedades), como veremos mais adiante...


Isso aconteceu devido à criação de blocos antagônicos (como aconteceu também com os blocos capitalista e socialista, liderados pelos E.U.A. e pela U.R.S.S., respectivamente), sendo que, no caso grego, estes blocos foram: a Liga de Delos (cujo líder era Atenas), e a Liga do Peloponeso (com Esparta na liderança).


Mostrando o que poderia ter acontecido às nações envolvidas na Guerra Fria - caso não tivessem conseguido manter os seus embates meramente no campo das lutas ideológicas - Atenas e Esparta (por terem ido às vias de fato, levando o embate para o campo militar), acabaram por enfraquecerem-se como sociedades, levando as duas ao declínio de suas sociedades (bem como ao declínio da própria Grécia antiga como um todo)...


O que podemos concluir é que, quanto mais se vislumbra a História de forma analítica, mais ela se mostra como efetivamente o é: uma Ciência que existe para que possamos - analisando os fatos históricos da forma mais abrangente possível - aprendermos com os acontecimentos do passado, para que não cometamos, em nosso futuro, os mesmos erros que nossos antepassados cometeram...

E isso, por si só, já denota o tamanho de sua importância para o nosso mundo (e isso ocorrendo cada vez mais, sempre num cenário de curva progressiva)!!...




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