quinta-feira, 22 de março de 2018

Walt Disney e sua participação em duas políticas do governo norte-americano, durante a Segunda Guerra Mundial e a Guerra Fria


Vamos analisar, neste artigo, momentos em que o cartunista e empresário Walt Disney - através de sua equipe de criadores e da própria estrutura de sua empresa, a Walt Disney Produções - auxiliou o governo dos Estados Unidos da América em sua política de auxílio, durante Segunda Guerra Mundial, e em sua política anti-comunista, durante a Guerra Fria (que se iniciou num momento anterior, ou seja, ainda durante a Segunda Guerra Mundial). Para tanto, iniciaremos com um breve histórico de como foi a política exterior norte-americana (do século XIX e do início do século XX) - primeiramente as políticas dos presidentes James Monroe e Theodore Roosevelt - para depois analisarmos as mudanças trazidas pelo presidente Franklin Delano Roosevelt (já em meados do século passado).


Política exterior dos Estados Unidos no século XIX e início do século XX






















Primeiramente vamos analisar a política exterior de dois dos presidentes norte-americanos - James Monroe, do século XIX, e Theodore Roosevelt, do início do século XX - mostrando que esse quesito de poder mudou muito durante os quase duzentos e cinquenta anos da democracia norte-americana.

Vamos começar com James Monroe, que é o 5.º presidente dos Estados Unidos da América e governou de 1817 a 1825 [quadro acima, à esquerda]. Ele é o responsável pela política conhecida como "Doutrina Monroe", que pregava "A América para os americanos" (a máxima da política de isolacionismo norte-americano, onde os E.U.A. não queriam a intromissão de países europeus na política dos países das Américas, em especial a deles próprios).

Já com Theodore Roosevelt - que é o 26.º presidente dos Estados Unidos da América e governou de 1901 a 1909 [foto acima, à direita] - a política exterior norte-americana teve uma leve mudança (já que, em certo ponto, esta última foi um novo capítulo do mesmo tipo de ideologia da "Doutrina Monroe"). E o nome dessa mudança é a chamada política do "Big Stick" (numa tradução livre, "grande porrete"), sendo ela uma ideologia de não influência - política, econômica ou militar - de outros países (principalmente dos europeus), em países das Américas (a não ser que este país fosse o próprio E.U.A., lógico). Para este Roosevelt, os grandes países teriam uma "carta branca" para se envolver na vida dos países mais pobres (e menos civilizados, como pregava a vigente cartilha do Imperialismo).


Política exterior dos Estados Unidos na primeira metade do século XX



Durante parte da primeira metade do século XX, Franklin Delano Roosevelt - que é o 32.º presidente dos Estados Unidos da América e governou de 1933 a 1945 [foto acima] (e que era primo em quinto grau do primeiro Roosevelt da política dos E.U.A., apresentado mais acima neste mesmo artigo) - a política exterior norte-americana deu uma grande guinada com a sua chamada "Política da Boa Vizinhança" ("Good Neighbor Policy", no seu nome em inglês). Ela consistia de uma aproximação mais amigável dos E.U.A. para com os outros países das Américas, visando - nas entrelinhas - a colocação em prática do "New Deal" (política econômica para sanar os problemas da Grande Depressão dos Anos 1930, advinda da Queda da Bolsa de Nova York de 1929), e que foi estendida com a intervenção norte-americana - auxiliando na tomada de poder de diversas ditaduras militares, em diversos países das Américas - quando foi se iniciando, mais fortemente, a própria Guerra Fria (um pouco após o término da Segunda Guerra Mundial). E foi com este presidente Roosevelt - e sua "Política da Boa Vizinhança", bem como com a própria ocorrência da Guerra Fria - que apareceu a figura de Walt Disney para auxiliá-lo nisso tudo. Como isso aconteceu? É o que veremos à seguir...


E Walt Disney começa a ajudar o governo dos Estados Unidos da América

O cartunista e empresário Walt Disney participou de dois "projetos" do governo dos Estados Unidos da América: um do presidente Franklin Delano Roosevelt (durante a Segunda Guerra Mundial), e outro, já com o presidente Dwight D. Eisenhower, que governou de 1953 a 1961 (e que sucedeu Harry S. Truman, que governou entre 1945 a 1953, e foi o sucessor do próprio Franklin D. Roosevelt).

1.º) Os filmes "Alô Amigos" (de 1942) e "Você já foi à Bahia?" (de 1944): 


  
Durante o governo de Franklin Delano Roosevelt (e sua "Política da Boa Vizinhança"), os estúdios de Walt Disney ajudaram a vender essa ideologia  dos norte-americanos. Isso foi feito produzindo os longa metragens de animação "Alô Amigos" (de 1942), e "Você já foi à Bahia?" (de 1944), que apresentavam o personagem Pato Donald como um turista norte-americano que conhecia amigos em países da América Latina - como o México (representado pelo galo Panchito), e o Brasil (representado pelo papagaio Zé Carioca) - e sempre se maravilhava com as culturas latinas que encontrava pela frente. Pode-se dizer que as animações conseguiram seu objetivo, pelo menos em relação ao Brasil, já que deve ter ajudado um pouco o governo brasileiro do presidente Getúlio Vargas à se decidir a entrar na Segunda Guerra Mundial ao lados dos Aliados (como queria "Política da Boa Vizinhança" de Roosevelt).

2.º) A série de TV "O Homem no Espaço" (de 1955), criada por Walt Disney e apresentada por Wernher von Braun:






















Durante o governo de Dwight D. Eisenhower - que governou de 1953 a 1961 - iniciou-se a corrida espacial (como parte integrante da Guerra Fria). Sendo assim, os estúdios de Walt Disney produziram, em 1955, uma série de TV com o nome de "O Homem no Espaço". e era apresentada por ninguém menos que Wernher von Braun - que foi o cientista que criou os foguetes V-2 nazistas, durante a Segunda Guerra Mundial - tendo sido "recrutado" pelos norte-americanos para ser um dos cientistas do programa espacial da NASA (sendo um dos maiores responsáveis pelo sucesso de programas como o Mercury e o Apollo).


-.- X -.-

Inusitado essa forma de utilização de desenhos animados e produção pra a TV dos estúdios de Walt Disney como forma de disciminação de ideologias políticas? Nem tanto quanto podemos imaginar. Tanto que voltaremos a este tema num futuro artigo...

quinta-feira, 15 de março de 2018

500 anos de História em 15 obras de arte (1500 - 2000)

Vamos fazer uma viagem por 500 anos de nossa História através de 15 obras da arte ocidental? Bom, é este o intuito desse artigo, que mistura a História com a história da Arte de uma forma, no mínimo, diferente. 

Vamos, portanto, às obras de arte e aos fatos históricos que estas remetem!! Então, embarque nessa...


SÉCULO XVI

1.ª) Monalisa (ou Gioconda) - 1503 - de Leonardo da Vinci


É a obra prima maior do Renascimento italiano durante o século XVI e foi obra do grande Leonardo da Vinci, um gênio italiano desse período, que foi, além de pintor, também inventor e cientista, e foi extremamente influente em seu tempo. É uma das obras de arte mais conhecidas do mundo e também uma das que tem um valor que podemos considerar como incalculável. Está exposta no Museu do Louvre, em Paris. É uma obra cheia de mistérios, pois até hoje se especula quem era a pessoa retratada, se era uma mulher (como o nome pela qual ficou conhecida sugere), se era um homem (conhecido ou não do pintor), ou se era - como conspiram alguns - o próprio Leonardo.

Fatos históricos do período: há várias mudanças acontecendo nesse período (que compreende o início da Idade Moderna), e, dentre eles podemos citar o próprio Renascimento, a Formação das Monarquias Absolutistas Modernas e os Grandes Descobrimentos.

2.ª) Pintura do teto da Capela Sistina - 1512 - de Michelângelo Buonarroti


É uma das grandes obras primas que fazem parte do Renascimento italiano durante o século XVI. Seu autor, o italiano Michelângelo Buonarroti, foi um dos grandes gênios do período renascentista, e também foi, além de pintor, um ótimo escultor, uma vez que é dele esculturas como o "Davi" ou a "Pietá". Neste afresco, que foi pintado dentro das dependências do Vaticano, mais precisamente no teto desta capela (cujo nome "sistina" se deve ao fato de ter sido construída pelo papa Sisto IV, um pouco antes, ainda no século XV), foi um pedido do papa Júlio II (que queria uma pintura que inspirasse os fiéis a conhecer melhor a obra da criação divina).



Fatos históricos do período: dentre as várias mudanças que ocorriam nesse período (que compreende o início da Idade Moderna), podemos citar o próprio Renascimento e um momento-chave que se avizinhava, com o grande rompimento que seria o da Reforma Protestante.


SÉCULO XVII

3.ª) Auto retrato - 1623 - de Peter Paul Rubens


É um dos grandes pintores do século XVII, sendo que o flamenco (hoje em dia seria considerado como um holandês), Peter Paul Rubens foi um dos grandes pintores que lançaram bases do que se tornaria a pintura no período pós-Renascimento, já que o estilo do Romantismo - na pintura - ainda estava muito no início. Era um mestre em pintar tudo o que via, exatamente como se lhe apresentava. Talvez por isso mesmo, fez vários auto retratos (como este que vemos aqui neste artigo).



Fatos históricos do período: já quase chegando em meados da Idade Moderna, o grande fato histórico desse momento é a difusão das ideias do Iluminismo.


4.ª) As Meninas - 1656 - de Diego Velasquez


O pintor espanhol Diego Velásquez é um dos grandes pintores da escola espanhola e foi pródigo em pintar de forma a não somente se captar a imagem, mas também a de fazê-la de uma forma que podemos chamar - no mínimo - de inusitada. O maior exemplo disso é a tela aqui apresentada, onde - numa quase inversão de valores - pode-se considerá-la como que um "estudo de pintura", afinal a tela não nos mostra um retrato comumente feito à época, mas sim o próprio pintor em seu trabalho dentro da realeza espanhola. Dizemos isso pois o pintor aparece na tela (à esquerda dela, frente a própria tela que estava produzindo, cujos retratados aparecem no espelho ao fundo, sendo eles o próprio casal real), dando uma ênfase em modelos que não eram os que primeiramente seriam retratados (como a infanta Margarida, filha do casal, suas damas de companhia e, até mesmo, o cachorro de estimação da real menina), colocando também - de forma magistral - o próprio observador da tela (seja em que tempo for), também como parte da obra (como se estivesse no cômodo real, durante a pintura da tela). Isso é uma mudança de paradigma (e mesmo de foco), levando a arte por caminhos nunca dantes trilhados.



Fatos históricos do período: já passando de meados da Idade Moderna o grande fato histórico é a difusão das ideias do Iluminismo (que cada vez mais trazem respostas do mundo através do prisma da Ciência, e se afastando, mais e mais, da tão soberana - durante a Idade Média - Religião).


SÉCULO XVIII

5.ª) Miss Bowles com seu cão - 1775 - de Sir Joshua Reynolds


O pintor inglês Sir Joshua Reynolds é um dos grandes pintores da escola inglesa, no século XVIII, e era extremamente profissional (mesmo que os temas de suas telas fossem um tanto quanto simples, já que era um pintor de retratos, tema que era considerado como que sem muitas dificuldades quanto a sua realização). Porém, Reynolds tinha uma técnica toda sua, e esta consistia em conquistar seu modelo antes da tela ser pintada (coisa que ele levou às últimas consequências, com a menina miss Bowles, já que ele visitou sua modelo algumas vezes - para conquistar sua confiança - fazendo com que, ao posar para ele, não houvesse nada que pudesse atrapalhar a cena com a modelo de seu quadro). Algo simples, porém, para a época, muito inovador.



Fatos históricos do período: já quase no final da Idade Moderna o grande fato histórico é o princípio da Revolução Industrialna Inglaterra (e que cada vez mais mudaria o mundo, inclusive seria uma grande revolução também no âmbito das Artes).

6.ª) A Morte de Marat - 1793 - de Jacques-Louis David


O pintor francês Jacques-Louis David é um dos grandes pintores da escola francesa de pintores de cenas épicas do final do século XVIII, e pintou muitos quadros cujos temas eram personagens ou cenas da Revolução Francesa, tornando-se um especialista nesse tipo de pintura (vindo a influenciar muitos pintores pelo mundo, inclusive o pintor Pedro Américo, o pintor do célebre quadro "Independência ou Morte", que se presta a ser um registro do Grito do Ipiranga, momento em que Dom Pedro torna o Brasil independente de Portugal, em 7 de setembro de 1822).


Fatos históricos do período: já adentrando a Idade Contemporânea o grande fato histórico - e que é o marco inicial da própria Idade Contemporânea - é a Revolução Francesa (e todas as mudanças que advieram dela). 


SÉCULO XIX

7.ª) A Liberdade guiando o povo - 1830 - de Eugène Delacroix


Seguindo a linha de seu antecessor David, o pintor francês Eugène Delacroix também se especializou como um dos grandes pintores da escola francesa de cenas épicas, seguindo, pelo decorrer do século XIX, com esta vertente da pintura. Acabou sendo o grande pintor de temas revolucionários, como a Revolução Liberal de 1830, tornando-se um dos grandes especialistas neste tema. Era extremamente devotado ao seu ofício, fazendo com que composições difíceis ficassem bastante simples à compreensão de seu público, sendo, por isso mesmo, muito lembrado pelas suas belíssimas cenas épicas.



Fatos históricos do período: já adentrando o século XIX, o grande fato histórico são as ondas revolucionárias - cuja continuidade se dá com a Revolução Liberal de 1830 (já que ela é considerada a "segunda onda", uma vez que a Revolução de 1820 é a "primeira onda", e a próxima delas, a Revolução de 1840, foi a "terceira onda"). 

8.ª) O Moinho de La Galette - 1876 - de Pierre-Auguste Renoir


Também um pintor francês, Pierre-Auguste Renoir foi um dos grandes nomes da pintura do século XIX. Produziu muito durante sua longa carreira artística e foi um dos mentores e ícones do Impressionismo, um dos primeiros movimentos artísticos bem estruturados da história da Arte. Era estupendo na forma como dava suas pinceladas e pode-se dizer que foi uma estrela das artes em seu tempo, tornando-se uma celebridade ainda em vida (e muito mais após sua morte).


Fatos históricos do período: o fato histórico principal desse período remete ao próprio tema do quadro, à Revolução Industrial (que já havia entrado em sua segunda etapa, a chamada "Segunda Revolução Industrial", a da energia elétrica, e estava se expandindo a outros países europeus, além da Inglaterra). Há também o fato de haver acontecido na Europa - havia meros cinco anos - a Unificação da Itália e a Unificação da Alemanha, ambas ocorridas em 1871. 

9.ª) A Estação de Trem de Saint Lazare - 1877 - de Claude Monet


Outro pintor francês, o também - e mais célebre ainda (tendo mesmo batizado o movimento impressionista), Claude Monet foi um dos grandes nomes da pintura no século XIX. Produziu bastante em sua longa vida (viveu até os 86 anos), e ficou conhecido por seus estudos extremamente detalhados, em repetidas pinturas da mesma cena - porém em diversos momentos do dia, fazendo com que os resultados fossem diferentes, já que, para ele, era a luz que mais influenciaria a pintura. Foi um dos artistas que mais influenciaram as revoluções artísticas que estavam porvir (em especial as que aconteceriam já no século XX). 

Fatos históricos do período: o fato histórico principal desse período remete ao próprio tema do quadro, à Revolução Industrial (que já havia entrado em sua segunda etapa, a chamada "Segunda Revolução Industrial", a da energia elétrica), bem como com uma expansão das estradas de ferro pelo mundo (esta ainda um efeito da "Primeira Revolução Industrial", a da energia à vapor).

10.ª) O quarto do artista em Arles - 1889 - de Vincent van Gogh


O pintor holandês Vincent van Gogh foi, em sua curta vida - já que morreu com 37 anos - pouco reconhecido por suas pinturas, tendo dificuldades em vender suas telas, levando a problemas financeiros constantes e passou seus últimos dias doente e na penúria. Porém, quando o século XX chegou - cheio de gana por novas ideias e novas formas de ver o mundo - os artistas acabaram resgatando as obras do holandês (que era pouco conhecido até mesmo na Holanda, tendo, porém, um pouco de reconhecimento somente na agitada Paris).


Fatos históricos do período: o fato histórico principal desse período remete, também, à Revolução Industrial (que já estava quase entrando em sua terceira etapa, a chamada "Terceira Revolução Industrial", a da energia petrolífera), bem como com a invenção dos primeiros automóveis que vão ocorrendo pelo mundo (fazendo com que a Indústria mostrasse que sua revolução era algo contínuo e permanente).  


SÉCULO XX

11.ª) Harmonia em Vermelho - 1908 - de Henri Matisse


O pintor francês Henri Matisse foi um dos grandes pintores do século XX, e era também gravurista, desenhista e escultor. Era um mestre no uso da cor em toda a sua plenitude, usando muito seus dotes de desenhista em suas telas.



Fatos históricos do período: o fato histórico principal desse período remete ao Imperialismo, em fins do século XIX e início do século XX, bem como a sua decorrência imediata - que foi a corrida armamentista conhecida como "Paz Armada" - e também sua decorrência mais a médio prazo - que acabou por ser a própria Primeira Guerra Mundial (que começaria dali a meros 6 anos).  

12.ª) Abaporu - 1928 - de Tarsila do Amaral


A pintora brasileira Tarsila do Amaral é um dos ícones do Modernismo brasileiro, e esta tela - posterior a "Semana de Arte Moderna de 1922", que, inclusive, ela não chegou a participar - é de um momento em que a pintora já havia entrado pra turma dos modernistas, tendo o seu grande affair com Oswald de Andrade (para quem fez esta tela), e que acabou sendo a imagem pictórica do Movimento Antropofágico de Oswald).



Fatos históricos do período: estamos aqui chegando ao momento-chave do século XX, onde, no ano seguinte, ocorreria Queda da Bolsa de Nova York (em 1929), que jogaria a democracia ocidental e o capitalismo em sua primeira crise - que, a curto prazo, levaria o mundo à uma guinada para o Totalitarismo (com a ascensão do Fascismo, na Itália, e do Nazismo, na Alemanha).  

13.ª) A Persistência da Memória - 1931 - de Salvador Dalí


O pintor espanhol Salvador Dalí foi o "grande papa" do Surrealismo, e criou algumas telas em que constavam tanto uma grande beleza onírica, acrescida de cenas bizarras e quase sobrenaturais. Foi uma estrela da pintura ainda em vida e era figura presente nas revistas e jornais (devido suas excentricidades, tanto as artísticas, quanto as pessoais).

Fatos históricos do período: momento em que o mundo começava a passar pela Grande Depressão dos Anos 1930 (principalmente nos Estados Unidos da América), bem como a ascensão do Totalitarismo (em muitos países da Europa, inclusive na Espanha, terra de Dalí).   

14.ª) Guernica - 1937 - de Pablo Picasso


O pintor espanhol Pablo Picasso foi um dos criadores do Cubismo e foi uma grande estrela da pintura em boa parte do século XX. Sua técnica de pintura - que remete às pinturas rupestres - e outros elementos pictóricos (tais como as máscaras tribais africanas). Foi um dos grandes boêmios frequentadores dos bares do bairro de Montmartre, em Paris, nos Anos 1920, e foi uma estrela das artes sempre em ascensão.    


Fatos históricos do período: o momento principal tem a ver com o tema do própria tela, já que ela mostra o bombardeio da cidade de Guernica, feito pela Força Aérea Alemã (que estava apoiando o exército do general Franco na Guerra Civil Espanhola), sendo que esta acabou sendo uma espécie de ensaio para a Força Aérea Alemã - a famosa Luftwafle - para os bombardeios da Segunda Guerra Mundial (em especial, os bombardeios à cidade de Londres, na Inglaterra). 

15.ª) Convergência - 1952 - de Jackson Pollock


O pintor norte-americano Jackson Pollock foi o criador de uma nova forma de pintura (onde ele lançava as tintas com o pincel à uma distância considerável da tela, fazendo com que a tinta "explodisse" contra sua superfície), lançando as bases do Expressionismo Abstrato.  



Fatos históricos do período: momento em que o mundo passa pelo início mais contundente da Guerra Fria (e do embate E.U.A. X U.R.S.S. / Capitalismo X Socialismo), que levaria cada vez mais o mundo à corrida armamentista nuclear.   

-.- X -.-


Espero que tenham gostado desse "passeio" por quase 500 anos de História através da análise dessas 15 telas de pintura (e de seus 15 famosos pintores), numa mistura bem legal com a história da Arte...

sábado, 3 de março de 2018

História das grandes religiões I: Hinduísmo

Contar as histórias de religiões nem sempre é fácil. Afinal elas são quase tão antigas quanto o próprio ser humano. E é o que faremos nessa série de artigos (ao todo serão 5 artigos), da História das Religiões, começando por este, que falará sobre o Hinduísmo (I), e, continuando, com o Judaísmo (II), o Cristianismo (III), o Budismo (IV), e o Islamismo (V).

[Abaixo: ilustração com alguns dos milhares de deuses que fazem parte do panteão do Hinduísmo.]  



Então, faremos da seguinte forma: contaremos um pouco sobre como e onde nasceu o Hinduísmo, mostrando também um pouco de sua filosofia e mitologia (que, como outras religiões do Oriente, normalmente caminham juntas e de "mãos dadas"), e por fim, mostraremos alguns dos seus deuses mais importantes. Com essa colocação, teremos agora um breve resumo da história do Hinduísmo. Vamos a ela, então...




[Acima, na ordem apresentada: Cerimônia com os chamados 'homens-santos' do Hinduísmo, um casamento hindu e, por fim, um banho de purificação nas águas do rio Ganges.]


Breve História do Hinduísmo

O Hinduísmo é uma das mais antigas religiões que ainda são professadas até os nossos dias. Difícil é precisar a data que a mesma se iniciou (coisa comum à maioria das religiões). Mas é considerado - por diversos estudiosos - que o Hinduísmo existe desde - pelo menos - 2.000 a.C., sendo esta a data mais aceitável. E essa religião nasceu no território que hoje compreende os países da Índia e do Paquistão. É uma das religiões politeístas remanescentes dos tempos da Antiguidade, tem como um de seus princípios básicos a reencarnação (onde os humanos, ao morrerem, reencarnariam como outro humano, como um animal, ou mesmo um vegetal; tudo depende de como você viveu sua vida humana); tem vários livros sagrados (e não somente um, como a Bíblia para os cristãos, ou a Torá para os judeus, ou mesmo o Alcorão para os muçulmanos), e dentre eles estão: os quatro livros do Vedas, o Mahabharata (o maior poema do mundo, que conta as aventuras de Krishna), e, dentro deste último, o Bhagavad Guita (um código de conduta dos hindus, o dharma). Outra coisa que nos deixa abismados é o tamanho do panteão da religião hindu, com milhares e milhares de deuses, semideuses, gênios, ninfas e demônios.

[Abaixo: uma lista ilustrada com alguns dos deuses do imensurável panteão do Hinduísmo.]

  
À seguir: iremos fazer uma pequena análise de alguns dos principais deuses do Hinduísmo...


Alguns Deuses do Hinduísmo


Brahma: é um dos maiores deuses hindus e faz parte da trindade master dos deuses do Hinduísmo (junto com Shiva e Vishnu). É o criador do Universo (ou melhor, dos Universos, uma vez que, para os hindus, a História é cíclica, e os universos acabam (e renascem num novo universo), numa sucessão de destruição e criação ininterruptas.



Shiva: é mais um dos grandes deuses hindus e ele também é parte integrante daquela trindade master dos maiores deuses do Hinduísmo (junto com Brahma Vishnu). Ele representa o poder de destruição no Universo. E, já que numa história cíclica - como é a História para os hindus - destruição e criação são como que "dois lados da mesma moeda", ele é um dos deuses mais venerados e respeitados da Índia, tendo muitos templos em sua homenagem.



Vishnu: é outro dos importantes e populares deuses hindus e também faz parte da trindade master dos deuses do Hinduísmo (e, de novo, junto com Shiva Brahma). Ele é o responsável por conservar, guardar e proteger o Universo e toda a sua ordem cósmica. Quando vem ao mundo dos mortais, assume várias formas (conhecidas como avatares), para se comunicar com os humanos.



Ganesh: é filho de Shiva e é representado como um garoto com cabeça de elefante. É muito comum na Índia que casas e templos sejam ornamentados com a figura deste deus, já que ele é considerado como uma espécie removedor de obstáculos. E é também fonte de prosperidade e de riquezas.



Agni: é o responsável pela conexão entre os seres humanos e os deuses, sendo, portanto, o mensageiro dos deuses. Alguns relatos dizem que ele é o filho mais velho de Brahma e sua chama é apagada e acesa novamente, dia após dia.



Hanuman: é um deus super poderoso que tem a cara de um macaco. Ele representa - para toda a humanidade - a devoção pura, bem como também a mente humana e a rapidez do pensamento.



Rama: é um deus que é referência de boa conduta e de ética, sendo também um exemplo de bom administrador e de um ser fraterno. Em suma, ele representa a excelência das coisas e de tudo.



Kali: é a esposa de Shiva e também é considerada a fonte de tudo (bem como dos seres humanos). Por outro lado, é também a deusa da morte, sendo representada sempre manchada de sangue e com cobras e crânios humanos pendurados no pescoço. É bastante venerada pelos hindus.



Krishna: ele é o deus do amor dos hindus, seu nome significa "o todo atraente" e representa também o conceito de verdade absoluta. Sabe tudo o que já aconteceu, o que está acontecendo e o que ainda irá acontecer, bem como possui a misericórdia infinita.



Durga: é uma deusa guerreira, uma grande caçadora de demônios e está sempre cavalgando um tigre ou um leão. Tem de 12 a 18 braços (dependendo de qual região vem a sua representação artística), e, em cada uma das mãos, traz uma arma (cada uma delas dada por um dos deuses do Hinduísmo).


Algumas curiosidades do Hinduísmo 

* A vaca realmente é considerada um animal quase santo pelo Hinduísmo, não podendo ser desrespeitada de forma alguma. Elas são consideradas mais puras que os brâmanes (a mais alta casta da sociedade hindu). Tudo isso se deve primeiro ao fato de que alguns deuses vem à Terra na forma deste animal, e, em segundo, devido a noção de reencarnação (afinal, se comermos a carne de uma vaca, podemos estar comendo a carne de um de nossos ancestrais).

* Como os gregos antigos (cujos deuses moravam no topo do Monte Olimpo, a maior montanha da Grécia), os hindus - e o seu Hinduísmo - também achavam que seus milhares de deuses moravam no topo do Monte Meru (uma montanha próxima ao Monte Everest - a montanha mais alta da Terra - que fica na Cordilheira do Himalaia).

* O deus Shiva tem três olhos, sendo que os dois que ficam nas órbitas normais (como os olhos dos humanos), representam o Sol e a Lua. Já o terceiro olho fica na testa e simboliza a sabedoria.

-.- X -.-

Espero que tenham gostado dessa breve História do Hinduísmo. E aguardem para mais adiante a continuação da série de História das Religiões (a número II será sobre a História do Judaísmo). Até lá, então...