sábado, 26 de setembro de 2020

Valmir, 50 Anos: meio século de História através da história de minha vida (1970 - 2020)




Neste artigo farei algo diferente - uma coisa inusitada, mesmo - à grande maioria dos historiadores: falarei da História contemporânea ao meu tempo de vida (no caso, exatamente o tempo de vida por mim vivido até o momento), uma vez que estou completando os meus 50 anos de vida, e, sendo assim, irei falar da História que ocorreu, exatamente durante esse meio século de vida em que eu vivi.

[Logo acima: uma de minhas fotos mais antigas, quando eu tinha por volta de uns 4 anos de idade. O sorriso lindo foi obra de minha mãe, que auxiliou muito bem o fotógrafo que a tirou...] 

Digo ser difícil esse tipo de assunto aos historiadores, pois eles, invariavelmente, preferem falar de tempos passados, não vividos por eles, os próprios historiadores em questão. Acho que o caso mais notório de um historiador que ousou falar de seu próprio tempo foi o de Eric J. Hobsbawm, em seu ótimo livro "A Era dos Extremos: O Breve Século XX" (onde ele discorre sobre muitos assuntos do século em questão, muitos deles assuntos que o próprio autor vivenciou). Sendo assim, o que irei fazer aqui é algo que segue essa mesma linha (sendo que deve-se - logicamente - se guardar as devidas proporções quanto aos resultados que ambos conseguiram - o do gênio Eric J. Hobsbawm e o deste simplório historiador, professor e blogueiro que vos fala - pois, entre ambos, vai aí uma boa distância (como acadêmico e, principalmente, como escritor). Então - como explicado - vamos a este difícil exercício (de pesquisa e de escrita)...

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Nasci há 50 anos atrás, à 00:05 h do dia 26 de setembro de 1970 (coincidentemente, aos 5 minutos de um outro sábado, como hoje) - no último ano da década de 1960 - no hospital Beneficência Portuguesa, na cidade de São Paulo, sendo filho das famílias, que sou: da parte de meu pai- de migrantes do interior do estado de São Paulo (meu pai nasceu em Promissão, e viveu muito tempo na cidade vizinha, Penápolis), com descendência de brancos europeus (possivelmente, de portugueses paulistas, que fizeram a vida nos sertões da então província de São Paulo), e de indígenas (dos chamados "negros da terra"), sendo, portanto, um "Cabloco" (nome do resultado da miscigenação de um branco com um índio), ao menos pelo que sei (descoberto em conversas com meu próprio pai); e, da parte de minha mãe, de imigrantes de Portugal (uma vez que meu avô era de Moncorvo, na região de Bragança, ao norte de Portugal; e minha avó era da região de Trás-os-Montes, também ao norte de Portugal). 

Porém, antes de começar a minha história - e o que se passou na História durante esse período - é bom falar de alguns dos anos antes de meu nascimento (ou, até mesmo, alguns meses atrás), mostrando alguns dos fatos importantes que ocorreram (e que acho de bom tom citar, antes, a vocês), tais como:

- 1968: aconteceram, na Política (mundial e nacional), o "Maio de 68" (em Paris), e (no Brasil), em dezembro, a Ditadura Militar endureceu de vez, com a assinatura do "AI-5";

- 1969: ocorreram, na Ciência, a tão esperada "Chegada do Homem à Lua" e, na Cultura, o "Festival de Woodstock";

- 1970: em junho (meros três meses e 5 dias antes do meu nascimento), no Esporte, a "Seleção Brasileira de Futebol" conquistou o "Tricampeonato Mundial de Futebol" (durante a Copa do Mundo do México).


Como serão muitos os fatos históricos da qual falarei aqui, eu - na maioria das vezes - os citarei de forma mais leve, não chegando a me aprofundar muito sobre os mesmos (coisa que muitos dos artigos do próprio acervo do blog "Histérica História" já o fez - ou o fará). Outra coisa que acho importante colocar pra vocês é que, para uma melhor compreensão, eu dividirei os assuntos nas 5 décadas que os 50 anos comporão (sendo que assim poderá ficar mais fácil, tanto de escrever, quanto para a leitura de todos vocês), algo que inicio logo a seguir:


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DÉCADA DE 1970 (de 1971 a 1980)




Minha primeira década de vida foi a de minha mais tenra infância, até eu completar os meus 10 anos de idade, momento este o de minha educação formal (em casa e, depois, na escola), sendo que a primeira, em casa, me foi dada por minha mãe, Irma Amélia Frias Gonçalves (1940-2019), que, como dona de casa, acompanhou meu crescimento e minha educação ali, de forma bem próxima; bem como por meu pai, Joaquim Candido Gonçalves Filho (1944-1995), que, mesmo trabalhando muito (como operário de indústria metalúrgica que era), também participou muito de minha educação - podendo ser este um diferencial quanto às crianças dos dias de hoje, cuja educação acaba sendo relegada somente àquela dada pela escola, nas redes de ensino (sendo esta uma crítica construtiva, imbuída de empatia quanto às mudanças que os pais e mães passaram nos quarenta anos que esses fatos têm de lapso de tempo) - coisa que é bem rara nos dias atuais. Já quanto à minha educação formal, a iniciei em 1977 (ano em que eu tinha 6 anos - já que completaria, somente no final de setembro daquele mesmo ano, os meus 7 anos), estudando - pela primeira e última vez - em um colégio particular (devido aos fatos citados acima), ingressando neste colégio no 1.º Ano (migrando - à partir do 2.º Ano - para escolas do Ensino Público, em 1978), sendo este o colégio CCI (Centro de Cultura Imirim). Outra coisa digna de nota: não fiz o Maternal, o Infantil, ou mesmo o Pré-Primário (o chamado Prezinho), nada disso; o meu ensino pré-escolar foi brincando com meus primos e primas, nos quintais da família (o de minha casa e o de meus tios e primos, que eram, também, meus vizinhos). Também neste mesmo ano de 1977 ganhei a minha irmã, Elaine Frias Gonçalves (que nasceu em 21 de fevereiro desse ano), encerrando, assim, a minha vida como filho único (que estava boa, mas que melhorou bastante, ganhando mais companheirismo, aventura e muito mais amor com esse fato). Até o final dessa década eu terminaria o que hoje é o Ensino Fundamental I, acabando a 4.º Ano em 1980 (tendo passado pelo CCI - particular - a E.E.P.G. Professor Dayli Resende França, em uma escola que não me lembro o nome (uma escola de lata) - logo que me mudei para a cidade de Jacareí - e, por fim, a E.E.P.G. Barão de Jacareí - todas estas, públicas). Como demonstrado, vivi na cidade de Jacareí - de 1978 até 1981 (pelo que me lembro) - única experiência de mudança de cidade que tive (devido a mudança de endereço da empresa que meu pai trabalhava). E assim, foi findando minha infância, e se avizinhando a minha adolescência, com a chegada de uma nova década...


FATOS HISTÓRICOS DO PERÍODO: 

Com o início dessa nova década, a Ditadura Militar no Brasil (desde 1969, sob o domínio do novo ditador da vez: o General Emílio Garrastazu Médici), endureceu de vez - após a assinatura do "AI-5" (em 1968) - levando a oposição à luta armada da esquerda revolucionária (algo que aconteceu de forma bem forte durante esta mesma década). Também nessa década ocorreu a Comemoração pelo "Sesquicentenário da Independência" (quando, em 7 de setembro de 1972, comemorou-se os 150 anos da "Independência do Brasil"). Mais adiante, em 1974, ocorreu a Crise do Petróleo (quando os países do Oriente Médio, num ataque econômico ao Ocidente - em especial, aos Estados Unidos da América - aumentaram o preço do petróleo, levando seu preço às alturas). Esse fato culminou com muitas mudanças, em especial a ocorrência da Revolução Iraniana, em 1979. Ao final dessa década, no Brasil, começou a ocorrer o processo de "Abertura Política" - à partir de 1977, já com o novo mandatário da Ditadura Militar, o General Ernesto Geisel, que deu um grande passo na direção desta última - rumo ao que ele mesmo chamava de uma "Abertura lenta, gradual e segura" - culminando, em 1979, com a aprovação da Anistia Política (que visava trazer os brasileiros que se encontravam exilados no exterior, em especial, os políticos), coisa que acabou sendo levada a tento. Dessa forma, a década de 1980 se iniciava com uma pequena esperança, mostrando que a nossa ditadura parecia estar chegando próxima de seu capítulo final.  




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DÉCADA DE 1980 (de 1981 a 1990)




Com o início de uma nova década, chega a minha passagem para a adolescência e a juventude. De 1981 a 1984 acabei de cursar o que seria o atual Ensino Fundamental II - da 5.ª série à 8.ª série (uma pequena parte cursado na E.E.P.G. Barão de Jacareí e, após nosso retorno a São Paulo, todo o restante desse período foi cursado na escola E.E.P.G Capitão Pedro Monteiro do Amaral, na Casa Verde, em São Paulo) - e, de 1985 a 1987, o que se chamava, meramente, de Colegial (o atual Ensino Médio), do 1.º ano ao 3.º ano (todo ele cursado na escola E.E.P.S.G. Barão Homem de Mello) - terminando meus estudos básicos aos 17 anos. Depois disso, já que eu desenhava desde os meus 5 anos de idade (e já que havia feito alguns esporádicos e pequenos cursos de desenho), acabei iniciando um curso mais longo - na escola "Núcleo de Artes" - sendo ele o curso de "História em Quadrinhos e Desenho Publicitário" (curso este que fiquei durante, mais ou menos, 4 anos). Quanto a iniciar minha vida profissional, comecei a trabalhar (como a maioria dos garotos de minha geração), como "Office-Boy" (em uma empresa de Contabilidade), quando tinha de 13 para 14 anos, em 1984. Justamente devido ao meu curso de desenho, em 1989, com 18 para 19 anos, comecei a trabalhar na área da Publicidade - sempre na área de Artes (como Assistente de Artes, Diretor de Artes Jr., etc...) - coisa que fiz durante o decorrer dos 8 anos seguintes (no decorrer da década de 1990). Também iniciei minha vida social - digamos assim - com o início das baladas, dos namoros, um tempo muito bom, esse...


FATOS HISTÓRICOS DO PERÍODO: 

Em meados dessa década, a Ditadura Militar no Brasil chega ao seu fim - em 1985 - com a eleição (de forma ainda indireta), de Tancredo Neves (o primeiro presidente civil eleito desde 1960, com Jânio Quadros); e, devido à decisão de que a eleição seria indireta, um ano antes - em 1984 - aconteceu a Campanha da "Diretas Já", que reuniu milhares de pessoas em várias capitais (eu estava em um desses comícios, na Praça da Sé, com 13 para 14 anos, já iniciando, assim, minha vida de contestador e de esquerdista). Nesta década houve uma reavivada na Guerra Fria (com o boicote às Olimpíadas de Los Angeles, de 1984, em resposta ao boicote dos países capitalistas às Olimpíadas de Moscou, em 1980). O início do governo civil no Brasil - chamado de "Nova República" - com o governo do vice-presidente de Tancredo (José Sarney, que assumiu após a morte do eleito, em 21 de abril de 1985), não foi fácil (em especial devido aos problemas econômicos que a ditadura deixou), iniciando os planos econômicos (como o Plano Cruzado, de 1986), que foram mudando as moedas de forma bem rápida durante essa década. Em 1988 presenciei a Promulgação da Constituição de 1988 (a nova constituição, após a Ditadura). No âmbito da Cultura, vivenciei o que se convencionou chamar de "Rock Brasilis" (dentre outros nomes), sendo este o momento de nascimento do tão cultuado rock brasileiro dos Anos 1980 (onde muitas das bandas que ali nasceram - como Barão Vermelho, Titãs, Legião Urbana, Os Paralamas do Sucesso, etc... - assisti a muitos shows, destas e de outras). Ao final dessa década, duas coisas muito importantes foram vistas por mim (uma no Brasil e outra no mundo): em 1989, no Brasil, ocorreu a primeira Eleição Direta pós-Ditadura Militar (em que eu, em minha primeira eleição, pude votar, iniciando meus votos na esquerda, desde então, minha principal opção nas eleições em que votei; ou seja, todas elas, desde então...), iniciando o primeiro mandato do candidato vencedor, o então presidente Fernando Collor de Mello, em 1990; e, também em 1989, fui testemunha da Queda do Muro de Berlim, e, no ano seguinte - em decorrência desse fato - o seu capítulo final (que foi a Reunificação da Alemanha), sendo que isso apontou para o próprio Final do Comunismo...  




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DÉCADA DE 1990 (de 1991 a 2000)




Chegando à minha plena juventude, se iniciam - de forma mais densa e forte - os relacionamentos (com os namoros e afins [O que nós chamávamos, meramente, de "ficar"!!]) - me levando em direção a futuras grandes mudanças em minha vida. Shows de bandas nacionais em eventos gratuitos (na maioria das vezes), domingueiras em danceterias e muitas baladas durante a semana (como o Aero Anta, campeão em assiduidade, devido aos muitos convites ganhos - por mim ou por amigos - em ligações para a 89 FM). Também com relação a minha vida profissional e acadêmica, mudanças viriam. Namoros mais duradouros, entrada no mundo encantado dos concursos públicos (entrando na SABESP, em 1996, onde fiquei mais de 8 anos), entrada tardia na faculdade (Publicidade e Propaganda, na segunda turma deste curso, na Universidade Presbiteriana Mackenzie, também em 1996 [Graduação que não terminei, devido ter pego DP no primeiro semestre, o que transformaria meu curso numa bola de neve, demorando para findá-lo!!]). E, olhe só: o Ano 2000 - tão vivenciado na cultura pop de minha vida - estava chegando, em seu último ano final do Século XX (trazendo também o advento de um novo milênio)...


FATOS HISTÓRICOS DO PERÍODO: 


A Redemocratização no Brasil seguia seu rumo, e, em 1992, o povo teve de tirar seu presidente do poder, de forma de constitucional e democrática, com o Impeachment de Collor (eu estava entre os chamados "Caras-Pintadas", em algumas manifestações), mostrando que nossa insipiente democracia ainda tinha muito pela frente; em 1994, entra em cena o Plano Real (no governo de Itamar Franco, o vice que assumiu após o impeachment, com seu ministro da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso - o FHC - que se tornaria o próximo presidente, por dois mandatos, já que em seu primeiro mandato foi instituída a Reeleição, em 1997). No mundo, seguia-se numa espécie de ressaca após o Fim do Comunismo (com a Rússia querendo ter sua influência assegurada, mesmo sem o Comunismo)...




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DÉCADA DE 2000 (de 2001 a 2010)




Pronto, sou adulto, rsss... Com essa nova década vieram mudanças, Engatei um relacionamento sério, noivei, casei!! Antes, fui morar sozinho; depois, já tínhamos onde morar; mudamos pra casa de minha mãe (necessidade dela), e trocamos de apartamento (tempos bons do casamento). E, pra culminar: ela ficou grávida de um meninão - o Gabriel Frias Gonçalves, meu filhão e companheiraço - que nasceu em 2010 (pra coroar esse tempo bom). Já quanto a minha vida acadêmica, ingressei na Universidade Cruzeiro do Sul - com bolsa de estudos integral (pela Universidade) - em 2007, e me formei Professor de História em 2009; quanto a profissional, saí da SABESP (erro meu, que acabou trazendo coisas boas), e entrei na SPTrans (outro erro, que não trouxe nada de bom)...


FATOS HISTÓRICOS DO PERÍODO: 


O Século XXI - e o chamado Terceiro Milênio - começou mal, com o evento da 11 de Setembro, nos Estados Unidos da América, dando uma nova cara à política mundial (e mesmo à guerra). Com isso, durante toda a década, outros atentados foram ocorrendo, em outras partes do Ocidente (como Madrid ou Londres), mas todos com dimensões menores que o atentado que os originou (o 11 de Setembro). No Brasil, a esquerda chegou ao poder - com a Eleição de Lula, em 2002 - que ficou por dois mandatos consecutivos, e elegeu sua sucessora, Dilma Roussef, em 2010...




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DÉCADA DE 2010 (de 2011 a 2020)




Na última década de minha vida, me tornei Professor de HISTÓRIA, passando por alguns colégios particulares - à partir de 2011 - e acabei por prestar concurso novamente, tornando-me Professor de História da Secretaria de Educação do Estado de São Paulo - onde entrei em 2014 - cargo que ocupo até hoje. Academicamente, entrei - por duas vezes - no Mestrado de "Educação, Arte e História da Cultura" (pela Universidade Presbiteriana Mackenzie), não terminando em nenhuma das vezes (motivos financeiros, tão comuns às vidas de professores, infelizmente). E, em 2012, lancei meu primeiro livro, "Conversas de Boteco - Entrevistas com Anônimos Quase Famosos de nossa História" (um romance histórico-humorístico), pela Editora Multifoco (com lançamento num boteco histórico, o FrangÓ, na Freguesia do Ó). Me separei em 2016, depois de 11 anos de casado (chato, em certos pontos, porém, necessário)... 


FATOS HISTÓRICOS DO PERÍODO: 


Democracia no Brasil tomou golpes, socos e tapas, mas seguiu. Nessa década houve grandes eventos esportivos no Brasil, com a Copa do Mundo, em 2014, e as Olimpíadas do Rio de Janeiro, em 2016. Por fim, após mais de 100 anos, outra grande epidemia (como a que ocorreu, em 1917, com a Gripe Espanhola) - esta, uma grande pandemia - aconteceu no mundo (atingindo o Brasil em março de 2020), iniciando o processo de Pandemia do Corona Vírus (fato pela qual ainda estamos passando, e que pode trazer muitas consequências novas às nossas vidas)...




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Espero que tenham curtido essa viagem tanto quanto eu curti escrevê-la. E que venham mais 50 anos...


sexta-feira, 18 de setembro de 2020

Os 70 Anos da TV no Brasil

No dia de hoje, 18 de setembro - há 70 anos atrás, em 1950 - era inaugurada a primeira TV do Brasil (começando um processo que, nestes 70 anos, transformou o nosso país num dos grandes desse meio de comunicação), com gêneros como a teledramaturgia e os programas humorísticos ou musicais...

Mas, quando o assunto é a TV, imagens falam mais que palavras. Como as que veremos a seguir, com as imagens da Inauguração da TV Tupi (gentilmente cedidas pelo YouTube), a primeira emissora de TV, inaugurada em 18 de setembro de 1950!!




E o Brasil nunca mais foi o mesmo!!...

sábado, 12 de setembro de 2020

Entre AS CRÔNICAS DE NÁRNIA e O SENHOR DOS ANÉIS: a primeira metade do século XX através de duas grandes obras da Literatura de Fantasia



Através deste artigo vamos analisar alguns fatos da primeira metade do século XX, nos utilizando da comparação entre duas das grandes obras da Literatura de Fantasia (que praticamente deram início - ou um reinício - à este tipo de literatura, durante o próprio século XX), no tocante ao momento histórico de suas respectivas produções e posteriores publicações. Estamos falando de duas séries literárias, que são: "As Crônicas de Nárnia", do escritor irlandês C. S. Lewis, e de "O Senhor dos Anéis", do escritor britânico J. R. R. Tolkien...

Para tanto, iremos apreciar as biografias dos dois autores, suas obras em questão (e um pouco de suas bibliografias), a produção e publicação de suas respectivas obras literárias (relembrando também como foi a transposição destes livros para o cinema), terminado com uma análise dos fatos históricos pertinentes às obras e seus autores.

Vamos, portanto, a toda essa análise...




* Clive Staples Lewis - ou, como ficou comumente conhecido, C. S. Lewis - é irlandês e nasceu em 29 de novembro de 1898, na cidade de Belfast, na Irlanda (hoje, no território da atual Irlanda do Norte), sendo, portanto, um cidadão britânico. Teve uma infância feliz, em meio aos livros da biblioteca de sua família, na propriedade dos Lewis, na região dos campos da Inglaterra. Serviu durante a Primeira Guerra Mundial, algo que influenciou bastante a sua vida. Ainda durante a guerra, quando foi forçado a servir, teve de parar seus estudos em Oxford (onde havia entrado em 1916); após o término da guerra, em 1918, focou em sua carreira acadêmica, tendo voltado aos estudos. Formou-se em Letras e Literatura, aos 22 anos, em 1920. Foi professor de Literatura Medieval e Renascentista, bem como um escritor prolífico (tendo escrito não somente livros de ficção - onde ficou mais conhecido - mas também obras acadêmicas extremamente importantes). Morreu em 1963, em Oxford, na Inglaterra, aos 64 anos, após um ataque cardíaco - que o levou a um coma de 2 dias - e acabou morrendo, em 22 de novembro de 1963 (coincidentemente, o mesmo dia das mortes do presidente dos Estados Unidos da América, John F. Kennedy, e do também escritor, Aldous Huxley), e há exatamente uma semana de completar os seus 65 anos de idade...

* John Ronald Reuel Tolkien - ou, como é realmente conhecido, J. R. R. Tolkien - nasceu, em 3 de janeiro de 1892, em Bloemfontein, na região do Orange, no sul da África (na atual África do Sul), sendo, assim, um cidadão britânico, também. Aos três anos de idade passou a viver na Inglaterra, tendo iniciado seus estudos superiores, doutorando-se em Letras e em Filologia (pela Universidade de Liège, de Dublin), tornando-se professor universitário da Universidade de Oxford. Também serviu durante a Primeira Guerra Mundial, algo que o influenciou bastante, porém, de uma forma mais intensa do que a que acometeu C. S. Lewis. Como escritor, é autor de obras de não-ficção - obras acadêmicas - e de obras de ficção - em especial, suas obras de seu universo de "O Senhor dos Anéis" - sendo esta última a obra que o fez mais conhecido. Morreu em 2 de setembro de 1973, aos 81 anos, em Bournemouth, na Inglaterra...   


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AS CRÔNICAS DE NÁRNIA

Na obra mais conhecida de C. S. Lewis - a série de 7 livros "As Crônicas de Nárnia" (escritos entre 1949 e 1954, e publicados entre 1950 e 1956) - apresenta-se um clássico da Literatura de Fantasia do século XX, que, juntamente com as obras de Tolkien, deram um novo fôlego ao gênero (então, meio esquecido pelas editoras). Como dito, a obra foi dividida em 7 livros (como exposto abaixo, seguindo as datas de publicação originais):

1.º) - "As Crônicas de Nárnia: O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa" (1950)
2.º) - "As Crônicas de Nárnia: O Príncipe Caspian" (1951)
3.º)"As Crônicas de Nárnia: A Viagem do Peregrino da Alvorada" (1952)
4.º)"As Crônicas de Nárnia: O Trono de Prata" (1953)
5.º)"As Crônicas de Nárnia: O Cavalo e seu Menino" (1954)
6.º)"As Crônicas de Nárnia: O Sobrinho do Mago" (1955)
7.º)"As Crônicas de Nárnia: A Última Batalha" (1956)




Com relação à temática, a série "As Crônicas de Nárnia" costuma atingir mais - e ter uma maior interação e abrangência - o público infanto-juvenil (sendo, por isso mesmo, considerada por muitos críticos como uma obra destinada a este público específico, mesmo que muitos e muitos adultos também a leiam), diferente da forma como a obra de Tolkien acabou sendo entendida e tratada pela crítica e pelo mercado editorial. Esta extensa série de Lewis foi adaptada para o rádio, o teatro, a televisão e o cinema (porém, sempre de uma forma incompleta, já que alguns livros ficaram de fora destas mesmas adaptações), sendo mais contemporânea a nós os filmes que foram adaptados para o cinema entre 2005 e 2010. Para tanto, a seguir vão os filmes (com seus dados principais), e, mais abaixo, o trailer do primeiro filme (para relembrarmos um pouco) [Gentilmente cedido pelo YouTube]:

1.º) - "As Crônicas de Nárnia: O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa" (2005) - Direção: Andrew Adamson
2.º) - "As Crônicas de Nárnia: O Príncipe Caspian" (2008) - Direção: Andrew Adamson
3.º) - "As Crônicas de Nárnia: A Viagem do Peregrino da Alvorada" (2010) - Direção: Michael Apted


TRAILER DO FILME: "As Crônicas de Nárnia: O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa" (2005) - Direção: Andrew Adamson




O SENHOR DOS ANÉIS

A sua obra mais conhecida é como se fosse uma parte de um todo muito maior, de uma espécie de "universo" criado por seu autor, J. R. R. Tolkien, algo tão extenso e profundo que o próprio chegou a cunhar até mesmo um novo termo para o tipo de literatura que ele fazia: a "Mitopeia" (algo como que uma "epopeia mitológica"), sendo a sua série complementar a outros livros. Portanto, focarei, aqui, na série - de 3 livros, "O Senhor dos Anéis" (escritos entre 1937 e 1949, e publicados entre 1954 e 1955) - série que é um clássico da Literatura de Fantasia do século XX, que, juntamente com as obras de Lewis, deram enorme força ao gênero. Além dessa série, há também o livro "O Hobbit" (lançado em 1937, sendo, portanto, anterior à série "O Senhor dos Anéis", tanto em seu lançamento, na vida real, quanto na estória do livro), bem como o livro "O Silmarillion" (lançado postumamente, em 1984, como uma espécie de "manual de instruções" da Terra Média, um calhamaço com uma quantidade enorme de informações aos fãs dos livros, da estória e do próprio "universo" - da "Mitopeia" - de Tolkien). Sua obra-prima foi dividida em 3 livros - mais o livro "O Hobbit"antes, e "O Silmarillion"depois. Para um melhor entendimento, dispusemos os livros na ordem (como exposto a seguir, pelas datas de publicação originais dos mesmos):

- "O Hobbit" (1937)

1.º) - "O Senhor dos Anéis: A Sociedade do Anel" (1954)
2.º) - "O Senhor dos Anéis: As Duas Torres" (1954)
3.º) - "O Senhor dos Anéis: O Retorno do Rei" (1955)

"O Silmarillion" (1984)




Com relação à sua densa e profunda temática, a série "O Senhor dos Anéis" costuma não ser tão ligada ao público infanto-juvenil, diferente da forma como a obra de Lewis acabou sendo entendida e tratada pela crítica e pelo mercado editorial. A obra de Tolkien também foi adaptada para o rádio, o teatro, a televisão e o cinema, sendo mais contemporâneo a nós os filmes que foram adaptados para o cinema, a partir de 2001 (e, depois, com uma segunda trilogia, desta vez de "O Hobbit"). Para tanto, a seguir vão os filmes da série "O Senhor dos Anéis" (com seus dados principais), e, mais abaixo, o trailer do primeiro filme (para relembrarmos) [Gentilmente cedido pelo YouTube]:

1.º) - "O Senhor dos Anéis: A Sociedade do Anel" (2001) - Direção: Peter Jackson
2.º) - "O Senhor dos AnéisAs Duas Torres" (2002) - Direção: Peter Jackson
3.º) - "O Senhor dos AnéisO Retorno do Rei" (2003) - Direção: Peter Jackson


TRAILER DO FILME: "O Senhor dos Anéis: A Sociedade do Anel" (2001) - Direção: Peter Jackson




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FATOS HISTÓRICOS DA VIDA DOS AUTORES E DAS ESTÓRIAS:

Os fatos históricos que permeiam as vidas dos dois autores é o próprio "Século XX", com a Primeira Guerra Mundial, o Período do Entre-Guerras, a Segunda Guerra Mundial, chegando até mesmo em parte da Guerra Fria. Porém, nas vidas de C. S. Lewis e de J. R. R. Tolkien o fato mais marcante foi a Primeira Guerra Mundial, na qual os dois serviram. No caso de Lewis, ficou marcada pela morte em batalha de um amigo seu - de antes da guerra - tendo os dois feito um pacto de, caso um dos dois morressem, o amigo que sobreviveu cuidasse da mãe do amigo que faleceu (promessa que Lewis cumpriu, até a mãe de seu amigo morrer); já Tolkien participou de batalhas sangrentas e voltou das trincheiras com sérios traumas de guerra (coisa que influenciou sua obra, uma vez que, quando Frodo consegue destruir o "Um Anel", voltando para o Condado, ele volta transformado - transtornado também seria uma boa palavra - tem insônias e torna-se - como seu criador - uma espécie de "neurótico de guerra"). Já quanto as obras em si, ambas bebem de fontes folclóricas e mitológicas, com histórias que são fábulas fantásticas onde habitam animais falantes, feiticeiras, cavaleiros, elfos, anões, hobbits, dragões - seres  que povoavam as lendas da Idade Média (muitas dela ligadas a criação dos reinos bárbaros).


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Gostou desse tipo de artigo, mesclando História e Literatura? Então clique no link abaixo, com um artigo da semana passada (também do acervo do blog "Histérica História"), cuja temática é essa mesma:




E continue prestigiando nosso blog... Abraço!!...

domingo, 6 de setembro de 2020

Entre SHERLOCK HOLMES e HÉRCULE POIROT: uma análise da virada do século XIX para o século XX através de duas grandes personagens da Literatura Policial



Os dois personagens que apresentaremos neste artigo são impares em muitos sentidos. Pra inicio de conversa, tem níveis de conhecimento do público bem diferentes. Enquanto o detetive inglês Sherlock Holmes é mundialmente conhecido - e seu autor, o escocês sir Arthur Conan Doyle, tenha sido, ao menos para a maioria dos fãs do detetive, eclipsado por este último - e enquanto o detetive belga Hércule Poirot não é tão conhecido assim, pelo menos não entre os não tão habituados assim aos livros de sua criadora - sendo, esta sim, mundialmente conhecida, a grande escritora inglesa da literatura policial, a "Rainha do Crime" (como ficou conhecida), Agatha Christie, as histórias dos dois - e a História mesmo - seguia caminhos paralelos. 

Mas, por que estas personagens - bem como seus autores (de forma mais ou menos intensa) - são tão lembrados ainda hoje? Afinal, eles são escritores de uma literatura até hoje considerada menos importante?? Falamos da literatura policial...

A grande explicação para isso pode ser a de que as obras de sir Arthur Conan Doyle e da senhora Agatha Christie acabam sendo como que janelas para entendermos um mundo já distante do nosso, este em que vivemos, já em pleno século XXI: o momento da passagem do século XIX para o século XX (em especial, o auge do Imperialismo britânico, e seus desmembramentos, antes - e mesmo durante - as Grandes Guerras).

E é isso que veremos com mais análise durante este artigo...





Arthur Ignatius Conan Doyle nasceu em Edimburgo, na Escócia, em 22 de maio de 1859, e foi médico de profissão, sendo que, ainda durante a faculdade de medicina, em 1887, publicou - na revista de bolso "Beeton's Christmas Annual" - uma história, "Um Estudo em Vermelho", onde aparecia a personagem que seria a sua criação imortal: o detetive Sherlock Holmes, um intelectual da perícia criminal, que era perito em química, bem como um expert sócio-comportamental, com grande conhecimento psicológico. Ao mesmo tempo, ele tem muitos defeitos - ao menos, aos nossos olhos do século XXI - como ser extremamente egocêntrico, ser dependente de cocaína (já que esta era, à época, considerada ainda como um tipo de remédio, uma droga "do bem"), sendo também um solteirão convicto (o que o tornava, também, um tanto quanto machista), e mantinha uma estreita amizade com o médico Dr. John H. Watson (que o ajudava nas investigações, mais como interlocutor de Holmes, em suas divagações criminalísticas). O excêntrico detetive inglês se tornou o protótipo do grande gênio elucidativo, e, mesmo que sua carreira literária não tenha sido tão extensa (como muitos devem pensar ser), ficou extremamente conhecido (tendo vencido - neste quesito - em muito, o autor que o criou). Suas histórias foram publicadas entre 1887 e 1924 (mostraremos todas as obras dele - com Sherlock Holmes - mais adiante neste artigo). Foi agraciado com o título de cavaleiro, em 1902, tornando-se sir Arthur Conan Doyle, e acabou morrendo de ataque cardíaco, em sua casa, em Crowborough, na Inglaterra, em 7 de julho de 1930. Ele tinha 71 anos...


FATOS HISTÓRICOS DO PERÍODO DAS AVENTURAS LITERÁRIAS DE SHERLOCK HOLMES:

Em 1885 houve a Conferência de Berlim, que acabou por fazer uma espécie de divisão da África e de boa parte da Ásia entre as nações industrializadas da Europa, coisa que demostrou que a chamada Belle Époque não existia para todos (e que, dentro dela cabia também o processo da Paz Armada, com sua corrida bélica e suas alianças secretas), bem como se passam os problemas diplomáticos entre as grandes potências industrializadas, ocorridas devido a existência do Imperialismo europeu (e aos problemas que irão levar à própria Primeira Guerra Mundial, no início do século XX), e a Grande Depressão da década de 1930.


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Já a grande "Rainha do Crime", Agatha Christie  - que nasceu, em 15 de setembro de 1890, em Devon, na Inglaterra, como Agatha Mary Clarissa Miller (ganhando seu conhecidíssimo nome artístico quando de casou com Archibald Christie, em 24 de dezembro de 1914) - lançou seu primeiro livro, "O Misterioso Caso de Styles", em 1920, lançando, também, sua personagem mais famosa, o detetive belga (viciado no uso das "células cinzentas" de seu privilegiado cérebro para a resolução dos intrigantes crimes para qual lhe incumbiam as autoridades): Hércule Poirot. Mesmo tendo se divorciado em 1928 - e tendo se casado novamente, com o arqueólogo sir Max Mallowan, em 1930 (fato que trouxe para a trama de suas histórias o mundo das descobertas arqueológicas) - não mudou seu nome artístico. E, diferente do que aconteceu com o Sherlock Holmes, de Doyle, o detetive belga Hércule Poirot não foi a única grande personagem de Agatha Christie, em sua extensa bibliografia na literatura policial (é só vermos a também bastante conhecida Miss Marple, e algumas outras personagens, que aparecem em alguns de seus livros), vindo daí - talvez - o notoriedade não tão onipresente que Poirot tem na obra de Christie (mesmo que a bibliografia da autora seja bem maior que a de Doyle). Morreu no dia 12 de janeiro de 1976, em Wallingford, na Inglaterra, aos 85 anos de idade...


FATOS HISTÓRICOS DO PERÍODO DAS AVENTURAS LITERÁRIAS DE HÉRCULE POIROT:
 
Já a obra de Agatha Christie é construída a partir do início do século XX, nos chamados Loucos Anos 1920, no momento do Pós-Guerra - e do Entre-Guerras - entre a Primeira Guerra Mundial e a eclosão da Segunda Guerra Mundial (passando pelos problemas da Queda da Bolsa de Nova York, em 1929, e da Grande Depressão, nos anos 1930), bem como o aparecimento dos Governos Totalitários, durante a mesma década (decorrentes do mesmo problema econômico mundial), passando até mesmo pelos primeiros - e mais difíceis - momentos da Guerra Fria. Devido ter nascido mais de 30 anos depois de sir Arthur Conan Doyle, teve sua obra lançada durante o século XX, tendo o lançamento de livros inéditos durante muito tempo, ininterruptamente, até o ano de sua morte, em 1976 (sendo que mostraremos todas as obras dela - com Hércule Poirot - mais adiante, neste mesmo artigo)...

  
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E, terminando, segue abaixo todas as obras - dos dois autores - em que suas personagens aparecem:


SHERLOCK HOLMES

1.) Romance: Um Estudo em Vermelho (1887)
2.) Romance: O Signo dos Quatro (1890)
3.) Contos: As Aventuras de Sherlock Holmes (1892)
4.) Contos: Memórias de Sherlock Holmes (1894)
5.) Romance: O Cão dos Baskerville (1902)
6.) Contos: A Volta de Sherlock Holmes (1905)
7.) Romance: O Vale do Medo (1915)
8.) Contos: Os Últimos Casos de Sherlock Holmes (1917)
9.) Contos: Histórias de Sherlock Holmes (1927)


HÉRCULE POIROT

  1.) Romance: O Misterioso Caso de Styles (1920)
  2.) Romance: Assassinato no Campo de Golfe (1923)
  3.) Romance: Poirot Investiga (1924)
  4.) Romance: O Assassinato de Roger Ackroyd (1926)
  5.) Romance: Os Quatro Grandes (1927)
  6.) Romance: O Mistério do Trem Azul (1928)
  7.) Peça de Teatro: Black Coffee (1930)
  8.) Romance: A Casa do Penhasco (1932)
  9.) Romance: Treze a Mesa (1933)
10.) Romance: Assassinato no Expresso do Oriente (1934)
11.) Romance: Tragédia em Três Atos (1935)
12.) Romance: Morte nas Nuvens (1936)
13.) Romance: Os Crimes ABC (1936)
14.) Romance: Morte na Mesopotâmia (1936)
15.) Romance: Cartas na Mesa (1936)
16.) Romance: Assassinato no Beco (1937)
17.) Romance: Poirot Perde uma Cliente (1937)
18.) Romance: Morte no Nilo (1937)
19.) Romance: Encontro com a Morte (1938)
20.) Romance: O Natal de Poirot (1938)
21.) Romance: Uma Dose Mortal (1940)
22.) Romance: Cipreste Triste (1940)
23.) Romance: Morte na Praia (1941)
24.) Romance: Os Cinco Porquinhos (1942)
25.) Romance: A Mansão Hollow (1946)
26.) Romance: Os Trabalhos de Hércules (1947)
27.) Romance: Seguindo a Correnteza (1948)
28.) Romance: A Morte da Sra. McGinty (1952)
29.) Romance: Depois do Funeral (1953)
30.) Romance: Morte na Rua Hickory (1955)
31.) Romance: A Extravagância do Morto (1956)
32.) Romance: Um Gato Entre os Pombos (1959)
33.) Romance: A Aventura do Pudim de Natal (1960)
34.) Romance: Os Relógios (1963)
35.) Romance: A Terceira Moça (1966)
36.) Romance: A Noite das Bruxas (1969)
37.) Romance: Os Elefantes Não Esqueçem (1972)
38.) Romance: Os Primeiros Casos de Poirot (1974)
39.) Romance: Cai o Pano (1976)


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Agora um adendo (quanto ao fim que seus autores deram a suas personagens):

* Sherlock Holmes foi morto, em um embate espetacular, por seu arqui-inimigo, o Professor James Moriarty, no conto "O Problema Final", de 1893 (e publicado em 1894, no livro de contos "Memórias de Sherlock Holmes"), aparentemente devido a uma aversão que Doyle estava criando para com a sua personagem literária. Porém, devido a protestos de leitores e cobranças de editores, ele acabou ressuscitando Holmes em seu livro seguinte (com uma explicação bem pouco pormenorizada, dizendo que, ao final do embate, quem havia caído fora somente o Professor Moriarty)...

*Agatha Christie cuidou muito melhor de sua criação, proporcionando boas histórias durante um período bem extenso de publicação, criando uma extensa biografia para a sua personagem mais importante, Hércule Poirot. E, só quando foi sentindo que a sua própria vida poderia estar chegando ao fim, a nossa "Rainha do Crime" lançou, em seu último livro inédito, publicado em 1974, as primeiras grandes aventuras criminalísticas do detetive belga (num tom de puro saudosismo), com o livro "Os Primeiros Casos de Poirot"; mesmo porque, o seu último livro publicado (com a história de como a sua criação máxima morreria), ela já havia escrito - com calma e apuro extra - ainda nos Anos 1940, no romance "Cai o Pano" (que só foi publicado após a morte da autora, em 1976)...


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E, para você que gosta do uso de personagens da literatura ou das HQ's como panos de fundo para analisarmos a História, acesse os dois links abaixo com dois outros artigos (também do acervo do blog "Histérica História"), cuja temática é a mesma. Espero que tenham gostado (e que gostem de rever os artigos a seguir)...








Até uma próxima comparação entre a ficção e a História!!...