sábado, 25 de novembro de 2017

Barão de Mauá: nosso primeiro empreendedor e a pré-industrialização do Brasil


Seu nome era Irineu Evangelista de Sousa, mas passou para a História com o seu título nobiliárquico: Barão de Mauá (e, depois, Visconde de Mauá, este menos lembrado ou conhecido). Nasceu em Arroio Grande - RS, em 28 de dezembro de 1813. Sua família tinha uma pequena estância, próxima a fronteira com o Uruguai. Ele teve várias atribuições em sua vida, todas ligadas ao empreendedorismo, que foi, em última instância, o objetivo primeiro de sua vida e a sua verdadeira profissão. Foi armador, comerciante e banqueiro. Também foi um visionário e, como tal, quis apostar em uma outra atividade ainda no começo em todo o mundo, e muito pouco em voga na América do Sul da época: a indústria.


Tudo começou com a construção da primeira estrada de ferro da América do Sul, a Estrada de Ferro Mauá, terminada em 1854, no Rio de Janeiro. Foi devido à sua construção que recebeu do imperador Dom Pedro II o título de Barão de Mauá, no mesmo ano.

[Abaixo uma montagem com uma imagem de Irineu Evangelista de Sousa sobre uma foto de uma das locomotivas de sua Estrada de Ferro Mauá]




Foi o responsável pela criação do primeiro estaleiro do Brasil, no Rio de Janeiro (onde hoje fica a chamada Praça Mauá, na região portuária da cidade), bem como também da primeira fundição do Brasil, mais uma vez no Rio de Janeiro (em muito por ser o Rio a capital do Império do Brasil). Investiu também em uma frota de barcos à vapor, no Rio Grande do Sul e, de novo no Rio de Janeiro, criou uma usina de gás na capital do império, a Companhia de Iluminação a Gás do Rio de Janeiro.

[A seguir, uma imagem da companhia de gás do Barão de Mauá.]



No auge de seu império, na década de 1860, Mauá tinha 17 empresas em seis países (à saber: Brasil, Argentina, Uruguai, Estados Unidos da América, França e Inglaterra). Por volta de 1867, o valor total dos ativos de todas as suas empresas era maior que o orçamento do próprio Império do Brasil, na proporção de 115 mil contos de réis de Mauá, contra os 97 mil contos de réis do orçamento imperial (para se ter uma ideia melhor do montante é só trocar o termo "mil conto de réis" por "milhões de libras esterlinas"). Seu Banco Mauá foi bastante forte em toda a região platina da América do Sul.

[À seguir, na sequência: uma das fábricas do Barão de Mauá e sua fábrica de cerâmica, ambas no Rio de Janeiro.]




Porém, parece que os regentes da casa dos Bragança e Bourbon (que, afinal, também era a casa real do imperador Dom Pedro II, já que este era neto do rei de Portugal, Dom João VI, a época já morto), parecia não gostar muito da indústria. Afinal de contas, ainda no século XVIII, quando o Marquês de Pombal - Sebastião José de Carvalho e Melo - estando como regente no lugar de Dona Maria I (mais conhecida como "Dona Maria, a Louca"), quis implantar a indústria lusitana, teve bastante resistência da provinciana corte de Lisboa. Ele não conseguiu seu intento e a indústria portuguesa não decolou...

[Abaixo, um retrato do Marquês de Pombal.]


Podemos dizer que o mesmo conflito de interesses se deu entre a ambição industrial de Mauá e a extremamente agrícola e provinciana corte imperial do Rio de Janeiro. Como seus empreendimentos industriais faziam torcer os nobres narizes da corte carioca, alguns de seus membros - sendo estes, banqueiros - começaram a dificultar os investimentos de Mauá. Isso fez com que seus negócios começassem a caminhar, a passos largos, para um rápido declínio, fazendo com que seu império industrial - a mega-empresa Casa Mauá & Cia. - entrasse em falência, sendo esta decretada em 1878.

[À seguir, na sequência: uma das sedes de sua empresa, no Rio de Janeiro, e uma das agências de seu Banco Mauá, em Montevidéu, no Uruguai, em fotos tiradas depois da decretação de falência da Casa Mauá & Cia..]



O Barão de Mauá era um homem a frente de seu tempo, ousando pensar na contramão da maioria. Era um liberalista econômico que comungava com os ideais de Adam Smith e foi um abolicionista desde o início dessa luta (já que concordava com os ingleses, também achando que o novo sistema econômico que estava sendo colocado em prática - o capitalismo industrial - precisava de mão-de-obra assalariada (para que os operários fossem também consumidores), e não de escravos. O legado deixado por Mauá não ficou tão aparente assim (num primeiro momento), porém o tempo foi mostrando que ele ajudou muito o Brasil como a sua experiência de pré-industrialização. E, quando a industrialização veio com mais força, já no início do século XX, ela não era uma total desconhecida dos brasileiros. Mas isso já é outra história (quem sabe para um próximo artigo). Então, até lá...

quinta-feira, 23 de novembro de 2017

Os 40 anos do Punk Rock

Há pouco mais de 40 anos atrás - mais precisamente em 28 de outubro de 1977 - foi lançado o álbum seminal do movimento Punk Rock. Estamos falando de "Never Mind the Bollocks", disco de estréia da banda punk Sex Pistols.

[Abaixo, a capa do disco que foi citado acima.]


O Sex Pistols é considerado como o primeiro grupo de punk rock do mundo, e é uma das mais cultuadas bandas da história do punk. Sendo assim, o lançamento de seu primeiro disco - e único, já que foi somente este LP que foi gravado em estúdio - é considerado como o pontapé inicial do próprio movimento punk. Os shows do Sex Pistols eram selvagens e psicóticos, com a banda destruindo o palco - literal e figurativamente - e seu vocalista, o cantor John Lydon (a época chamado de "Johnny Rotten", algo como "Joãozinho Podre", numa livre tradução), tinha os dentes podres, um visual pra lá de desleixado (a semente do visual punk, com calças rasgadas, camisetas sem mangas e rasgadas e coturnos pretos nos pés), e, não raro, cortava os lábios com latas e garrafas de cerveja lançadas ao palco pelo público (que também não era lá dos mais calmos, é bom que se diga).


A banda Sex Pistols foi formada em 1975, e tinha Johnny Rotten nos vocais (como já vimos), Steve Jones nas guitarras, Paul Cook na bateria e Glen Matlock no baixo (depois, pouco antes do lançamento do disco, este este último foi trocado pelo baixista Sid Vicius). Também é importantíssimo na história dessa banda o seu empresário, Malcolm McLaren, que era considerado como o "quinto integrante" da banda, responsável pela boa divulgação, por shows antológicos (e recheados de problemas, tais como "quebra-quebras" e brigas fenomenais), bem como também pelo batismo da banda (já que foi ele quem deu o nome de Sex Pistols à banda que começava a empresariar, devido mesmo ao nome de uma loja, da qual era dono - que inicialmente se chamava "Too Fast to Live, Too Young to Die" - mas que, pouco antes de McLaren se envolver com a banda, havia tido o seu nome mudado para, simplesmente, "Sex").

[Acima, foto de um dos primeiros shows do Sex Pistols.]


Após este início, várias bandas de punk foram aparecendo - tais como os também ingleses The Clash e os norte-americanos do Ramones - mas o Sex Pistols sempre teve - apesar de sua curta história (a banda não durou nem um ano, tendo terminado já no início de 1978) - a preferência de muitos (inclusive deste que vos escreve), em muito devido aos hits de seu único LP (em especial das ótimas músicas "God Save the Queen" e "Anarchy in U.K.").

[Acima, o Sex Pistols bem no início da banda, poucos depois do lançamento de "Never Mind the Bollocks".]

-.- X -.-

O Sex Pistols acabou disseminando pelo mundo a cultura punk, e no Brasil não foi diferente. Por aqui também várias bandas foram aparecendo, sendo que a  banda que é considerada a primeira do punk brasileiro é a Restos de Nada. Depois vieram outras, tais como: Inocentes, Replicantes, Garotos Podres e Ratos de Porão (para ficarmos somente com as mais conhecidas).

[Na foto abaixo, a banda Restos de Nada.]


Outros meios culturais também ajudaram a divulgar a cultura punk no Brasil, e, das várias fontes (durante os Anos 1980), uma bastante forte foram os quadrinhos da revista "Chiclete com Banana", do cartunista paulistano Angeli, com seu emblemático personagem Bob Cuspe, um sucesso estrondoso...

[Abaixo, o personagem Bob Cuspe, de Angeli, da revista "Chiclete com Banana".]


Porém, como todos os movimentos culturais - e musicais - bastante inovadores e inusitados, o punk perdeu sua força (no mundo e no Brasil), durante as décadas de 1990 e de 2000, e acabou sendo englobado pela mídia e por outros tipos de nuances sociais (tais como a moda, por exemplo).

[Abaixo, foto de moda onde se mostra calças rasgadas, uma herança da moda punk de fins dos Anos 1970.]


Mas também há um adendo que pode dar esperança aos punks de plantão: como muitos movimentos culturais do passado, o punk está sendo reavivado, revisitado e revigorado nos Anos 2010 (como muitos outros, neste mundo cada vez mais globalizado, o punk vai sendo "bebido" como fonte para algo novo, bem como também de uma revisão dos bons movimentos do passado). E isso é uma boa notícia, afinal, o que é bom não pode - e não deve - morrer. Nunca!!!

[Abaixo, punks em uma manifestação política - nos Anos 1980 - coisa que vemos bastante também nos dias de hoje, sendo que alguns são - e muitos acabam sendo confundidos como - do movimento dos "Black Blocks".] 


segunda-feira, 20 de novembro de 2017

Zumbi, o Quilombo dos Palmares e a Consciência Negra



Uma das figuras mais controversas e pouco conhecidas da história do Brasil é Zumbi dos Palmares, o grande líder do bastante citado Quilombo dos Palmares. Digo "controversa'' devido algumas alegações feitas à sua administração no quilombo (como a que diz que havia escravos no quilombo e que o que mais detinha escravos era o próprio Zumbi, coisa que não foi comprovada até hoje); e, digo "pouco conhecida" devido a sua história ainda ser bastante esparsa, superficial e cheia de incógnitas. É intenção desse artigo trazer mais luz sobre este personagem de nossa história. Vamos a ele...

[Acima, uma ilustração de Zumbi dos Palmares que consta de muitos livros didáticos utilizados em muitas das escolas do Brasil...]


Como sua vida é pouco documentada, alguns historiadores dizem que ele nasceu no sertão de Pernambuco (mais precisamente na região da Serra da Barriga), em 1655, e - segundo dizem alguns - nasceu livre; porém, foi capturado e - ainda menino - dado como presente a um padre missionário português (daí ele ter, teoricamente, aprendido a língua portuguesa e o latim); já outros fazem uma alusão a ele ter, possivelmente, nascido na África. Seu nome - Zumbi - vem de um dialeto africano e seu significado é: "fantasma" ou "espectro"; e, foi ele o grande - e último - dos líderes do Quilombo dos Palmares, tendo sido morto num conflito para a destruição do quilombo (que veremos melhor mais adiante). Mas, é bom que se diga, a história do Quilombo dos Palmares é bem anterior à Zumbi, já que se fala de um quilombo na região da Serra da Barriga desde 1580. Outro grande líder do Quilombo dos Palmares Ganga Zumba - tentou (e conseguiu), um acordo com os portugueses para que se acabasse com as hostilidades entre os quilombolas e os fazendeiros do entorno do quilombo. Ah, aproveito para um pequeno e inusitado adendo: a palavra "quilombo" não vem de algum dialeto africano (como muitos podem pensar), mas sim, do tupi, de uma de suas palavras, mais especificamente de "calhambora", que significa: "aquele que foge"

[Acima, uma tela de pintura de Rugendas, com uma representação de quilombo.]


Mas, devido a um racha de poder no quilombo, Ganga ZumbaZumbi começaram a ter ideias distintas de como seria melhor governá-lo (sendo que o primeiro achava que ele e seus súditos do quilombo deveriam fazer um acordo com os fazendeiros, brasileiros ou portugueses; e o segundo não concordava com qualquer tipo de acordo). Isso bipolarizou o poder - e as ideias - no Quilombo dos Palmares, levando a uma guerra entre os simpatizantes de Ganga Zumba e os aliados de Zumbi, sendo que os últimos levaram a melhor, Ganga Zumba foi envenenado (possivelmente por um dos partidários de Zumbi), e o próprio Zumbi chegou, assim, ao poder no Quilombo dos Palmares.

[Acima, uma ilustração mais atual, com uma representação do líder de Palmares, Ganga Zumba.] 




Após 15 anos de sua tomada de poder no Quilombo dos Palmares, o líder Zumbi acabou encontrando um oponente à sua altura, o bandeirante Domingos Jorge Velho (que foi contratado pelo governo de Pernambuco para acabar com o quilombo que mais dores de cabeça dava à elite branca dominante). Os bandeirantes acabaram furando as defesas quilombolas e, em 20 de novembro de 1695, Zumbi foi morto. Após sua morte, seu corpo foi esquartejado, e as partes foram distribuídas e expostas em várias localidades (visando assustar outros negros, demovendo-os de ideias de fuga e de criação de quilombos). Sua cabeça ficou exposta no Pátio do Carmo, em Recife, até que ficasse totalmente em decomposição. E, em homenagem à sua morte (e por sua luta pela liberdade dos negros quilombolas, em última instância), o dia de sua morte ficou conhecido como "Dia da Consciência Negra" (um feriado nacional que foi criado em 2003, no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva). 

[Acima, uma pintura de Benedito Calixto, onde estão representados dois bandeirantes - ao menos como o pintor achava que eles fossem, em fins do século XIX e início do século XX - onde vemos Domingos Jorge Velho, que é o bandeirante à esquerda na tela.]


Mas Quilombo dos Palmares ainda resistiu mais um pouco, mesmo após a morte de Zumbi, sendo que sua queda final aconteceu somente no ano de 1710.

[Abaixo, uma ilustração mais atual com uma representação da queda do Quilombo dos Palmares.]  



A força de Zumbi e do Quilombo dos Palmares ainda se faz presente no imaginário popular, e em meios de comunicação e de movimentos culturais. 

[A seguir, temos um busto de Zumbi dos Palmares próximo ao Setor de Diversões Sul, em Brasília, Distrito Federal. E, logo depois, uma foto de Zumbi dos Palmares, conforme o personagem foi retratado no filme brasileiro "Quilombo", de 1984, dirigido por Cacá Diegues.]  



Mas, por que "Consciência Negra"? Bom, diz-se que este dia deve ser de reflexão e de conscientização da vida dos negros, para uma maior compreensão de sua história, de sua vida e de suas conquistas e lutas. Mas, há mesmo conquistas para se comemorar? Sim, há, tais como as cotas em universidades, o próprio ProUni, a maior atenção da Justiça em casos de racismo, etc... Porém, muito ainda tem de ser feito. E, como um bom "termômetro" disso, nada melhor que as charges (principalmente aquelas que lidam com costumes da sociedade); sendo assim, é com uma delas que vou terminar este artigo (que espero ter sido bem elucidativo e respeitoso para com os negros, uma das três que formaram o povo brasileiro, juntamente com os índios e os brancos)...

[Então, por fim, segue a charge abaixo - de autoria do grande cartunista paulistano Angeli - onde se mostra muito do que é ser negro num país de elite branca, e tudo isso sem a necessidade de muito texto, mostrando que, mesmo com um feriado da "Consciência Negra", o negro ainda está bem longe de ter uma vida realmente digna no Brasil. Uma representação simplesmente excelente!!...]

sexta-feira, 17 de novembro de 2017

A cerimônia do "Beija-Mão": a 'avó' da corrupção no Brasil, ainda no século XIX??...

O Beija-Mão era uma cerimônia - ou mesmo um ritual - que ocorria em Portugal, desde a Idade Média. E ele foi sendo usado em larga escala no Brasil, após a chegada de Dom João, em 1808... 

[Como mostra a pintura/charge abaixo, que foi feita por um artista e militar inglês, cujas iniciais são A.P.D.G., único dado conhecido sobre ele]


Era também usado em diversos reinos da Europa (em especial nos reinos mais absolutistas). O ato era para se passar algumas mensagens, já que, por um lado, mostrava o paternalismo do monarca para com seus súditos; e, por outro lado, bem se mostrava ao rei a submissão de seus súditos (que eram, para o rei, seus vassalos, já que o primeiro pensava muito com uma ótica medieval de monarquia). Vai daí ter sido bastante disseminado na corte francesa (em especial na mega-corte do rei-sol, Luís XIV).


Com o tempo, esse costume foi ficando em uso somente entre nobres e aristocratas, em especial ao se cumprimentar uma dama da sociedade. 

[Como mostra a tela de pintura acima, de autoria de François Brunnery]

A pompa e a circunstância desse costume, como celebração ritualística dos reis e de seus súditos, caiu totalmente em desuso, entre os monarcas europeus, entre o fim do século XVIII e o início do século XIX. Porém, longe da Europa, a família real portuguesa - dos Bragança e Bourbon - manteve a prática em alta, sendo largamente utilizada pelo rei Dom João VI, bem como pelos imperadores do Brasil independente, Dom Pedro I e Dom Pedro II. Durante as cerimônias de coroação e aclamação como rei de Dom João VI, no Rio de Janeiro, em 1818, houve um grande Beija-Mão, como parte das comemorações... 

[À seguir, tela de pintura de Jean-Baptiste Debret, com cena da aclamação de Dom João VI]


  
... e, quando seguiu-se - após a Independência do Brasil - a própria coroação de Dom Pedro I, dentre outros eventos, adivinhe o que aconteceu?? Sim, uma grande celebração de Beija-Mão!! 

[Segue abaixo a tela de pintura que retrata a coroação de Dom Pedro I, de autoria, também, de Jean-Baptiste Debret


Mas, por que será que se manteve uma prática dessas, já em pleno desuso no "Velho Continente", aqui no Brasil?...

Bem, podemos dizer que isso muito convinha à monarquia lusitana, uma vez que, mesmo sendo a dignatária real da colônia do Brasil, ao virem para cá, com todo a sua corte real, estavam em um "território estranho" (é só ressaltar que nenhuma corte europeia havia ido sequer visitar uma de suas colônias, fosse ela na América ou na Ásia; que diria mudar-se para uma de suas colônias, com toda a sua corte). Sendo assim, coube a corte portuguesa reinar de uma forma mais branda - digamos assim - trazendo para si o povo (em especial, a elite brasileira). Assim, valia de tudo, desde ouvir seus desejos - e, quando conveniente e possível, realizá-los - nas cerimônias de Beija-Mão, até criar uma nobreza inchada e bem diferente da nobreza europeia (mesmo a portuguesa), com a venda de títulos de nobreza - sendo que, nesse quesito, a monarquia lusitana criou mais títulos de nobreza, aqui no Brasil - no século XIX - que nos cinco séculos anteriores, em Portugal (vindo daí, o fato desses títulos distribuídos no Brasil não serem hereditários).



Uma inusitada - e última - curiosidade sobre a cerimônia do Beija-Mão: foi devido a ela que o Brasil teve seu primeiro transporte público, uma vez que Dom João VI podia participar dela em qualquer um de seus palácios. Quando era no Paço Real, no centro histórico do Rio de Janeiro, não havia problemas de locomoção, porém, quando o Beija-Mão era no palácio em Santa Tereza ou na Quinta da Boa Vista - lugares muito afastados à época, sendo mesmo considerados como periferias do Rio - a dificuldade de locomoção era grande. Daí ter-se tido a ideia de se criar linhas de transporte público para atender a essa demanda...

Podemos, portanto, concluir que algumas formas de criação de apoio político das quais a monarquia portuguesa se utilizou, eram - na realidade - o início da corrupção brasileira? Bem, não havia esta conotação - à época dos acontecimentos - porém, é muito emblemático que a monarquia portuguesa (e sua cria, o Império do Brasil), tenha se utilizado da cerimônia do Beija-Mão (com o intuito de atender a desejos e pedidos do povo, tanto da plebe quanto de sua elite, visando apoio, em especial do segundo grupo), ou mesmo da venda de títulos de nobreza (com a finalidade de trazer a elite para debaixo de suas asas, fazendo-a adentrar o rol dos nobres, mesmo que de uma "baixa nobreza"), para cair nas graças da elite brasileira, e, assim, melhor governar o Brasil, já que este fazia parte, desde 1815, do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves! Mais "jeitinho brasileiro" que esse, impossível, não acham??... 

[Na ilustração acima, vemos Dom João VI no traço do cartunista brasileiro Spacca, que tive o prazer de conhecer, quando estudei na escola de artes Núcleo de Artes, de São Paulo, em um curso de "História em Quadrinhos e Desenho Publicitário"] 

domingo, 12 de novembro de 2017

Os Políticos mais influentes da História, para o bem ou para o mal...

1) Político Péricles - Atenas, Grécia antiga (494 a.C.-429 a. C.) 

Período no poder: 461 a.C. a 429 a.C.


É considerado um dos pais da democracia ateniense e foi considerado por seu maior oponente e admirador político Tucídides como um populista muito amado pelo povo. Durante seu governo criou-se o que se convencionou chamar de cultura da Grécia clássica, como a construção do Partenon de Atenas, por sobre a colina da Acrópole ateniense. Era conhecido e respeitado mesmo na cidade-Estado de Esparta, notória inimiga de Atenas.


2) Político Caio Graco - Roma, atual Itália (154 a.C - 121 a.C.) 

Período no poder: 126 a.C. foi Questor da província da Sardenha e de 123 a.C. a 122 a.C. foi Tribuno da Plebe 


Foi um político da Roma antiga que teve uma carreira meteórica, acumulando muitos inimigos na atribulada vida política romana. Foi Questor na província da Sardenha e depois foi eleito Tribuno da Plebe, um dos cargos mais incendiários da política romana  durante o período da República.


3) Senhor Lourenço de Médici - Florença, na atual Itália (1449 - 1492)

Período no poder: 1469 a 1492 



Foi o senhor da cidade de Florença durante seu período de maior esplendor. Também foi um grande mecenas, apoiando sábios, artistas e escritores, ajudando, assim, a impulsionar o próprio Renascimento. governou Florença até sua morte, em 1492. 


4) Senhor Ludovico Sforza - Milão, na atual Itália (1452 - 1508)

Período no poder: 1494 a 1499 



Era o senhor da cidade de Milão, na atual Itália, e recebeu o título de Duque de Milão, tendo levado a cidade ao seu período de apogeu durante o século XV. Como Lourenço de Médici, envolveu-se com o mecenato, tendo sido o protetor de Leonardo da Vinci, tendo sido, assim, um dos maiores influenciadores do Renascimento


5) Político Johan van Oldenbarnevelt - nas Províncias Unidas, cidade de Rotterdam, atual Holanda (1547 - 1619)

Período no poder: 1576 a 1586 



Foi um dos políticos que apoiaram Guilherme, o Silencioso em sua revolta contra a Espanha, auxiliando, assim, na criação das Províncias Unidas - que acabariam dando origem ao país da Holanda - governou a cidade holandesa de Rotterdam por uma década, de 1576 a 1586.


6) Presidente George Washington - Estados Unidos da América (1732 - 1799)

Período no poder: 1789 a 1797  



É o 1.º Presidente dos Estados Unidos da América e era fazendeiro, fazia parte da maçonaria, e foi o comandante em chefe do Exército Continental, durante a Guerra da Independência, entre 1775 e 1783. Foi eleito por unanimidade e foi presidente por dois mandatos seguidos. Lançou as bases de governo dos Estados Unidos da América e foi considerado o "pai da Nação" ainda em vida.


7) Líder Robespierre - França (1758 - 1794)


Período no poder: 1789 a 1794 



Um dos líderes da Revolução Francesa, Maximilien de Robespierre era tão radical quanto seu par, Danton, e conseguiu ficar mais tempo no poder, em diversos cargos revolucionários. Porém, Robespierre teve um final igualmente trágico, com o desfecho do período do Terror


8) Líder Danton - França (1759 - 1794)

Período no poder: 1792 a 1794 



Também foi um dos líderes da Revolução Francesa e teve vários cargos revolucionários. Talvez por ser era um ótimo e exaltado orador, foi também advogado e terminou como seus dias como Presidente da Convenção Nacional, tendo sido guilhotinado durante o período do Terror, juntamente com outros revolucionários, como Robespierre.


9) Presidente Abraham Lincoln - Estados Unidos da América (1809 - 1865)

Período no poder: 1861 a 1865 


É o 16.º presidente dos Estados Unidos da América e governou durante a Guerra Civil Americana, entre 1861 e 1865. Comandou a guerra com o uso de tecnologia e logística ferroviária, promovendo a vitória do norte industrializado sobre o sul escravagista, consolidando a ideia abolicionista que levou a libertação dos escravos norte-americanos. alguns dias após a vitória final e a rendição incondicional do sul confederado, um ator, John Wilkes, confederado e querendo vingança pela derrota na guerra, assassina Lincoln com um tiro na cabeça, a queima roupa, pula para o palco e foge em seguida. É considerado um dos 3 maiores presidentes norte-americanos,


10) Chanceler Otto von Bismarck - Alemanha (1815 - 1898)

Período no poder: 1871 a 1890


Foi um dos responsáveis pelo movimento de unificação da Alemanha, consolidado e finalizado com a Guerra Franco-Prussiana, e que terminou em 1871, e dizia que esta guerra iria juntar os vários reinos e principados em volta de uma ideia comum (o que auxiliaria no processo de unificação alemã, coisa que ele estava certo de pensar). Ficou conhecido pela alcunha de "Marechal de Ferro".


11) Presidente do Conselho de Comissários do Povo Vladimir Lênin - Rússia e União Soviética [U.R.S.S] (1870 - 1924)

Período no poder: 1917 a 1924 




Foi o revolucionário que liderou os proletários da Rússia czarista contra os desmandos do czar Nicolau II. Participou da Revolução de Fevereiro de 1917 e, mesmo não concordando coma alguns pontos, apoiou a chamada Revolução Menchevique que pôs Kerensky no poder. E estava à frente da chamada Revolução de Outubro de 1917 (a também chamada Revolução Bolchevique). Foi o responsável pela vitória na Guerra Civil, em 1921 (juntamente com seu braço direito e sucessor que ele queria para o regime que viria, Trotsky) e pela criação da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (U.R.S.S.), em 1922. Morreu muito prematuramente, em janeiro de 1924, em decorrência de vários A.V.C. (acidentes vasculares cerebral). Após sua morte, mesmo com algumas vozes dissonantes, seu corpo foi mumificado (cujo processo é um mistério até hoje), e ficou exposto num mausoléu provisório (que se tornou permanente depois), e é neste mausoléu de granito negro na Praça Vermelha, em Moscou, que está exposto para a visitação pública até os nossos dias, tendo virado uma espécie de atração turística russa (coisa que Lênin não gostaria nem um pouco).


12) Secretário Geral do Partido Comunista da U.R.S.S. Josef Stalin - União Soviética [U.R.S.S.] (1878 - 1953)

Período no poder: 1929 a 1953 



Após a morte de Lênin, houve um racha entre seus possíveis sucessores, Trotsky e Stálin. Ela era, na verdade, um embate de duas ideologias: a da "revolução permanente" (de Trotsky), que achava que a revolução comunista deveria ser 'exportada' para outras localidades; e da da "revolução de um só país" (de Stálin), que achava que a revolução devia ficar somente na U.R.S.S (e cuidar da revolução somente para a Rússia e as outras repúblicas socialistas e soviéticas, e já que eram uma união delas). Ganhou a ideia de Stálin, e Trotsky foi perseguido pelo ex-companheiro de revolução. Com seus Planos Quinquenais, Stálin conseguiu levar modernidade a indústria e a agricultura soviética.Tinha a alcunha de "Homem de Aço" e mostrou porque durante a Segunda Guerra Mundial, quando auxiliou os Aliados a derrotarem o nazismo de Hitler. E, logo após o seu término, levou a U.R.S.S. a tornar-se uma das potências mundiais, acirrando o embate da Guerra Fria contra os E.U.A., levando-o a outros patamares.


13) Presidente Franklin D. Roosevelt - Estados Unidos da América (1882 - 1945)

Período no poder: 1933 a 1945 



É o 32.º Presidente dos Estados Unidos da América e governou o país em dois períodos mais conturbados de sua história no século XX: a Grande Depressão, nos anos 1930, e durante a Segunda Guerra Mundial, de 1939 a 1945. Para o primeiro momento, criou o New Deal ("Novo Acordo"), um conjunto de medidas econômicas que visavam fortalecer a economia (que havia tido um colapso com a Crise da Bolsa de Nova York de 1929), e acabar com o desemprego (com a utilização da mão de obra desempregada em muitas obras do governo). Com relação a Segunda Guerra Mundial, foi o seu grande comandante, levando de forma coesa os E.U.A. tanto no período de neutralidade - de 1939 a 1941 - quanto no período da declaração de guerra, com entrada junto aos Aliados e contra o Eixo dos alemães, italianos e japoneses - de 1942 a 1945 - após o ataque à Pearl Harbor, no Havaí, em 7 de dezembro de 1941. Morreu pouco antes do término da Segunda Guerra Mundial, em 1945.


14) Primeiro-Ministro Winston Churchill - Inglaterra (1874 - 1965)

Período no poder: 1940 a 1945 e 1951 a 1955 



Foi, por dois momentos distintos, escolhido como Primeiro-Ministro da Inglaterra, porém ficará conhecido, mesmo, por sua primeira passagem, de 1940 a 1945 (em substituição ao recalcitrante Neville Chamberlain, enganado por Hitler com um acordo fajuto pouco antes do início do conflito). Esse seu governo coincide com o período de apogeu da dominação nazista na Europa continental, bem como de virada de jogo dos Aliados e a derrocada final do Eixo, após os acontecimentos que se desenrolaram depois do Dia D (o desembarque aliado no norte da França, em 6 de junho de 1944), coisa que se deve muito ao total apoio dos ingleses e do governo de Churchill à empreitada. Quanto as suas estratégias, disse, certa vez que para salvar a Europa do nazismo de Hitler, ele faria até mesmo um acordo com o diabo. "E realmente o fiz!", disse depois, numa alusão ao acordo aliado feito com Stálin). Criou o termo "Cortina de Ferro" para designar os territórios do leste europeu que caíram sob domínio soviético e a própria criação de um bloco soviético.


15) Presidente/Ditador/Presidente Getúlio Vargas - Brasil (1882 - 1954)

Período no poder: 1930 a 1945, divididos nesses períodos: como Presidente Provisório, de 1930 a 1934, como Presidente Constitucional (eleito indiretamente), de 1934 a 1937, e como Ditador do "Estado Novo", de 1937 a 1945; e depois, 1951 a 1954, como Presidente da República (eleito pelo voto direto e democrático)



É o personagem mais controverso - já que é, ora amado, ora odiado - da história da república brasileira. Subiu ao poder no golpe da chamada Revolução de 1930 (que pôs fim ao período conhecido por "República Velha"). Foi o chefe do "Governo Provisório" - de 1930 a 1934 - e, assim, enfrentou a Revolução Constitucionalista de 1932; e, quando foi convocada a Assembleia Constituinte de 1933 (que promulgou a nova Constituição de 1934), foi eleito, de forma indireta, Presidente do "Governo Constitucional" - de 1934 a 1937 - enfrentando, dessa maneira, a Intentona Comunista de 1935; e, mais ainda, quando faltava 1 ano pras novas eleições, alegando um golpe comunista (o chamado Plano Cohen), ele próprio deu um golpe, instaurando a ditadura do "Estado Novo" - de 1937 a 1945 - sendo deposto após o término da Segunda Guerra Mundial (onde se entrou do lados dos Aliados, mesmo sendo o ditador que era, e de sua grande admiração por seus pares europeus, como Mussolini e Hitler). Mostrando sua força política, mesmo deposto acabou por eleger o seu sucessor, o general Eurico Gaspar Dutra; após esse governo, foi eleito, dessa vez pelo voto direto, para ser Presidente do chamado "Governo Democrático ou Populista" - de 1951 a 1954 - terminando seu mandato um anos antes, devido a acusações de corrupção, perseguição a desafetos políticos e outros desmandos. Acabou seu mandato - e sua história na política brasileira - no episódio do suicídio de Vargas, quando se matou com um tiro no peito (na manhã do dia 24 de agosto de 1954). Para uns esse seu ato jogou o Brasil numa grave crise política, e, para outros, isso foi um sacrifício pessoal que impediu - ou, na verdade, atrasou - a tomada de poder pelo golpe militar em 10 anos...


16) Duce Benito Mussolini - Itália (1883 - 1945)

Período no poder: 1922 a 1943



Foi o "homem-forte" da Itália durante a Segunda Guerra Mundial. Antes era um jornalista que pregava ideias de nacionalismo exacerbado, dizendo que os italianos tinham que fazer um retorno às grandezas do Império Romano (quando os romanos - os italianos de então - dominaram o mundo). Subiu ao poder com um pseudo-golpe - onde assustou o governo da Itália com uma passeata de sua "guarda pessoal", os chamados Camisas Negras, que passou para a posteridade como a Marcha sobre Roma. Após este incidente, o governo italiano o chamou para ajudar a compor o governo, quando foi chamado a ser o Primeiro-Ministro, alcançando, assim, a maioria parlamentar e, pouco a pouco, o poder absoluto, tornando-se o "Duce" italiano (algo como o "grande chefe"). Foi o maior aliado de Hitler durante o conflito mundial, porém não estava tão pronto para a guerra quanto seu par austríaco/alemão, tendo que sair da guerra bem antes do que dizia, não atingindo novamente o poder e o tamanho do Império Romano (como dizia que faria), sendo preso (e libertado por uma missão secreta alemã), e, por fim, tendo que fazer uma tentativa de fuga mal sucedida, que acabou com sua captura - pelo próprio povo do norte da Itália - e morte, por linchamento (juntamente com sua amante), onde, após a morte, tiveram seus corpos atacados e violados, já que estavam expostos em praça pública.


17) Führer Adolf Hitler - Alemanha (1889 - 1945)

Período no poder: 1934 a 1945



Foi também o grande "homem-forte", e o grande ditador, da Alemanha - dizendo que iria instaurar o chamado "Terceiro Reich" alemão - com um discurso que conclamava os alemães a lutarem (junto com o seu governo), por uma grande Alemanha, que iria buscar o seu chamado "espaço vital". Diferente de seu par italiano, Hitler alçou ao poder de forma legal e constitucional (já que foi levado ao governo, inicialmente como Chanceler (o Primeiro-Ministro alemão), devido o seu partido ter conseguido maioria no Reichtag (o Parlamento alemão). Após isso, pouco a pouco foi ganhando cada vez mais poder, tornando-se, mais tarde, o "Führer" (algo como "o chefe"). Foi o grande comandante alemão durante toda a Segunda Guerra Mundial. Sob suas ordens, criou-se uma grande máquina de guerra que dominou quase toda a Europa continental - entre 1939 e 1941 - e que só foi barrada com a entrada dos Estados Unidos da América no conflito (após o malfadado ataque japonês à Pearl Harbor, no final de 1941), fazendo com que se entrasse em uma nova fase da guerra, o avanço aliado - entre 1942 e 1945 - onde os Aliados deram uma boa virada no jogo da guerra contra o Eixo. Durante seu comando da guerra, foram implantados absurdos como "campos de concentração" (com trabalho escravo, por exemplo), e a chamada "solução final" (que levou ao Holocausto dos judeus, onde milhões perderam suas vidas). Ao sentir que a guerra havia acabado para a sua Alemanha - quando os russos já chegavam ao 'bunker' onde ele estava escondido - ocorreu o suicídio de Hitler, quando este matou-se com um tiro, em 30 de abril de 1945.


18) General Francisco Franco - Espanha (1892 - 1975)

Período no poder: 1936 a 1975



Foi outro dos grandes ditadores europeus - de extrema-direita - do período do "Entre-Guerras" (juntamente com Hitler e Mussolini), tendo sido a general insurgente da Guerra Civil Espanhola, iniciada em 1936. Porém, não se envolveu na Segunda Guerra Mundial, tendo, na realidade, auxiliado Hitler, bem como acabou auxiliando o mesmo. Explicando: foi auxiliado, pois foi Hitler e sua máquina de guerra quem o ajudou a ganhar a Guerra Civil Espanhola, e o auxiliou também, pois, com isso, Hitler pode ter uma espécie de "ensaio geral" para o que seu exército,que logo iria passar pelos inúmeros embates da própria Segunda Guerra Mundial. É considerado um dos governantes mais odiados e execrados de toda a história da Espanha


19) Líder Mahatma Gandhi - Índia (1889 - 1948)

Período no poder: 1942 a 1948, como Líder do Movimento pela Independência da Índia



Foi o líder político que ficou a frente do Movimento de Independência da Índia, iniciado logo após o término da Segunda Guerra Mundial. Seus métodos eram bem diversos, uma vez que pregava a luta através da "não-violência", usando o que chamava de "desobediência civil", o "boicote aos produtos ingleses" (visando atacá-los onde mais doía, ou seja, em sua economia). Fez diversas "greves de fome", por causas diversas (mas sempre relacionadas a sua causa maior, que era a Independência da Índia). Em 15 de agosto de 1947, após muita luta, conseguiu o que tanto queria - a Independência da Índia - porém, não conseguiu um de seus objetivos: a união das duas Índias (a muçulmana e a hindu), o que fez com que a região agora independente se dividisse em dois países, o Paquistão e a Índia. O assunto era tão controverso e difícil de se resolver que, ainda no início de 1948 - em 30 de janeiro - foi assassinado por um fanático muçulmano que não queria a união dos dois novos países. Acabou se tornando um ícone da luta sem violência.  


20) Líder Mao Tsé-tung - China (1893 - 1976)

Período no poder: 1949 a 1954, como Presidente do Governo Central Popular da China; 1954 a 1959, como Presidente; 1945 a 1976, como Presidente do Comitê Central do Partido Comunista Chinês. 



Foi o grande líder do comunismo chinês, responsável pela guinada dada pela China em direção à esquerda comunista. Ele havia participado de todo o processo de tomada de poder pelos comunistas - a Revolução Chinesa - que, terminada em 1949, foi, então, proclamada a República Popular da China. Era chamado de "O Grande Timoreiro" e foi responsável pelo primeiro grande impulso econômico da China, entre 1957 e 1958, chamada por ele mesmo de "O Grande Salto" (e era um imenso incentivo a criação de uma grande agricultura chinesa). Tudo foi se iniciado com uma espécie de 'cópia' dos planos quinquenais de Stálin, no período de 1953 a 1958. Mais adiante, seguindo seus planos, foi criado "O Grande Salto Adiante", visando agora uma maior e melhor industrialização. Mais tarde, entre 1966 e 1969, levou a tento a chamada Revolução Cultural, momento em que há uma grande perseguição aos seus desafetos políticos - dentro e fora do Partido Comunista Chinês [PCC] - e onde seu livro de pensamentos (o famoso "Livro Vermelho de Mao") se torna o livro de cabeceira de muitos comunistas pelo mundo afora (inclusive no Brasil dos revolucionários da "luta armada contra a ditadura"). Na década seguinte à Revolução Cultural, Mao Tsé-tung fica bastante doente e acaba sendo posto meio de lado (já que sua sucessão foi sendo decidida ainda durante sua vida). Morreu em 9 de setembro de 1976.


21) Líder Fidel Castro - Cuba (1926 - 2016)

Período no poder: 1959 a 1976 (como Primeiro-Ministro), e 1976 a 2008 (como Presidente)



Foi o revolucionário que liderou a derrubada da ditadura do presidente Fulgêncio Batista, em 1959, na ilha de Cuba (então um mero "quintal" dos norte-americanos no Caribe), juntamente com outros revolucionários, tais como: o argentino Ernesto "Che" Guevara e os cubanos Camilo Cienfuegos e o irmão de Castro, Raúl Castro. Após a Revolução Cubana ter saído vitoriosa, começou a se decidir qual rumo Cuba deveria tomar. Fidel Castro chegou mesmo a fazer uma visita aos Estados Unidos da América, numa tentativa de trazer investimentos para sua ilha. Mas os norte-americanos não levaram a sério o barbudo Fidel Castro. Foi quando ele resolveu se voltar para a União Soviética (U.R.S.S.), visando a ajuda soviética para desenvolver melhor a ilha de Cuba. Foi aí que os norte-americanos começaram a levar Castro mais a sério (mas aí já era tarde demais). Como não podiam ter comunistas assim, "debaixo de suas barbas", os E.U.A. resolveram - através das ordens do presidente John F. Kennedy - levar a cabo a Invasão da Baía dos Porcos (numa tentativa de retomada da ilha por seus dissidentes capitalistas, apoiados pela grana norte-americana). A tentativa foi um fiasco, deu tudo errado, e foi um tremendo acidente diplomático, um dos maiores da Guerra Fria. Outro momento de agruras diplomáticas foi o da Crise dos Mísseis Soviéticos em Cuba (onde o dirigente soviético, Nikita Krushev, tentou aproveitar Cuba - que fica a alguns poucos quilômetros da Flórida, nos E.U.A. - para instalar mísseis atômicos). Porém, aviões espiões descobriram as ogivas sendo montadas na ilha e começou uma guerra diplomática - a maior da Guerra Fria - que só terminou com a retirada dos mísseis (sendo que podemos dizer que foi este o momento em que o mundo esteve mais próximo de uma guerra nuclear, durante todo o século XX). Fidel Castro teve de governar contando sempre com a ajuda financeira soviética, já que sempre houve embargos econômicos internacionais contra Cuba (sempre liderados pelos E.U.A.). Castro governou Cuba por 48 anos (como Primeiro-Ministro, de 1959 a 1976, e como Presidente, de 1976 a 2008), tendo deixado o irmão em seu lugar quando, devido a problemas de saúde, resolveu se afastar do governo. É uma das figuras mais controversas da política mundial do século XX e morreu, aos 90 anos, em 2016.


22) General e Presidente Charles de Gaulle - França (1890 - 1970)

Período no poder: 1959 a 1969, como Presidente da França



Foi um general francês que teve papel bastante importante tanto na Primeira Guerra Mundial e na Segunda Guerra Mundial, já que lutou na primeira e ajudou a comandar a segunda. Foi capturado e preso no decorrer da Primeira Guerra Mundial e participou intensamente da criação e da implementação da chamada Resistência Francesa aos alemães (que haviam invadido a França e tomado Paris), ainda no início da Segunda Guerra Mundial. Porém, teve de fugir para a Inglaterra, já que era um dos militares mais procurados pelos alemães em solo francês. Ficou muito conhecido por seu discurso transmitido pelo rádio, em 1940, diretamente de Londres, onde conclamava os franceses à lutar pela Resistência, visando a retomada do país e a expulsão dos alemães (coisa que só começou a acontecer - efetivamente - com o desembarque aliado do "Dia D", em 1944). Após a guerra, fundou um partido político (o RPF), foi convidado a ser Primeiro-Ministro, durante uma crise, em 1958. No início da década de 1960, De Gaulle foi o responsável pela fundação da chamada Quinta República francesa - deixando o presidente com mais poderes - e foi eleito Presidente (sendo reeleito para um segundo mandato, em 1965). Era o Presidente francês durante os protestos de Maio de 1968. Conseguiu sair dessa onda de protestos, até certo ponto, fortalecido, porém, no ano seguinte, após perder um referendo, renunciou à presidência da França. Morreu no ano seguinte, em 9 de novembro de 1970, e é considerado o político francês de maior renome da modernidade. 


23) Presidente John F. Kennedy - Estados Unidos da América (1917 - 1963)

Período no poder: 1961 a 1963


Foi o 35.º Presidente dos Estados Unidos da América e governou durante o período mais acirrado da Guerra Fria. Teve um mandato curto, mas cheio de nuances históricas. Foi o responsável pela malfadada Invasão da Baía dos Porcos, uma tentativa fracassada de derrubada do ainda curto governo de Fidel Castro, em Cuba, ocorrida em 1961. No início da década de 1960 fez o famoso discurso conclamando os E.U.A. a levar um americano à Lua, e trazê-lo de volta em segurança - até o final daquela mesma década que estava se iniciando - coisa que se confirmou, mesmo após sua morte (os americanos pousaram na Lua em 20 de julho de 1969). Também teve uma boa queda de braço diplomática com o Presidente soviético, Nikita Kruschev, em 1962, no episódio conhecido como Crise dos Mísseis de Cuba. Em 22 de novembro de 1963 ocorreu o Assassinato de Kennedy, em Dallas, num episódio muito mal explicado - e repleto de teorias da conspiração - onde um americano comunista, Lee Harvey Oswald, que supostamente tenha assassinado o presidente por vontade própria e num plano somente dele (coisa que pode ser contestada). Dois dias dias depois, ao ser levado para depor, foi assassinado por um gerente de prostíbulos com ligações com a Máfia, Jack Ruby, no que pode ter sido a maior "queima de arquivo" da História.


24) Primeiro-Secretário do Partido Comunista da Checoslováquia Alexander Dubcek - Checoslováquia (1921 - 1992)

Período no poder: 1968 a 1969 (depois, como Presidente da Assembleia Federal da Checoslováquia, de 1989 a 1992)


Foi um dirigente comunista da Checoslováquia durante o predomínio do bloco comunista no leste europeu, durante os momentos mais acirrados da Guerra Fria. Como tinha uma tendência mais liberal, acabou liderando uma tentativa de modernização e, principalmente, de democratização do regime comunista na Checoslováquia, episódio que ficou conhecido como Primavera de Praga, ocorrida em 1968. Essa tentativa foi atacada com extremo afinco pelos tanques do Pacto de Varsóvia, e Dubcek e outros líderes foram sequestrados pela polícia secreta soviética e levados à Moscou, onde foram "novamente trazidos à razão" (imagine as formas como isso ocorreu). Em 1969 retornou à Praga para cair no ostracismo. Somente em 1989, com os ventos de liberdade soprando devido à Queda do Muro de Berlim, foi acalmado por milhares de checos como o inspirador das mudanças democráticas, e aclamado Presidente da Assembleia Federal da Checoslováquia. Morreu em 1992, devido ferimentos de um acidente de automóvel e foi enterrado em Bratislava, na Eslováquia.


25) Presidente Ronald Reagan - Estados Unidos da América (1911 - 2004)

Período no poder: 1981 a 1989



Foi o 40.º Presidente dos Estados Unidos da América e governou durante praticamente toda a década de 1980, momento de mudanças históricas volumosas. No início da década - e de seu primeiro mandato - tiveram alguns revezes nas relações entre E.U.A. e U.R.S.S., devido em muito a projetos como o "Guerra nas Estrelas", onde se criariam armas anti-mísseis que ficariam em órbita terrestre (e que poderiam, em teoria, ser utilizadas para a defesa, mas também para um ataque a inimigos norte-americanos). Também se notabilizou por ter iniciado uma grande "Guerra às Drogas", visando desbaratar e desestabilizar o tráfico de drogas (e que acabou tendo um resultado pífio). Envolveu-se no escândalo do "Irã-Contras" (onde a CIA fazia uma "ponte" entre o dinheiro e as armas tirados de combatentes iranianos e eram repassados para outra guerrilha, essa pró-E.U.A., que lutavam na Nicarágua, e contra os sandinistas). Foi vítima de uma tentativa de assassinato, ocorrida em 30 de março de 1981, onde um rapaz - ao que parece, desequilibrado - deu seis tiros em Reagan, disparados bem próximos dele (o presidente foi hospitalizado, passou por diversas cirurgias, mas sobreviveu). Seu maior legado é o de ter ajudado bastante na derrocada do comunismo, com a Queda do Muro de Berlim (num discurso de Reagan ele pede a ajuda de Gorbachev para derrubarem 'aquele muro'), fato que levou aos Fim da U.R.S.S., já no início da próxima década, em 1991.  


26) Secretário Geral do Partido Comunista da U.R.S.S. Mikhail Gorbachev - União Soviética [U.R.S.S.](1931 - ----)

Período no poder: 1985 a 1991



Foi o último Presidente da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (U.R.S.S.), e responsável pelos últimos atos do império soviético. Bem, já durante boa parte da década de 1980, as agruras econômicas da União Soviética foram ficando cada vez mais evidentes para o mundo ocidental. O "golpe de misericórdia" foi o Acidente Nuclear de Chernobyl, ocorrido em 25 de abril de 1986, e que mostrou, inclusive, uma tecnologia que podia ser considerada obsoleta (e, como Chernobyl provou, extremamente perigosa). Para tentar fazer algo para salvar a União Soviética de um colapso, Gorbachev criou dois programas de governo: a Glasnost ("transparência", em russo), uma reforma politica, que, em última instância, poderia ser entendida como uma "abertura política"; e a Perestroika ("reconstrução", em russo), uma reforma econômica, que queria fortalecer a economia soviética com muitas mudanças e alguns toques de capitalismo. Acabou sendo vítima de uma tentativa de golpe de Estado - por dirigentes do Politiburo, a secretaria do Partido Comunista Soviético - e foi "defendido" pelo presidente da Rússia, Boris Iéltsin; porém, essa defesa teve um preço: aproveitando de sua força política em alta, após o retorno de Gorbachev ao poder, Iéltsin o foi desprestigiando e atacando, transformando o retorno ao poder de Gorbachev num inferno, o mesmo Gorbachev que Iéltsin havia defendido com tanto afinco, havia apenas alguns poucos dias. Por fim, declara a independência da Rússia (e a sua saída da União Soviética). Após isso, foi uma debandada geral de repúblicas e a União Soviética foi se esvaziando. Já sem poder de fato, em 25 de dezembro de 1991, Mikhail Gorbachev resignou seu cargo (uma espécie de renúncia), declarou extinta a U.R.S.S. e mandou descerrar a bandeira soviética do Kremlin, em Moscou. Era o Fim da União Soviética!!     


27) Presidente Lech Walesa - Polônia (1943 - ----)

Período no poder: 1990 a 1995


Era um metalúrgico dos estaleiros de Gdansk, na Polônia comunista, tendo começado suas atividades profissionais em 1967. Envolveu-se na luta sindical e de combate à dominação soviética de seu país. Porém, isso não era nem um pouco fácil, devido a imensa repressão política existente nos países do bloco comunista do leste europeu. No início da década de 1980 tornou-se fundador - e líder - do Partido Solidariedade e, já em 1980, liderou uma uma greve nos estaleiros da importante cidade portuária do Mar do Norte (Gdansk). Devido a isso - e à repressão soviética - foi preso (após ao decreto de uma lei marcial), e foi solto quase dois anos depois. Por sua luta sindical e política, ganhou o Prêmio Nobel da Paz de 1983. E, em 1990, foi eleito Presidente da Polônia, cumprindo seu mandato até 1995. Foi o primeiro operário e sindicalista a se envolver com a política tão intensamente (e que obteve sucesso numa corrida presidencial). É uma das "estrelas da esquerda sindical" até hoje...

[Um adendo: Em 1990, ano da eleição de Walesa, Lula já havia participado de sua primeira campanha presidencial, ainda no ano anterior, em 1989, e havia perdido feio para o "político profissional" Fernando Collor de Mello. Ele passaria por diversas campanhas presidenciais, até ser eleito - somente no ano de 2002 - Presidente do Brasil]


28) Líder e Presidente Nelson Mandela - África do Sul (1918 - 2013)

Período no poder: 1994 a 1999



Foi o principal preso político da África do Sul durante o período do "Apartheid". Após ser preso numa manifestação, conseguiu fugir; porém, quando foi preso novamente, em 1962, e onde se criou um teatro em seu julgamento - como traidor, e um sem número de outros julgamentos que foram sendo feitos para ele, mesmo com ele já preso - tendo sido o último deles, uma mudança de condenação (para prisão perpétua), em 1964. Ficou 27 anos preso, porém, após intensas negociações (e clamores mil, vindos de todo o mundo, por sua libertação), foi solto, em 11 de fevereiro de 1990. Em 1993 ganhou o Prêmio Nobel da Paz. Podemos dizer que seu maior legado é o de ter se utilizado da política para tornar-se o primeiro Presidente da África do Sul negro, mas não ter ido pro caminho da vingança (o que seria até mesmo perdoável, visto tudo o que ele e sua família havia passado nas prisões e nas mãos da "Apartheid"), tendo utilizado seu mandado - de 1994 a 1999 - para fazer um governo de coesão, transformando, assim, a África do Sul numa nação multiétnica




29) Líder Yasser Arafat - Palestina [OLP] (1929 - 2004)

Período no poder: 1996 a 2004


O líder palestino já teve muita briga com Israel devido sua luta na Organização para a Libertação da Palestina (O.L.P.), e, também por isso, foi chamado de terrorista, inimigo do estado de Israel, e etc... Porém, a criação do Estado da Palestina (bem como a paz entre árabes e israelenses), parece ainda muito longe de ser consolidada. Sua luta política iniciou-se como líder do "Fatah", uma organização que foi primeiro "terrorista" (sob a ótica israelense), depois foi política e militar. e hoje busca um entendimento com Israel (buscando melhoria nas relações entre palestinos e israelenses). Morreu - de uma forma um tanto quanto suspeita (já que a causa oficial foi "falência múltipla dos órgãos", mas há quem diga que pode ter sido por algum tipo de "envenenamento contínuo", perpetrado pelo Serviço Secreto de Israel) - em 11 de novembro de 2004.




30) Presidente Luiz Inácio Lula da Silva - Brasil (1945 - ----)

Período no poder: 2013 a 2011


Foi uma das maiores decepções da esquerda brasileira - e de boa parte da população brasileira que nem sabe direito das vertentes e vieses da política mundial). Seu caso é bem parecido com o nosso personagem de número 27, o polonês Lech Walesa, já que ambos têm uma história como líderes sindicais e políticos. Lula é um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores (PT), em 1980, e fez oposição nos anos finais da ditadura militar, bem como foi o "eterno" concorrente da direita - durante a década de 1990 - concorrendo com diversos concorrentes, principalmente em embates com candidatos do Partido da Social Democracia do Brasil (PSDB). No início dos Anos 2000, parecia pronto a assumir uma presidência da República, e foi o que muitos outros brasileiros acharam, elegendo-o Presidente do Brasil, em 2002. Cumpriu dois mandatos (de 2003 a 2006, e de 2007 a 2011), ajudando no crescimento e na distribuição da riqueza entre a população (com programas como o Bolsa Família e o ProUni). Porém, Lula e o PT parece ter caído ante às tentações da corrupção governamental do Brasil (o que, se comprovado for, deve ser pago à sociedade, inclusive com prisões, se necessário); mas, é um bom momento para começarmos a analisar a corrupção como algo inerente à política - ou ao partido X ou Y. Infelizmente, parece que a "corrupção" é, cada vez mais, algo inerente ao brasileiro e, sendo assim, compete à nós, como povo brasileiro que somos, mudar este jogo (não pra nós mesmos, mas para nossos filhos, netos, bisnetos...). E essa experiência será extremamente gratificante e realizadora para todo o povo brasileiro... 

--- X ---

Eh aí? Gostaram dessa viagem pelas políticos mais conhecidos da História?? Espero que sim, que tenha sido uma leitura muito interessante a vocês e aproveito pra informar que, sendo este artigo uma lista (e que, como tal, pressupõe escolha), pode haver casos de políticos que poderiam estar (mas não estão), na lista, bem como de alguns que estão (mas podem não ter agradado tanto pelo fato de estarem). Bem, a História não está aí pra agradar ninguém, meus amigos! Ela apenas está aí!! E acaba sendo como dizia um professor de minha graduação em História: "Na História não existe 'se'..." ("Se tivesse acontecido isso, ao invés daquilo!"). A História é!!...