domingo, 21 de junho de 2020

Os 50 Anos da Conquista da Copa do Mundo de 1970


Hoje estamos comemorando os 50 anos da conquista da Copa do Mundo de 1970, que ocorreu no México...

[Um adendo: o distintivo acima foi criado logo após a conquista - e a criação da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) - já que até a final da Copa de 1970 a seleção brasileira jogou com o distintivo da antiga CBD (Confederação Brasileira de Desportos), com as duas estrelas do Bi-Campeonato das Copas do Mundo de 1958 e 1962, ganhas na Suécia e no Chile, respectivamente.]

Para tanto, este artigo irá analisar como foi o contexto histórico -  do Brasil e do mundo - naquela época, bem como a história da própria campanha da seleção brasileira nesta Copa...


CONTEXTO HISTÓRICO

O Brasil vivia seu período mais obscuro da Ditadura Militar - que havia endurecido totalmente desde o final do ano de 1968, com o decreto do AI-5, inaugurando os Anos de Chumbo - com o general Emílio Garrastazu Médici como presidente e no ápice da campanha "Brasil: Ame-o ou Deixe-o" (campanha ufanista da Ditadura Militar, cuja canção do vídeo que encerrará este artigo - gentilmente cedido pelo YouTube - tão bem exalta), fazendo com que a conquista da Copa de 1970 acabasse fazendo o governo pegar carona no evento (coisa muito recorrente em ditaduras), e como demonstra a foto de Médici com jogadores da seleção brasileira (imagem que encerra esse artigo).

Já no mundo, este último ano da década de 1960 mantinha o embate da Guerra Fria - com a Guerra do Vietnã em seu momento mais sangrento - a economia mundial caminhando para a futura Crise do Petróleo (cujo auge acontecerá em 1973), e a Europa seguia a "dança" da Guerra Fria, dividida pela "Cortina de Ferro" entre Europa Ocidental e Europa Oriental, e entre capitalista e socialista...







A SELEÇÃO BRASILEIRA NA COPA DO MUNDO DE 1970 (MÉXICO 70)

A história da campanha da conquista da Copa do Mundo de 1970, no México, foi ímpar em vários sentidos. Em primeiro lugar há o fato - pouco falado nos dias de hoje - da seleção ter saído do Brasil desacreditada. Isso ocorreu, basicamente, por dois motivos: primeiro, devido ao  fiasco da última Copa do Mundo - a de 1966, na Inglaterra - em cuja participação brasileira foi considerada muito aquém do esperado (mesmo com a presença de Pelé, que foi muito "caçado" em campo) - e isso tendo-se em vista o fato do Brasil ter sido Bi-Campeão nas duas Copas anteriores (Campeão na Copa do Mundo de 1958, na Suécia, e Bi-Campeão na Copa do Mundo de 1962, no Chile), porém, talvez ainda devido aos receios advindos da fatídica Copa do Mundo de 1950, no próprio Brasil, o medo era maior que a confiança; já o segundo motivo era o fato do técnico da seleção - o jornalista esportivo João Saldanha - ter sido demitido pouco antes da seleção seguir viagem rumo ao México, ficando em seu lugar o técnico Zagallo (ex-jogador da seleção, que, com isso, fez uma carreira extensa na história da seleção, já que é o único "Penta-Campeão" real, uma vez que foi campeão como jogador, nas Copas do Mundo de 1958 e 1962, como técnico, na Copa do Mundo de 1970, e como coordenador-técnico, nas futuras conquistas das Copas do Mundo de 1994 e de 2002, nos Estados Unidos da América e no Japão e na Coreia do Sul, respectivamente, do Tetra-Campeonato, e do próprio Penta-Campeonato - e de novo, respectivamente), e isso tudo acontecendo frente à uma grande polêmica sobre a troca de Saldanha por Zagallo, com rumores que atingiram até o Palácio do Planalto (com suspeitas de que essa troca foi exigida pelo próprio presidente Médici, coisa que nunca foi comprovada de fato).



Agora, fato é que, mesmo desacreditada, a seleção brasileira foi fazendo sua parte, para que esta Copa do Mundo - a última em que Pelé jogaria - fosse bem diferente da Copa do Mundo da Inglaterra (considerada um vexame, uma vez que a seleção brasileira foi eliminada ainda na primeira fase dessa Copa). E, para início de conversa, a seleção brasileira foi a primeira a chegar ao México, visando uma melhor preparação (tendo usado, para isso, muitos novos estilos de treinamento, do - então novo - "Teste de Cooper", até o uso de técnicas que a NASA utilizava nos treinamentos de seus astronautas).



A Copa do Mundo de 1970 ocorreu no México - ela se iniciou em 31 de maio, e foi até o dia 21 de junho de 1970 (dia da final da Copa) - e a seleção brasileira fez 6 jogos (com  6 vitórias, tendo conquistado a Copa, portanto, de forma invicta).

Escalação do time titular da seleção brasileira da Copa do Mundo de 1970 (no México):

1- Félix (goleiro)
2- Brito (zagueiro)
3- Piazza (zagueiro)
4- Carlos Alberto Torres (lateral direito e CAPITÃO)
5- Clodoaldo (volante)
7- Jairzinho (ponta direita)
8- Gérson (meio de campo)
9- Tostão (centroavante)
10- Pelé (atacante)
11- Rivellino (meio de campo e ponta esquerda)
16- Everaldo (lateral esquerdo)

Técnico: Mário Jorge Lobo Zagallo



A seleção brasileira fazia parte do Grupo 3 (de 4 Grupos existentes), e os três jogos dessa primeira fase foram: 1°- Brasil 4 x 1 Tchecoslováquia; 2.°- Brasil 1 x 0 Inglaterra; e Brasil 3 x 2 Romênia. Os classificados desse grupo foram: Brasil (1°) e Inglaterra (2°). Nas Quartas de Final o jogo foi: Brasil 4 x 2 Peru. A Semi Final foi um espetáculo à parte, já que a briga ficou entre 4 seleções campeãs: no primeiro jogo, a seleção brasileira (então Bi-Campeã), teve de enfrentar o Uruguai (também Bi-Campeão, e o bicho-papão do Brasil, uma vez que foi o algoz da nossa seleção na fatídica - e já citada - final da Copa do Mundo de 1950, no Brasil); mas a seleção brasileira fez sua "lição de casa", não dando margem a antigos medos, e, mesmo começando o jogo tomando um gol, colocou a cabeça no lugar, e venceu de virada, com o placar de: Brasil 3 x 1 Uruguai (acabando com um tabu de 20 anos). E, na segunda Semi Final, o jogo foi espetacular, entre a Itália (então Bi-Campeã), e a Alemanha Ocidental (então Campeã), e foi um dos jogos mais emocionantes da Copa, tendo terminado o tempo normal com o placar de 1 x 1, e sendo que, na prorrogação, mais 5 gols foram marcados. Placar final: Itália 4 x 3 Alemanha Ocidental. O terceiro lugar foi: Uruguai 1 x 0 Alemanha Ocidental. Já na grande Final, a seleção brasileira deu um outro show. Placar final: Brasil 4 x 1 Itália. 



No final da competição - e até hoje - a seleção brasileira de 1970 entrou pra história das Copas - e do Esporte - como uma das melhores de todos os tempos (já que foi a primeira seleção à conquistar um Tri-Campeonato, ficando, assim, em definitivo, com a tão sonhada - e disputada - "Taça Jules Rimet"), tendo mesmo inaugurado um novo tipo de tática futebolística (tão inovadora que influencia o futebol mundial até os nossos dias). Outro ponto muito importante: essa Copa do Mundo foi, realmente, a última Copa de Pelé. E ele soube aproveitar a sua última chance, tendo sido um dos melhores jogadores da competição (tendo marcado gols maravilhosos, bem como tendo participado de jogadas memoráveis, tais como os dois gols que ele NÃO conseguiu marcar (um chute do meio de campo - que, caprichosamente, não entrou), e uma jogada linda - um "drible da vaca" no goleiro, com um chute que, infelizmente, também não entrou - no jogo da Semi Final, contra a seleção uruguaia. Também é digno de nota a defesa, feita pelo goleiro Gordon Banks,   da seleção inglesa (que é considerada, até hoje, a maior defesa da história do futebol, dado o grau de dificuldade da mesma, já que foi um cabeceio de Pelé, à queima-roupa, e de cima para baixo). 

Por tudo isso, a Copa do Mundo de 1970, no México, é considerada uma das maiores copas de todos os tempos. E, para que os leitores fiquem mais por dentro da história das Copas - e do próprio futebol - segue o link abaixo (apresentando um outro artigo - "A História do Futebol" - também pertencente ao acervo do blog "Histérica História"):

A História do Futebol



E para terminarmos em grande estilo - e conforme dito mais acima - assistam a seguir um vídeo (gentilmente cedido pelo canal "FaBarBosa2009", do YouTube), com todos os gols (de todos os 6 jogos da seleção brasileira), tanto do Brasil quanto de seus adversários, nestes mesmos jogos. Clique no link e curta muito...


Espero que tenham gostado desse artigo, que se prestou a fazer uma pequena homenagem à esta "seleção de ouro" (das melhores que já existiram)...


terça-feira, 16 de junho de 2020

Os 70 Anos do Estádio do Maracanã



Hoje o Estádio do Maracanã está completando os 70 anos de sua inauguração (ocorrida em 16 de Junho de 1950), tendo sido construído para a Copa do Mundo de 1950 no Brasil. O primeiro jogo desta Copa teve a goleada do Brasil sobre o México (4x0), e mais 5 jogos do Brasil - dentre eles o grande trauma do "Maracanaço", quando a seleção brasileira perdeu a final da Copa para o Uruguai, por 2x1 - calando um Maracanã com lotação de 199.854 pessoas (o maior público do recém inaugurado estádio).

Tal qual outro estádio que fez aniversário em abril - o Estádio do Pacaembú, que completou 80 anos - o Maracanã não é estádio de nenhum dos clubes cariocas de futebol, já que ele também é municipal, sendo da cidade do Rio de Janeiro. Seu nome oficial é "Estádio Jornalista Mário Filho" (em homenagem ao jornalista, escritor e cronista esportivo - e um dos maiores defensores da construção do estádio, em 1948 - e que era irmão de Nelson Rodrigues, outro grande escritor e cronista esportivo que criou muitos "causos" da história de nosso futebol). Já o nome popular - Maracanã (do tupi, "semelhante a um chocalho") - é devido ao fato do estádio ter sido construído bem ao lado do rio Maracanã (que, por extensão, deu nome ao próprio bairro).


Durante as décadas seguintes o Estádio do Maracanã continuou a fazer parte da história da seleção brasileira (foi palco de muitos jogos, porém, na Copa do Mundo de 2014, de novo no Brasil, a seleção brasileira só jogaria no Maraca se chegasse à final, coisa que perder pra Alemanha de 7x1 não ajudou em nada), e do nosso futebol (foi o palco da conquista inédita da medalha de ouro no futebol, nas Olimpíadas do Rio de Janeiro, em 2016).


No Campeonato Brasileiro e, depois, na Copa do Brasil (bem como, obviamente, no campeonato carioca), o Maracanã é um dos templos de nosso futebol, tendo sido brindado com grandes partidas e goleadores vorazes. No primeiro quesito temos os grandes clássicos cariocas, como o Fla-Flu (como a partida entre os clubes ocorrida na final do Campeonato Carioca de 1963, com um público recorde de 194.603 pessoas), ou a chamada "Invasão Corinthiana" de 1976 (quando num jogo do Campeonato Brasileiro daquele ano os corinthianos foram aos milhares para o Rio de Janeiro, num jogo contra o time do Fluminense, que terminou empatado em 1x1); quanto ao grande goleador do Maracanã, este é Zico, então jogador do Flamengo, com 334 gols em 435 partidas no estádio (sendo também o maior  artilheiro do time rubro-negro, com 509 gols, com bem mais da metade disso com a bola estufando as redes do próprio Maraca).





O Estádio do Maracanã - grande palco do nosso futebol que é - também se tornou palco de shows memoráveis, tais como o grande show de Frank Sinatra, em 26 de janeiro de 1980, o show de Madonna, em 6 de novembro de 1993 ou o show de Paul McCartney, em 1990, recordista de público em shows no Maraca  (184 mil pessoas).







O Estádio já teve seus dias de catedral, quando aconteceram visitas papais à cidade do Rio de Janeiro, uma vez que três papas - João Paulo II, Bento XVI e Francisco - já viajaram ao Brasil (tendo ocorrido uma grande missa no estádio em 1980, na primeira visita de João Paulo II).



O Maracanã foi o maior estádio do mundo - de sua inauguração, em 1950, até 1989, quando foi inaugurado o Estádio de Piongyong, na Coreia do Norte (atualmente o maior do mundo) - e, sendo que muitas reformas foram feitas nestes 70 anos de história (a última para a Copa do Mundo de 2014, no Brasil), o Maracanã é hoje somente o nono maior estádio do mundo...



E, já que há tantas peculiaridades entre os dois estádios - e seguindo a linha deste  próprio artigo - mais abaixo tem o link para outro artigo - esse sobre o aniversário do Pacaembú - para um leve exercício de comparação (também do acervo do blog "Histérica História"):

Os 80 Anos do Estádio do Pacaembú


quarta-feira, 10 de junho de 2020

Os eventos de extinção em massa pelos quais o planeta Terra já passou



O nosso planeta já passou - em algumas vezes, nos últimos 500 milhões de anos - pelo que os cientistas chamam de "eventos de extinção em massa". É intenção deste artigo mostrar como estes eventos foram, como aconteceram e quando eles ocorreram (e sendo que eles são conhecidos pelos nomes das eras geológicas em que estes aconteceram). 

é o que faremos a seguir...


- Extinção do ORDOVICIANO


Esta extinção aconteceu há mais ou menos 455 milhões de anos, e acabou com algo em torno de 60% a 70% de toda a vida do planeta Terra. O motivo pela qual ela ocorreu foi uma pequena - porém, muito intensa - Era do Gelo. Este período da história da Terra foi uma parte do grande Período Paleozóico, e compreendeu  o momento entre 488 e 443 milhões de anos atrás. O tipo de vida que existia no planeta praticamente se extinguiu (sendo, em sua grande maioria, animais invertebrados e aquáticos, que habitavam os grandes e rasos oceanos do planeta Terra da época).


- Extinção do DEVONIANO


O período em que esta extinção aconteceu foi em algo em torno de 360 e 375 milhões de anos atrás. E ela dizimou em torno de  75% das espécies de animais do planeta (e, de novo, atingiu em especial os seres que habitavam os oceanos). Sua provável causa foi um esgotamento do oxigênio destes mesmos oceanos, causado - possivelmente - ou por mudanças no nível dos oceanos, ou por mudanças climáticas, ou mesmo devido à queda de um asteróide.


- Extinção do PERMIANO


Ela ocorreu há cerca de algo em torno de 252 milhões de anos atrás, e chegou a atingir perto de 95% das espécies de seres vivos do planeta. É toda como a causa mais provável desse acontecimento uma destas duas opções: ou uma colisão de asteróide, ou uma mega erupção de alguns vulcões pelo planeta (sendo esta última a hipótese mais aceita pela maior parte dos cientistas). Devido a uma grande camada de fuligem e fragmentos que se encontrava em suspensão por uma extensa parte de nossa atmosfera, um enorme efeito estufa sufocou os seres vivos que habitavam a Terra naquele momento de sua história, sendo, por isso mesmo, considerada como a "mãe de todas as extinções da Terra" (devido o seu alcance e magnitude).


- Extinção do TRIÁSSICO


Ocorreu há mais ou menos 200 milhões de anos atrás, tendo atingido até 70% ou 80% das espécies que viviam por aqui (em especial, os antepassados dos - os primeiros - dos dinossauros). É - de todas - a extinção mais misteriosa - e, consequentemente, a menos conhecida - de todas as que aconteceram em nosso planeta. Há muitas hipóteses para a ocorrência dessa extinção - dentre elas, a da queda de um asteróide e a de grandes erupções vulcânicas - sendo que esta última é a mais aceita (devido ao fato do grande super continente da Pangeia estar em processo de desmembramento - que o transformaria, no futuro, nos continentes que hoje conhecemos).


- Extinção do CRETÁCEO


Foi a mais "famosa" - a mais conhecida e estudada - das extinções em massa ocorridas no planeta Terra, e foi o evento responsável pela extinção dos grandes dinossauros (e que, por extensão, foi ela que deu chance para a ascenção dos mamíferos na história de nosso planeta). Eliminou algo em torno de 75% de toda a vida do planeta Terra em poucos anos (principalmente a dos dinossauros, uma vez que, quanto maior fossem os animais, menores eram as chances deles de sobrevivência)...

x.-X-.x

Há um consenso entre os cientistas de que o planeta Terra está na iminência de um novo evento de extinção de massa - sendo que este será causado não por uma catástrofe planetária, mas sim por uma nova causa: os atos de seres humanos (tais como a forma como nós tratamos os animais que dividem este planeta conosco) - o que virá a ser (caso não consigamos minimizar ou findar essas nossas ações), o sexto grande evento de extinção em massa pela qual o planeta Terra passará. Porém, o que mais assusta é que este será o primeiro destes eventos que acontecerá quando nós estávamos sobre a face da Terra, e este irá - com toda a certeza - nos extinguir da existência.

Psra uma última informação importante - para conhecermos melhor a própria história de nosso belíssimo planeta Terra - favor acessar o link abaixo (com o texto de outro artigo sobre esse tema, e que também faz parte do acervo do blog "Histérica História"):


Até um próximo artigo...

segunda-feira, 1 de junho de 2020

Escrita, a invenção que inaugurou a História




A Escrita foi a catalizadora da História da humanidade, já que foi através dela que o conhecimento do Homem foi sendo transmitido, de geração em geração... E é sobre essa invenção humana - a Escrita - que esse artigo irá tratar. Vamos, portanto, a essa história - que, em última instância, é uma história da comunicação - através do tempo...



Tudo começou, ainda durante a Pré-História - entre 10.000 e 6.000 anos atrás - quando os homens deixavam suas mensagens pictográficas - com o uso de símbolos que se baseavam em figuras e imagens de seu cotidiano - nas paredes de suas cavernas, tentando assim transmitir algum tipo de recado para a posteridade, gravando sempre algum tipo de pormenor sobre sua existência para os humanos do futuro. É comum que se aceite como a data de mais ou menos 4.000 a.C. como a do início - a data de sua criação, mesmo... - da Escrita (tendo isso ocorrido em várias localidades do planeta, e praticamente ao mesmo tempo)...


ESCRITA CUNEIFORME: MESOPOTÂMIA



Foi um dos primeiros tipos de Escrita criado, e se disseminou bastante entre os povos mesopotâmicos, tais como: os sumérios, os acádios, os babilônicos, os hititas e os caldeus, (isso por volta de 4.000 a.C.). O nome cuneiforme vem do fato do processo de escrita ser feito com um graveto que fazia cunhas na argila fresca dos tabletes (que comporia, assim, uma folha de texto, ou melhor, uma placa de argila). Porém, era uma forma de escrita muito técnica, somente utilizadas por escribas (da administração pública ou da religião), das cidades-Estado mesopotâmicas; porém, mesmo assim, ela influenciou bastante na criação de outras escritas pelo mundo de então...



ESCRITA HIEROGLÍFICA: EGITO ANTIGO


Já durante o período da civilização egípcia antiga houve uma certa fusão entre os pictogramas da Pré-História e a utilização da cunha da escrita cuneiforme mesopotâmica para se criar os "hieroglifos" - nome pela qual os gregos chamavam a escrita egípcia, literalmente a "escrita dos deuses" - sendo este nome bem dado, já que os hieroglifos - criados entre 4.000 e 3.500 a.C. - eram vistos, em sua maioria, como parte da decoração de tumbas e templos nas grandes cidades do Egito antigo, como Menphis e Tebas. Um dos grandes desafios da Arqueologia do século XX foi a tradução dos hieróglifos, coisa só conseguida quando se entendeu bem a chave dessa Escrita, conseguida por Champollion, que a traduziu a chamada "Pedra de Roseta", encontrada no final do século XVIII (pelo exército de Napoleão Bonaparte, em sua invasão do Egito), e isso somente no decorrer do século XIX, abrindo, assim, o segredo dos hieróglifos aos arqueólogos e historiadores de todo o mundo...


ESCRITA COM IDEOGRAMAS: CHINA ANTIGA



A Escrita com o uso dos chamados ideogramas foi criada e difundida na China antiga a partir de 3.000 a. C., quando o império chinês já havia sido unificado pelo imperador Qin. Os seus 54.678 caracteres foram sendo criados em todo esse extenso período de tempo, e isso pode ser um dos motivos de ser bastante difícil se aprender o mandarim (como é chamada, atualmente, a língua chinesa). E foram estes ideogramas que foram - num primeiro momento - o primeiro tipo de língua a ser impressa - ou seja: foi a primeira língua a ser difundida de uma forma "não-manuscrita" e convencional (até aquele momento) - e isso uns 1.000 anos antes da impressão com tipos móveis de metal ser inventada por Gutenberg (em 1450)...


ESCRITA SÂNSCRITA: ÍNDIA ANTIGA



A escrita sânscrita foi criada e difundida pelos antigos indianos - sendo que foi com este tipo de Escrita que foram produzidos muitos textos sagrados, tais como os Vedas (compilados muito tempo depois de suas criações, entre 1.500 e 900 a.C., difundidos, primeiramente,  de forma verbal, e não escrita) - sendo está Escrita, por este motivo, considerada como o "latim" da cultura oriental (dada a sua importância na compilação e na disseminação de conhecimento por boa parte da Ásia, em especial pelos territórios sul-asiáticos).


O PRIMEIRO ALFABETO: OS FENÍCIOS



Foi criado na região do atual Líbano, sendo que as suas primeiras aparições são de algo em torno de 1.200 a.C. e eram usadas, em especial, pelos comerciantes fenícios (devido principalmente ao caráter simplista e direto dessa escrita), que a fazia irresistível e muito fácil de se disseminar entre os parceiros comerciais dos fenícios, fazendo do Mar Mediterrâneo o palco dessa disseminação. E isso pode ser comprovado categoricamente com o advento da escrita grega - e o posterior alastramento e desenvolvimento da própria cultura helenística - nos anos seguintes (em todo o mundo mediterrâneo)...



O GREGO ANTIGO: A ESCRITA E O HELENISMO



E, com os gregos - e uma próxima etapa no processo de simplificação da Escrita - a criação do nosso moderno alfabeto se intensifica, com letras mais concisas e de fácil assimilação. Outra coisa que é muito importante nesse momento - e nos que iriam se seguir - foi o fato da própria cultura grega (em especial após a chamada "cultura clássica"), após as conquistas de "Alexandre, o Grande", no que ficou conhecida como a "cultura helenística" (levando, assim, a cultura grega clássica - e o seu alfabeto - à locais dos mais díspares, tais como o Oriente Médio e o Extremo Oriente). E, como parte dessa grande disseminação cultural, podemos dizer, com toda a certeza, que o seu alfabeto bem simples auxiliou (em muito), nesse processo...


O LATIM: OS ROMANOS E SUA ESCRITA



Os romanos foram os que aperfeiçoaram o alfabeto - após os fenícios e, depois, os gregos - instituindo-o como a simbologia do seu latim, língua que, partindo dos romanos, se espalhou - e influenciou - uma boa parte das línguas europeias. Para o alfabeto, propriamente dito, uma das grandes contribuições dos romanos - e de seu latim - foi a criação das serifas (aqueles traços sobre as letras, ou mesmo em suas bases, como no exemplo a seguir: A ), além de ser uma língua - e, consequentemente, uma escrita - que influenciou boa parte da cultura ocidental...


NA CONTEMPORANEIDADE: UM RETORNO A UM TIPO DE  ESCRITA PICTÓRICA






Uma espécie de retorno à uma escrita que se utiliza de pictogramas pôde ser visto após o advento da informática e, principalmente, da internet, onde os "emoticons" muitas vezes acabam por substituir a própria escrita (e utilizando-se de imagens para isso), voltando ao paradigma usado pelos homens desde a pré-história (e em sua ânsia por simbolizar sentimentos através de caracteres)...


.x-X-x.

E, pra terminar, vamos conhecer outra grande invenção humana, o calendário. Para tanto, acesse o link abaixo, com outro artigo do acervo do blog "Histérica História":

Calendário: uma história da medição do tempo através dos tempos