sexta-feira, 20 de abril de 2018

Uma análise da Moda - Parte 1: a história de nosso vestuário através dos tempos (da Pré-História ao Renascimento)


A Moda é algo recorrente em nossas vidas, e, sendo assim, ela sempre teve uma grande parcela de importância em nossas vidas (num primeiro momento, como forma de nos proteger do inóspito planeta em que vivemos). E, a medida que o tempo foi passando, essa sua importância só fez aumentar. O que antes era relacionado, simplesmente, ao conforto e à rotina da vida, passou a ser, mesmo que dentro de uma enorme simplicidade, cada vez mais, um traço cultural de nossa espécie.

E, assim sendo, falar sobre uma história da Moda não é assim tão simples, justamente devido à suas particularidades e singularidades. Mas, mesmo com essa inerente dificuldade, é o que tentaremos fazer nesse artigo. Portanto, venha conosco conhecer essa história ímpar...


Nos primórdios (Pré-História)

Na Pré-História, nos chamados "Tempos das Cavernas", o homem não tinha ainda nenhuma noção de Moda, e se vestir era mais uma questão de necessidade, afinal de contas, boa parte desse período foi vivido durante a última grande "Era do Gelo", e o homem - diferente dos vários outros animais que existiam na Terra - não tinha pelos ou penas para se proteger do frio intenso. Sendo assim, ele acabou se utilizando da pele de outros animais para se cobrir, vencendo, dessa forma, o frio daqueles tempos...



No Egito Antigo

Durante a Antiguidade o Homem foi desenvolvendo cada vez mais o seu conceito de Moda, transformando-o, cada vez mais, em algo mais próximo do conceito que hoje conhecemos. Lógico que ainda não era o nosso conceito, mas já se podia distinguir, por exemplo, as classes sociais das pessoas pelas vestimentas que usavam (algo que, até hoje, ainda acontece). Também foi durante a Antiguidade que apareceram os profissionais que começaram a trabalhar com a confecção de vestimentas para outras pessoas (ainda de forma rudimentar, mas já como algo, no mínimo - ao menos para os padrões da época - regulamentado). Isso se deveu, em grande parte, à sofisticação que a civilização do Egito Antigo foi adquirindo com o passar dos séculos (bem como ao grande período de tempo que esta civilização existiu, podendo, assim, ir aprimorando todo o processo). Houve também uma grande evolução no quesito dos acessórios, como os calçados e as indumentárias (como adornos para cabeças, peito, braços e pernas, algumas apresentadas com metais e pedras preciosas).


Na Grécia Antiga

Já durante o período da Grécia Antiga - como acabou por ocorrer em vários outros campos de conhecimento da humanidade - a Moda evoluiu, se especializou e se expandiu, uma vez que a Grécia Antiga - em especial, no seu período Clássico - acabou por ditar muito do que seria, no futuro, a nossa dita Civilização Ocidental. Foi lá que se aprofundou as noções de distinção social pela ótica das vestimentas que cada um usava. Também foi na Grécia Antiga que se começou a utilizar, mais comumente, os tecidos (sendo estes de origem vegetal, diminuindo-se o uso dos materiais de origem animal, como o couro e as peles). Isso, por si só, já pode ser considerado um tremendo avanço no campo da Moda (uma vez que serão, daí para adiante, os tecidos de origem vegetal que ditarão as "regras" da Moda). É de se citar que houve um grande avanço no campo de acessórios, desde os mais simples (como louros vegetais adornando as cabeças gregas), bem como também na confecção de jóias (para a cabeças e outras partes do corpo).



Na Roma Antiga

Com a última grande civilização da Antiguidade - a dos antigos romanos - todas as concepções de vestuário (e, num âmbito maior, a própria Moda), estava pronta para se consolidar como uma das ferramentas culturais dos seres humanos - fosse como forma de se diferenciar as diversas classes sociais que já iam se delineando no horizonte da humanidade (em especial, do mundo ocidental), fosse como um nicho de mercado para o comércio cada vez mais importante (como atividade profissional e também como disseminador de costumes, dentre eles, a própria Moda). Numa sociedade onde o "status quo" era tão importante e valorizado, não é de se estranhar que o vestuário foi uma das vitrines por onde o cidadão romano se afirmava e demonstrava a toda a sua pompa e circunstância, criando várias formas de ilustrar isso para a sociedade. Vai daí o fato de ter sido na Roma Antiga que ocorreu um grande salto em áreas como a ourivesaria - com a descoberta de muitas pedras preciosas em suas várias províncias. Afinal, praticamente todo o mundo conhecido era parte do Império Romano.



Durante a Idade Média

Com a derrocada do Império Romano - e com as Invasões Bárbaras - inicia-se um processo que, grosso modo, leva à um tipo de retração cultural - em grande parte devido à implantação do Feudalismo - que acaba por atingir várias áreas no decorrer do extenso período de tempo que compreende a Idade Média. Porém, quanto à Moda - como também com relação à maior parte da vida cotidiana medieval - esta retração atingiu a última camada da sociedade estamental, que era a sociedade da Idade Média: a dos Camponeses (em sua maioria, de servos). Já quanto às outras duas camadas (a 1.ª, do Clero, e à 2.ª, da Nobreza), a Moda continuou a sua evolução. Uma das grandes "criações" medievais foi a das calças (coisa que, praticamente, inexistia antes desse período). Os adornos - que antes diferenciavam somente as classes sociais ligadas ao poder secular - agora começam, também, à distinguir os membros do poder espiritual (ou seja, os membros mais altos do poder da Igreja Católica Apostólica Romana), poder este que é extremamente abrangente e - até mesmo tentacular - durante toda a Idade Média (em especial, na chamada "Alta Idade Média").  



No Renascimento

Durante os séculos XV e XVI - com o movimento cultural do Renascimento - temos um aprimoramento sem igual, nas Artes em geral (bem como, também, no âmbito da Moda). Isso se deveu ao maior profissionalismo que algumas áreas vão atingindo - dentre elas, esta sobre a qual nos debruçamos neste artigo - já que as evoluções ocorriam em muitos setores das vidas das cidades (que, após a Idade Média, voltam a importância que tiveram na Antiguidade novamente). Tudo era feito ou refeito de forma a se aperfeiçoar a maneira de se fazer determinados procedimentos, levando a Humanidade a um novo patamar de tecnologia (fossem elas nas Artes, nos armamentos bélicos, nas construções, ou mesmo, na Moda).




-.- X -.-

Espero que tenham gostado deste artigo, e aproveito para informar que teremos, mais adiante, um novo artigo sobre este tema - a "Parte 2" (e final) - onde iremos analisar esta mesma história da Moda (porém, vislumbrando o que ocorreu durante os séculos XIX, XX e neste princípio do XXI. É só aguardarem para ler... Até lá!!

sexta-feira, 6 de abril de 2018

O Capitão América e a sua "luta real" durante a Segunda Guerra Mundial


Voltando ao assunto de personagens dos quadrinhos ou desenhos animados que acabaram ajudando em questões da História, vamos falar hoje sobre o caso emblemático do Capitão AméricaAfinal ele é um dos personagens da Marvel Comics mais conhecidos, é um dos mais antigos de todo o chamado "Universo Marvel" e é - pasmem - um dos únicos que não tem o dedo de Stan Lee em sua criação (já que foi criado por Joe Simon, roteiro, e Jack Kirby, desenho - [Respectivamente, os dois distintos senhores apresentados nas fotos que seguem abaixo.] - sendo ambos norte-americanos, isso em 1941, e para a Editora Timely Comics, uma antecessora da Marvel Comics). 




















Ele foi criado e pensado como parte integrante de uma espécie de "campanha" que visava tirar o povo norte-americano de sua atitude anti-guerra - na verdade, de total aversão à entrada dos Estados Unidos da América nos conflitos da Segunda Guerra Mundial - que imperava em todos níveis da sociedade. O personagem não foi - logicamente - o principal motivo da mudança de atitude dos norte-americanos, mas não podemos negar que a arte da capa da primeira revista em quadrinhos do personagem - a "Capitão América Comics n.º 1", de março de 1941 - com o super herói socando a cara de Adolf Hitler, pode, sim, ter ajudado um pouco na mudança de postura. 


É certo que o que realmente levou os E.U.A. à guerra foi o ataque do exército japonês à base norte-americana de Pearl Harbor, no Havaí, em dezembro de 1941 (tirando-os, assim, de sua indiferença anti-guerra). Porém, o que é bastante emblemático é que o lançamento do personagem - e de sua revista - antecede o ataque - e a posterior entrada na Segunda Guerra Mundial - em 9 meses (o que pode ser considerado, no mínimo, inusitado). 

[Abaixo: uma das fotos do ataque à Pearl Harbor.] 


Durante a Segunda Guerra Mundial, era comum - numa atitude que visava elevar o moral das tropas - a distribuição de revistas em quadrinhos do Capitão América aos soldados das tropas norte-americanas em combate na Europa.

[Abaixo: capas de revistas em quadrinhos do Capitão América distribuídas para as tropas norte-americanas que lutavam contra o Nazismo na Europa.]



Já em meados da década de 1960, Jack Kirby e Stan Lee dão uma boa repaginada no super herói, deixando-o com as características que o marcam desde então...

[À título de curiosidade: comparem a arte de Jack Kirby logo abaixo, da década de 1960, com a foto promocional do primeiro filme de Capitão América, que aparecerá mais adiante, e veja a grande semelhança das cenas.]


Outra coisa que é bom que se diga é que, mesmo que - como dito no início desse artigo - não se tem a participação de Stan Lee na criação e no início da "carreira" do personagem Capitão América, foi devido a ele que o personagem se tornou tão longevo. Afinal de contas, foi a dupla Jack KirbyStan Lee [Os dois, respectivamente, à época, seguem as fotos abaixo.] - que o personagem criou uma "sobrevida" de sucesso à partir de fins da década de 1960.


E, foi também sob a "batuta" de Stan Lee que, durante as décadas de 1970, 1980 e 1990, que a Marvel Comics foi criando sua aura de grande editora de quadrinhos de super heróis - duelando "pau a pau" com sua eterna rival, a DC Comics, que é, inclusive, mais antiga e dona de super heróis clássicos (como Superman e Batman) - levando a briga (à partir do final da década de 1990), para o campo do cinema.


[Esta é a foto a se comparar com a arte de Jack Kirby mostrada mais acima.]

Inclusive, no primeiro filme do personagem - "Capitão América, o Primeiro Vingador", de 2011 - há um misto de história do personagem e de História, mesmo (no caso, da própria Segunda Guerra Mundial), que é bem interessante, bem como bastante ilustrativa do personagem (e de seu auxílio às forças norte-americanas no conflito).


Isso nos mostra, mais uma vez, como as HQ's podem ser utilizadas para se "vender" ideologias de uma forma muito mais convincentes que se fossem usadas outras maneiras - digamos - mais convencionais. É ver pra crer...