quinta-feira, 30 de abril de 2020

Breve história de 10 capitais europeias



É intenção desse artigo contar - de forma breve - as histórias de 10 das principais capitais de atuais países europeus. Dentre eles, deixei de fora dessa lista as cidades de Roma - capital da Itália - e Atenas - capital da Grécia - por serem cidades já muito analisadas em outros artigos (devido a importância das mesmas para a História, principalmente durante a Antiguidade).

Vamos a essas histórias...


LONDRES (capital da Inglaterra)


A cidade de Londres foi fundada pelos romanos, em 43, às margens do Rio Tâmisa, e era chamada por eles de Londinium, sendo considerada a "capital" da província da Britânia. Teve muita importância durante esse período, porém, após a Queda do Império Romano, em 476, ela foi praticamente abandonada. Voltou a ter importância somente em meados da Idade Média (já no século X), tornando-se um grande centro comercial nos séculos seguintes. Passou por surtos de peste bubônica e sofreu um grande incêndio na segunda metade do século XVII. Durante o século XVIII, devido a Revolução Industrial, teve um grande surto de imigração, fazendo-a crescer bastante nesse momento (e, em especial, durante o século XIX). Durante o século XX, durante a Segunda Guerra Mundial, foi muito bombardeada pelos alemães, mas nunca foi conquistada, e nunca se rendeu. Atualmente, é um dos principais centros financeiros do mundo, sendo também um grande centro cultural do planeta.

PARIS (capital da França)




Foi uma aldeia de pescadores fundada pela tribo dos Parisios (uma das tribos celtas) - daí o nome pela qual a cidade ficou conhecida em boa parte de sua história, e ainda o é - numa ilha do Rio Sena (e que foi se expandindo por suas margens). Em 52 a.C. essa aldeia foi tomada pelos romanos, que a rebatizaram com o nome de Lutécia (voltando a ser conhecida como Paris somente no século IV d.C.). Após a Queda do Império Romano, em 476, ela foi tomada pelos chamados bárbaros - no caso, pela tribo dos francos - e, em 508, foi tornada a capital do reino franco (então em seu momento inicial), pelo rei Clóvis. No século XI começou a ganhar importância devido ao comércio, e no século seguinte tornou-se uma cidade universitária (devido à criação do colégio "La Sorbona", embrião da Universidade Sorbone de Paris, uma das primeiras da Europa). Foi sempre uma cidade de revoltas, tendo as primeiras acontecido ainda durante o século XIV, culminando com a Revolução Francesa de 1789 (quando derrubaram o chamado Antigo Regime, lançando as bases do atual regime republicano mundial). Tornou-se uma cidade extremamente importante financeiramente - devido a revolução industrial da França, no início do século XIX - e culturalmente (durante todo o século XIX e início do século XX). Foi tomada pelos alemães, durante a Segunda Guerra Mundial (sendo mesmo considerada a maior conquista nazista), sendo libertada somente em 1944. É considerada uma das cidades mais importantes da atualidade.

LISBOA (capital de Portugal)




A história de Lisboa é extremamente rica e antiga. Foi fundada, ainda na tenra Antiguidade, pelos fenícios (povo que habitava a região do atual Líbano, no Oriente Próximo), sendo chamada, à época, de "Alis Ubbo" (algo como "porto seguro"), sendo depois conquistada por gregos e cartaginenses. Em 195 a.C. foi conquistada pelos romanos, sendo rebatizada como Olissipo, tornando-se a "capital" da província romana da Lusitânia. Após a Queda do Império Romano, foi conquistada pelo povo bárbaro dos suevos, fazendo parte de seu reino, a Galícia - cuja "capital" era a cidade de Braga - até o ano de 585. Por volta de 711 foi conquistada pelos mouros - árabes do norte da África - que deram-lhe o nome de Al Ushbuna. Foi reconquistada (começando, assim, a ser chamada de Lisboa), somente em 1147, quando Portugal se tornou um dos primeiros reinos absolutistas da Europa. Durante os séculos XIV e XV houve o 'boom' comercial do Mercantilismo - que levou, depois, às Grandes Navegações, com a descoberta de um novo caminho para as Índias e de colônias no chamado "Além-Mar" (em especial, do Brasil) - tornando Portugal uma das potências da época (junto à Espanha). Já em 1580 ocorreu a chamada "União Ibérica" (quando Portugal ficou sob domínio da Espanha, até 1640). E, em 1.° de novembro de 1755, aconteceu o pior acidente natural da história de Portugal, com o "Grande Terremoto" (que marcou indelevelmente a segunda metade do século XVIII). Durante os últimos anos da Revolução Francesa (no início do século XIX) - com as invasões napoleônicas  - toda a corte portuguesa decide fugir para sua colônia, no Brasil, fazendo algo impensável até então: se transferir a sede de uma monarquia europeia para uma de suas colônias (fato ocorrido em 1808, que acabou por acelerar a própria Independência do Brasil, em 1822). No decorrer do século XIX, o império português diminuiu muito de tamanho, mas, por outro lado, foram membros da mesma família real portuguesa - com o filho e o neto de D. João VI (os imperadores D. Pedro I e II) - que seguiram governando a antiga colônia portuguesa na América. E, já durante o início do século XX, seguindo a vertente do totalitarismo vigente na Europa, em 1932 instaurou-se a chamada ditadura salazarista (quando Antônio Salazar subiu ao poder), sendo destituída somente em 1974. Hoje Portugal tem uma das democracias mais fortes do continente europeu.

MADRID (capital da Espanha)




Há indícios de ocupação humana na região da cidade de Madrid desde a Pré-História (porém isso tem de ser mais bem estudado); é também possível - e quase certo - que o Império Romano tenha chegado a dominar a região (porém, ainda não há uma constatação quanto a isso). Mas, com relação à história conhecida da cidade, ela começa na Idade Média - quando da dominação muçulmana na região, momento que o emir Muhammad I constrói uma fortaleza nessa localidade, em 865, sendo o local conhecido por Mayrit (ou, na língua castelhana, Magerit). Foi desse nome que veio a denominação "Madrid" (porém, seu primeiro significado ainda é pouco entendido, sendo, possivelmente, advindo do árabe antigo, com significado que pode ser "forte" - já que havia sido construída uma fortaleza no local - ou mesmo "leito" - uma vez que haviam muitos arroios e rios na região). Essa dominação muçulmana perdurou até 1083, quando o rei católico Afonso VI de Castela conquista a cidade. Porém, a total expulsão dos muçulmanos da Espanha só veio a ocorrer - realmente - no episódio conhecido como "Reconquista", em 1492, quando os reis Fernando de Aragão e Isabel de Castela finalizaram esse processo. Em 1561, o rei Carlos I - seguido por seu filho, Felipe II - levaram a tento o processo de transferência da capital do reino da Espanha para Madrid (coisa que perdura até hoje). Após esses eventos, durante o final do século XV e o início do século XVI, a Espanha entrou na briga das Grandes Navegações com seu rival, Portugal, vindo a ser a nação responsável pelo chamado "Descobrimento da América" (já que foram os espanhóis que financiaram Cristóvão Colombo em sua empreitada). A Espanha enriqueceu muito com as descobertas de minas de ouro - na região do atual México (então pertencente ao Império Asteca) - e de prata - no atual Peru (então parte do Império Inca), criando o primeiro passo rumo à globalização que conhecemos. Porém, devido ter sido dominada por Napoleão Bonaparte, no início do século XIX - e com o relaxamento do poder sobre as colônias (advindo desse fato) - durante a primeira metade deste século foram ocorrendo as independências de seus territórios americanos. E, já durante o século XX, houve uma guinada rumo ao totalitarismo, que acabou levando à Guerra Civil Espanhola (entre 1936 e 1939), que, com a vitória da Falange, levou ao poder o ditador Francisco Franco. Nós dias de hoje, a Espanha se mantém monarquista, porém de cunho constitucional, sendo, assim, considerada um dos maiores países democráticos da atualidade.

VIENA (capital da Áustria)




A origem da cidade de Viena está ligada ao passado romano da região, uma vez que ela foi fundada - inicialmente como um campo militar -  por volta de 212 - sendo, então, uma "capital" de província romana, com o nome de Vindobona. Após a Queda do Império Romano, em 476, a cidade foi uma das primeiras a cair sob o domínio dos bárbaros (uma vez que ela se localizava na periferia do imenso território romano), tendo, dessa forma, sido conquistada (havendo, inclusive, indícios de um grande incêndio, possivelmente em decorrência das lutas de conquista). Foi abandonada, e, posteriormente, reurbanizada (isso já durante a Idade Média). Foram encontradas moedas bizantinas do século VI em sítios arqueológicos no centro histórico de Viena, mostrando que havia algum tipo de comércio naquela localidade. Em 976 Viena tornou-se uma marca - governada pelo Marquês Leopoldo IV - e, em 1156, um ducado - governado pelo Duque Henrique II de Áustria - sendo que este último governante a tornou capital desse ducado. Já em 1278 aconteceu a subida ao poder da casa real dos Habsburgos (que reinou pelos próximos 700 anos). Passou por uma grande revolução industrial em fins do século XVIII. Durante o século XIX, Viena - de 1806 a 1867 - é  a cidade mais culta e cosmopolita da Europa (em cuja Ópera de Viena - inaugurada em 25 de janeiro de 1869 - era sua mais completa tradução). Entre setembro de 1814 e junho de 1815 o mapa da Europa pós-Era Napoleônica foi definido lá, no chamado "Congresso de Viena". Em 1867, foi criado o Império Áustro-Húngaro - cuja capital era Viena - e sua grande força política acabou por levar o império à Primeira Guerra Mundial (quando, em junho de 1914, o herdeiro do trono, Francisco Ferdinando, foi assassinado em Saravejo). Após o término da guerra, houve o desmembramento do império, aparecendo, assim - e novamente - a Áustria e a Hungria, separadamente. Em 1938 - pouco mais de um ano antes do início da Segunda Guerra Mundial, em setembro de 1939 - a Áustria foi anexada a Alemanha nazista. Hoje, Viena continua uma cidade, cultural e financeiramente, efervecente e fervilhante. 

BERLIM  (capital da Alemanha)




A primeira menção a cidade de Berlim é de 1237, ano considerado como o de fundação da cidade, sendo, então, uma aldeia de caçadores e pescadores. No século XV, ela foi tornada capital do estado de Brademburgo (então pertencente ao Sacro Império Romano Germânico, ou, como também pode ser chamado e conhecido, o "Primeiro Reich"). Entre 1516 e 1517, Berlim tomou parte como um dos principais palcos da Reforma Luterana (quando Martinho Lutero e suas "95 Teses" começaram um movimento de ruptura na Igreja Católica). A cidade foi quase destruída durante a Guerra dos Trinta Anos - entre 1618 e 1648 - tendo sido reconstruida no decorrer do século XVIII. Já no século XIX, tornou-se a capital do Império da Prússia e, pouco depois, em 1871, foi instituída como a capital do Império Alemão - após  a Unificação da Alemanha (no chamado "Segundo Reich"). Foi a anfitriã da reunião que retalhou a África e parte da Ásia entre os países industrializados europeus, em 1885, no que ficou conhecida como "Conferência de Berlim". Participou da chamada Tríplice Aliança (ao lado do Império Áustro-Húngaro e do Império Otomano), um dos lados que lutaram na Primeira Guerra Mundial. Após o armistício, como perdedora - e principal causadora da guerra - a Alemanha (e sua capital Berlim), passaram por muitas crises econômicas. Em 1933 subiu ao poder Adolf Hitler, que tornou-se o chanceler da Alemanha nazista - o chamado (e, este sim, bem conhecido), "Terceiro Reich" - jogando-a, depois, na Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Com o término da mesma - e com uma nova derrota - a Alemanha foi dividida entre os vencedores (os EUA, a Inglaterra, a França e a URSS), tendo sido Berlim também dividida. Em 1961 - para tornar essa divisão bem patente - um muro, o chamado "Muro de Berlim", foi erguido para dividir fisicamente a cidade (tendo se mantido assim até 1989). Em 1990 a Alemanha - e, consequente, Berlim - foi reunificada, tendo esta cidade se tornado, novamente, a capital da Alemanha. Hoje, Berlim é um das cidades mais modernas e importantes da Europa, e a Alemanha se tornou, de novo, uma das grandes potências europeias (e o berço de uma das mais puljantes  democracias do Velho Continente).

AMSTERDAM (capital da Holanda)



O povoado de pescadores foi  fundado em 27 de outubro de 1275, quase ao final do século XIII - e foi fundado bem ao lado de um dique (chamado por lá de "dam"), feito para represar o Rio Amstel (ou Amster). Ou seja, o nome da cidade é, traduzindo-se, "dique - ou represa - do Amster". Em 1358 a cidade começa a fazer parte da chamada "Liga Hanseática", tornando-se um grande centro comercial. Durante as Grandes Navegações, o porto de Amsterdam se tornou bastante importante, virando o segundo maior porto da Europa (o primeiro era Lisboa). Em 1578, numa revolta contra os governantes espanhois, que haviam anexado os Países Baixos (como a região era, então, conhecida), no século anterior - e sob o comando de Guilherme de Orange - eles conseguem sua independência. É de 1602 a criação - em Amsterdam - da Companhia das Índias Ocidentais, que se envolveu bastante com o comércio mercantilista das Grandes Navegações, fazendo com que os holandeses conquistassem até mesmo pequenos territórios na América (sendo o mais famoso deles, uma região das Treze Colônias norte-americanas, tendo sido os holandeses os fundadores da cidade de Nova York, na ilha de Manhattan). Em 1609 é criado o Banco de Amsterdam, e é mais  ou menos contemporâneo a ele a criação da primeira Bolsa de Valores do mundo (inspirada na comercialização dos bulbos de tulipa - a primeira Bolsa de Mercadorias & Futuro - uma verdadeira febre entre a população holandesa). Já no século XIX, em 1810, os Países Baixos são invadidos por Napoleão Bonaparte e, em 1830, a Bélgica - seguida por Luxemburgo - tornam-se independentes (desmembrando, assim, os Países Baixos). Durante a Primeira Guerra Mundial, a Holanda ficou neutra, tentando se manter neutra também na Segunda Guerra Mundial (porém, nessa última não deu pra se manter assim, uma vez que foi invadida pela Alemanha, em 1940). Atualmente Amsterdam é a capital do Reino da Holanda (mesmo que todo o governo - e a própria monarquia - fique em Haia). Também perdeu importância econômica, com a criação do grandioso porto de Rotterdam, porém, ainda tem muito de sua importância como a capital cultural da Holanda.

BUDAPESTE (capital da Hungria)




A cidade de Budapeste, capital da Hungria, é, na verdade, a fusão de duas cidades: a cidade de Buda (e a antiga cidade de Ôbuda), na margem direita do Rio Danúbio (conhecida também como "cidade alta"), e Peste, na margem esquerda do mesmo rio (também chamada de "cidade baixa"). Ela foi, oficialmente, fundada em 17 de novembro de 1873, porém, todo o início da ocupação da região se iniciou com a aldeia de Ôbuda, fundada por celtas e foi dominada pelos romanos no século I a.C. (sendo transformada em cidade romana - com o nome de Aquincum - em 14 a.C.). Em 896 d.C., foi invadida pelos magiares - que a tomaram dos romanos - e passou a ser chamada de Ôbuda. Durante a chamada Baixa Idade Média, em 1000, a nação húngara já existia em seus primeiros momentos, e, em 1222, o rei Estevão I unificou o território húngaro. Em 1241, após um ataque dos mongóis, a cidade foi destruída, sendo reconstruída - sobre as fundações da antiga Ôbuda - a nova cidade: Buda (que tornou-se a capital do país em 1361). Em 1526 Peste caiu sob domínio dos turcos, e em Buda isso aconteceu em 1541; eles só foram expulsos em 1686, pela mão dos Habsburgos. Durante o século XVIII, muitas melhorias foram feitas por essa casa real, inclusive a criação de uma universidade (em 1784). O século XIX trouxe muitas novidades, tais como a revolta húngara contra a Áustria - em 1848 (durante a chamada "Primavera dos Povos"), a unificação com a Áustria (em 1867, criando o Império Áustro-Húngaro), culminando com a junção das cidades de Buda e Peste (criando-se a grande cidade de Budapeste, em 1873). Já durante o século XX, logo após a Primeira Guerra Mundial, o império foi desfeito, voltando a Hungria a ser um país único. Durante a Segunda Guerra Mundial, houve muitos bombardeios aliados à cidade e, com o fim da guerra, a Hungria caiu sob domínio dos soviéticos, sendo que, em 1956, numa tentativa de democracia, foi sufocado o levante pela URSS. Com o fim da União Soviética, em 1991, a Hungria deixou o comunismo e tornou-se a República Húngara.


PRAGA (capital da República Tcheca)




Nasceu da junção de 5 cidades, tendo sido fundada em 8 de junho de 1867 (às margens do Rio Moldova). Porém, há indícios de ocupação desde que os Boios, um povo celta que primeiro habitou a região. Já durante o século XI, foram chegando outros povos bárbaros (como os eslavos, os germânicos e os ávaros). Antes, em 950, passou a fazer parte do Sacro Império Romano Germânico, e, em 1061, tornou-se residência de duques da Boêmia. Em 1526, com a ascenção de Fernando I, a história da cidade estaria ligada à história da casa real dos Habsburgos (até o término da Primeira Guerra Mundial). Durante o século XVIII, houve muitos casos de guerras e revoltas em sua história (como é o caso da chamada "Defenestração de Praga", de 1618, quando enviados dos Habsburgos foram atirados pelas janelas do castelo, iniciando a "Guerra dos Trinta Anos, que terminou com a expulsão dos senhores de Praga, em 1648). O século XVIII foi um momento de grande crescimento econômico. E, já durante o século XIX, em 1848, houve revoltas durante a chamada "Primavera dos Povos". No século XX, ao final da Primeira Guerra Mundial, houve a junção do país tcheco com a Eslováquia (criando um novo pais, a Tchecoslováquia), e, em março de 1939, o país foi invadido pela Alemanha nazista; o final da Segunda Guerra Mundial, este novo país passou pra órbita soviética (porém, fazendo jus ao passado de revoltas, os tchecos tentaram se libertar das mãos de ferro do poder soviético, em 1968, na chamada "Primavera de Praga", tendo sido dissuadidos de seu tento por tanques comunistas enviados para sufocar o movimento). A Tchecoslováquia só foi desmembrada após a queda da URSS, criando-se, assim, a atual República Tcheca (e, em contrapartida, a Eslováquia).

MOSCOU (capital da Rússia)




A cidade de Moscou é a maior - bem como também é a capital - da Rússia. E, é bom que se diga, como o extenso território russo tem uma parte na Ásia e uma parte na Europa (e Moscou fica nessa parte europeia), daí ela estar nessa lista. A cidade foi fundada em 1147, e foi sede do principado de Rus Kiev (já que o de Kiev fica bem mais ao sul, na atual Ucrânia). Em 1156 foi ordenada a construção do Kremlin (que significa "cidadela"), então, meramente, um centro fortificado. Com a invasão de Kiev, pelos mongóis, Moscou foi ganhando cada vez mais importância. Com uma grande expansão econômica, veio também a expansão territorial. Com isso, conseguiram expulsar os mongóis em 1480. Foi sede do chamado Grão-Ducado de Moscou (de 1283 a 1547), do Czarado Russo (de 1547 a 1721), e em parte do Império Russo (de 1721 a 1917). E, já durante o século XX, após a Revolução Russa de 1917, tornou-se a capital da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), fazendo com que a Rússia saísse da Primeira Guerra Mundial e, durante a Segunda Guerra Mundial, foi invadida pela Alemanha nazista (um dos maiores erros de Hitler), que não conseguiu dominar o extenso território, fazendo com que seu exército fosse derrotado - pelo Exército Vermelho e pelo inverno russo - levando a derrota final da Alemanha. Durante boa parte da segunda metade do século XX, foi um dos epicentros da Guerra Fria, e, em 1991, com a queda do comunismo, teve o país, novamente, o nome de Rússia. Atualmente a Rússia - e, consequentemente, Moscou - ainda estão muito bem posicionados, política e economicamente, mostrando a força e a abrangência de seu poder.

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Espero que a viagem pela história destas cidades tenha sido tão prazerosa pra vocês - ao lerem - quanto foi pra mim, ao escrevê-la! Até o próximo artigo...

domingo, 26 de abril de 2020

Os 80 Anos do Estádio do Pacaembú


Amanhã, dia 27 de abril, o Estádio do Pacaembú completa seus 80 Anos de inauguração - que ocorreu em 27 de Abril de 1940 - sendo que ele não pertence a nenhum dos grandes times de São Paulo, já que pertence ao município. Porém, isso não foi problema para que ele se  tornasse tão importante para tantos times, em finais de campeonatos paulistas, em grandes jogos da Copa do Brasil e da Libertadores da América, e, até mesmo, em jogos da Copa do Mundo  do Brasil, em 1950.

Este artigo quer mostrar um pouco mais sobre toda essa história. Vamos a ela...


O primeiro jogo - nesse mesmo dia 27 de abril de 1940 - foi entre o Palestra Itália e o Coritiba (com um placar de 6x2 para o time paulistano, cujo nome foi mudado para o atual - Palmeiras - logo adiante, em 1942, devido a Segunda Guerra Mundial). O primeiro gol foi marcado pelo jogador do time paranaense, Zequinha.


[Acima, jogo da final da Taça Cidade de São Paulo, em 1940, entre o Palestra Itália e o Corinthians, ocorrido no novíssimo Pacaembú - ao fundo vê-se a concha acústica, derrubada futuramente para a construção do chamado tobogã. O primeiro time foi o  campeão do torneio.]


Quanto ao primeiro jogo da seleção brasileira no Pacaembú, este ocorreu em 17 de maio de 1944, num amistoso com vitória do Brasil - por um placar de 4x0 - sobre o Uruguai. Durante a primeira Copa do Mundo no Brasil, em 1950, a seleção brasileira teve um jogo no Estádio do Pacaembú, ocorrido em 13 de julho de 1950, contra a Suíça, e terminou empatado em 2x2. Três dias depois, em 16 de julho de 1950, o Brasil faria a final desse copa, contra o Uruguai, porém essa partida foi em outro estádio municipal, o Maracanã, no Rio de Janeiro (então a capital federal).



Foi palco de grandes jogos de campeonatos paulistas, da Copa do Brasil e, até mesmo, em importantes jogos da Copa Libertadores da América - sendo um dos principais, a final da edição de 2012 - em 4  de julho desse mesmo ano - num jogo do Corinthians contra o time argentino do Boca Juniors, com um placar de 2x0 pro Timão (que ganhou, assim, seu título de Campeão da Copa Libertadores da América de 2012).



sexta-feira, 24 de abril de 2020

Os 50 Anos do Dia da Terra


No último dia 22 foi o Dia da Terra, data que foi instituída pela primeira vez em 22 de Abril de 1970 (ou seja, há dois dias atrás completou-se os 50 anos da sua institucionalização como data a ser lembrada todo ano desde então), pelo ativista e senador norte-americano Gaylord Nelson, como um dia de defesa do planeta.

Visando lembrarmos a instauração desta data - e já que este é um blog de História - vamos, com esse artigo, fazer uma pequena viagem pela História de nosso planetinha azul (planeta tão ímpar que, até o momento, é o único que comporta vida inteligente e complexa em sua face).

Vamos à ela...


PLANETA TERRA: UMA BIOGRAFIA

Nosso Universo tem, aproximadamente, 13,7 bilhões de anos (já que essa é a idade aproximada do "Big Bang", a gigantesca explosão que deu origem ao próprio Universo).

Dentro desse Universo - que é praticamente infinito (já que ainda estamos muito longe de conseguirmos mensurar seu real tamanho) - há várias galáxias, e, dentre elas, está a Via Láctea (cuja idade aproximada é de 13 bilhões de anos; ou seja: ela é bem antiga, tendo surgido, mais ou menos, após "meros" 700 milhões de anos depois do surgimento do próprio Universo).



Já o nosso Sistema Solar é - em termos astronômicos - considerado bem recente, uma vez que tem, aproximadamente, 4 bilhões e 600 milhões de anos. Ele é formado por nossa estrela - o Sol - e por oito planetas que o circundam, sendo eles (em sua ordem de órbita em torno da estrela, do mais próximo para o mais distante): Mercúrio, Vênus, Terra, Marte (os planetas rochosos), Júpiter, Saturno, Urano e Netuno (os planetas gasosos). 

[Um adendo: antes - até 2006 - Plutão era considerado o nono planeta - este, também rochoso - do nosso Sistema Solar, porém, após novos estudos, ele passou a ser considerado somente como um "planetóide", ou um "planeta-anão", pertencente ao chamado "Cinturão de Kuiper", uma região de asteróides que orbitam o nosso Sol, já nas imediações do final do nosso Sistema Solar.]



E, com relação ao nosso planeta, a Terra, ela se formou em conjunto com todos os outros planetas - e com o próprio Sistema Solar - e, assim sendo, tem em torno de 4,5 bilhões de anos, sendo a história de sua formação uma sucessão de desastres e calmarias, como veremos a seguir...



Inicialmente, por volta de 4,5 bilhões de anos atrás, a Terra era muito diferente do que é hoje, já que o nosso planeta estava em sua "infância", sendo, então, uma bola incandescente de lava e fogo, que foi, no decorrer dos bilhões de anos seguintes, esfriando continuamente (processo que ocorre até hoje, motivo pelo qual nosso planeta ainda é incrivelmente quente em seu interior, sendo a crosta terrestre - onde nós vivemos - a parte menos quente dessa massa terrestre total).



Por volta de 4 bilhões de anos atrás, um planetóide errante - batizado como Theia, que tinha o tamanho aproximado de Marte -  colidiu com a Terra. Dessa mega colisão, uma grande massa da proto-Terra foi expelida para o espaço, ficando depois presa à órbita terrestre (devido à gravidade do planeta), fazendo com que essa massa se tornasse - com o passar do tempo - a nossa tão conhecida e importante Lua, satélite natural de nosso planeta (e responsável por coisas como as marés, por exemplo)...



Com o resfriamento que foi ocorrendo - bem como com a formação da Lua (que foi sendo criada aos poucos), a Terra - como a conhecemos - foi aparecendo... Devido a este constante resfriamento, o interior do planeta foi expelindo gases - dentre eles, um pouco de vapor d'água (proveniente do gelo que chegava ao planeta grudado à superfície dos muitos e muitos asteróides que bombardearam a Terra incansavelmente e com bastante facilidade, uma vez que ainda não havia o "escudo" da atmosfera para proteger o planeta em seu início). Essa grande evaporação criou os primeiros oceanos da Terra - que eram bem rasos, e que foram também responsáveis por auxiliar e acelerar o processo de resfriamento terrestre - começando assim uma nova etapa da história do planeta (facilitando o aparecimento das primeiras formas de vida nesses primeiros oceanos, como mostra o fóssil de Trilobita da foto abaixo)...



Isso aconteceu há aproximadamente 3,5 bilhões de anos. A vida como a conhecemos hoje demorou bastante a acontecer. Até mais ou menos 70 milhões de anos atrás, reinaram no planeta os animais mais simples, bem como algas e outros tipos de vegetação marinha, e uma grande gama de invertebrados marinhos. Porém, eles foram extremamente importantes para que a vida de animais mais complexos pudessem aparecer na face da Terra, pois foram estes primeiros que ajudaram a produzir - uma vez que faziam parte da fauna e da flora de então - uma atmosfera mais densa e espessa (primordial para o aparecimento de formas de vida mais aprimoradas).

Daí em diante a vida foi se proliferando com velocidade. Entre 70 e 65 milhões de anos, seres vivos em profusão foram migrando dos mares para a terra, começando com plantas, insetos e anfíbios - estes, evoluindo depois para répteis, que foram se tornando a forma de vida reinante no planeta -  iniciando a hegemonia dos grandes dinossauros no planeta Terra (que acabaram extintos devido à queda de um asteróide na região de Yucatán, no atual território do México, há 65 milhões de anos atrás).



Após muitos anos de restabelecimento, a Terra começou a renascer. E, nesse processo, os mamíferos começaram a se sobressair aos demais, abrindo caminho para o aparecimento dos primatas e dos hominídeos, ocorrido entre 4 e 2 milhões de anos atrás. Após uma extensa evolução, há 200 mil anos atrás aparece no planeta o Homo Sapiens Sapiens, o ser humano moderno...



E, enquanto toda essa vida explodia pelo planeta, ele ia mudando sua configuração, ininterruptamente - coisa que continua a acontecer até hoje - já que o planeta mudou, e muda, sem parar. Há 450 milhões de anos havia um super continente - chamado Pangeia - que iniciou um processo chamado Deriva Continental, onde se sub-dividiu o colossal continente nos continentes hoje existentes - América, Europa, Ásia, África, Oceania (bem como a Antártida).  Esses continentes foram passando por muitas alterações geológicas (como as erupções de vulcões, que criam ilhas e continuam a afastar os continentes). Há 60 milhões de anos atrás a Terra passou por sua última  grande era glacial; colisões foram redesenhando continentes e criaram cadeias de montanhas (como o Himalaia); desertos  foram criados devido mudanças no eixo da Terra; e, em decorrência disso, o clima se alterava (intercalando períodos de muito calor e de extremo frio)...






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Este artigo se prestou a ser uma pequena biografia de nosso PLANETA, coisa um tanto quanto complicada, devido a extensão do próprio assunto, uma vez que ao se analisar a história do planeta, ela acaba se desmembrando em análises astronômicas, geológicas, biológicas e históricas. Sendo assim, espero que tenham gostado do resultado final...

quinta-feira, 23 de abril de 2020

Fatos importantes do "Período Entre-Guerras" (1918-1939)

O "Período Entre-,Guerras" (ou seja: de logo após o término da Primeira Guerra Mundial, em 1918, até o início da Segunda Guerra Mundial, em setembro de 1939), é um momento da História extremamente rico (e não muito analisado). Daí a ideia desse artigo ter-se imposto de maneira tão impetuosa como o foi...


Tudo se iniciou com o "Armistício de Compiègne" (uma floresta da França), assinado em 11 de novembro de 1918 (que instituia um tão almejado cessar-fogo, ou seja, o término da Primeira Guerra Mundial, para às 11:00 h daquele mesmo dia), criando assim uma máxima da numerologia do término da então chamada "Grande Guerra", já que esse término oficial ocorreu na 11° hora, do 11° dia, do 11° mês, de 1918 (somente aqui havendo um "furo" em toda essa numerologia). Porém, devido à gana com que as nações vencedoras - ou seja: a Inglaterra, a França e (mesmo com uma gana anti-alemã menor), os Estados Unidos da América - esse Armistício foi o início de um momento bastante complicado da História (por diversos motivos), conforme poderemos ver melhor pelos tópicos que analisaremos no decorrer deste artigo...


TRATADO DE VERSALHES (1919)


Foi um dos tratados de paz que foi assinado - no ano seguinte ao final da "Grande Guerra", e que tratava, em especial, dos termos finais para com a perdedora Alemanha - que instituiu, dentre outras coisas, a decisão de que a culpa pela guerra era só da Alemanha, que esta deveria pagar custos altíssimos para as nações vencedoras - principalmente a Inglaterra, a França e os EUA - dentre dinheiro, armas e territórios (sendo que era claro que tudo isso visava minar as forças - e minimizar o futuro - da Alemanha). Mas, na realidade, o que o Tratado de Versalhes fez foi humilhar os alemães ao extremo (fazendo com que se criasse alí as fundações para a futura Segunda Guerra Mundial, que ocorreria após 20 anos).

Para conhecer mais sobre esse assunto específico, favor acessar o link abaixo (com um artigo sobre o término da Primeira Guerra Mundial, também do acervo do blog "HISTÉRICA HISTÓRIA"):

Os 100 Anos do término da Primeira Guerra Mundial


OS LOUCOS ANOS 1920


Os chamados "Loucos Anos 1920" foram alguns fatos ocorridos no decorrer desta década tão ímpar da História. Foi nela que ocorreram momentos como a "Lei Seca" (quando a fabricação, o transporte e a venda de Álcool foi proibida em todos os Estados Unidos da América), o aparecimento do Jazz e do Charleston (movimentos culturais da música), o início da liberação feminina (quando elas começaram a trabalhar, fumar em público, ganharam o direito de voto e iniciaram uma revolução sexual que só teria um  capítulo mais ardente já durante a década de 1960), um boom econômico (com o advento de produtos industrializados que acabariam levando a economia norte-americana - e mundial - a um ápice, tais como: o automóvel, os eletrônicos e  equipamentos eletrodomésticos). Foi uma década de deslumbramento e de pura efervescência!!


A QUEDA DA BOLSA DE NOVA YORK (1929)


Após as alegrias dos "Loucos Anos 1920", essa década terminou com o "estouro da bolha" da economia - que ficou conhecida como a "Crise de 1929" (iniciada com a chamada "Quinta-feira Negra", o dia da "Queda da Bolsa de Nova York", dia 24 de Outubro de 1929) - que se iniciou com o ímpeto consumista do pós-guerra (maximizado pela euforia dos "Loucos Anos 1920").

Para conhecer mais sobre esse fato específico, favor acessar o link abaixo (com um artigo sobre esse assunto, também do acervo do blog "HISTÉRICA HISTÓRIA"):



A GRANDE DEPRESSÃO (1930-1939)


Como decorrência da "Queda da Bolsa de Nova York" (de 1929), praticamente toda a década seguinte - os Anos 1930 - foram um momento de depressão econômica (nos Estados Unidos da América, bem como em todo o mundo, em especial na Europa do pós-guerra, que lutava para se levantar e reconstruir-se a contento). Nos EUA, foi uma década de extrema pobreza - com uma luta grande da parte do presidente Franklin D. Roosevelt - e seu plano econômico, intitulado "New Deal" - onde havia filas de desempregados (em  busca de comida e trabalho), muitos fazendeiros perdendo suas terras e a maioria das empresas -  e também bancos - indo à falência. Na Europa, foi um momento de reconstrução, bem como de ascenção da extrema-direita (como veremos a seguir)...


ASCENÇÃO DOS GOVERNOS TOTALITÁRIOS (1922-1939)



[Acima: charge do cartunista Laerte, sobre o Totalitarismo.]


Um dos maiores "efeitos colaterais" do "Período Entre-Guerras" - em especial, decorrente da "Grande Depressão" - foi a ascenção dos chamados "Governos Totalitários" (ou seja: de governos autoritários, comumentemente ditatoriais, de extrema-direita, em sua grande maioria, e de cunho xenófobo e calcados no culto a personalidade de seus líderes). Dentre eles, temos de citar: o Fascismo (de Benito Mussolini, na Itália), iniciado em 1922, o Socialismo Stalinista (de Josef Stalin, na URSS), iniciado em 1924 (sendo este o  único totalitarismo de esquerda, nessa lista), o Nazismo (de Adolf Hitler, na Alemanha), iniciado em 1933, o Salazarismo (de Antônio Salazar, em Portugal), iniciado em 1933, o Franquismo (do generalíssimo Francisco Franco, na Espanha), iniciado em 1939 (depois da "Guerra Civil Espanhola") - bem como outros pelo mundo, até mesmo no Brasil, como foi o caso do Estado Novo (de Getúlio Vargas), que começou em 1937.

Para conhecer mais sobre o fato específico (que foi gerado pelo Totalitarismo), favor acessar o link abaixo (com um artigo contendo uma narrativa - um resumo - sobre a Segunda Guerra Mundial, também parte do acervo do blog "HISTÉRICA HISTÓRIA"):

Uma narrativa da Segunda Guerra Mundial


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Espero que este artigo tenha sido bem elucidativo sobre este assunto, já que se tentou, aqui, focar sobre o período conhecido como "Entre-Guerras" (momento este que, como dito, não costuma ser muito analisado, ao menos não de forma a se apreciá-lo através de suas especificidades), como foi o caso do artigo ora apresentado...

sexta-feira, 17 de abril de 2020

As "Civilizações dos Grandes Rios"


No mapa acima vemos as chamadas "Civilizações dos Grandes Rios", que floresceram durante a Antiguidade. Elas são extremamente importantes, pois são parte integrante da própria criação de nossas atuais sociedades.

Para um melhor entendimento, vai aqui uma legenda:

- Cor MAGENTA: Egito antigo;
- Cor MARROM: Mesopotâmia;
- Cor VERDE: Índia antiga;
- Cor OCRE: China antiga.  

[Um adendo: a região bicolor - VERMELHO e ROXO - no centro do  mapa, é a antiga Palestina, que será analisada num artigo futuro, quando veremos as "Civilizações do Mediterrâneo".]


Agora, logo nos tópicos a seguir, iremos fazer uma explanação sobre cada uma das 4 civilizações citadas mais acima (no mapa):

EGITO ANTIGO:



Às margens do Rio Nilo se desenvolveu a civilização egípcia. E, para tanto, o Nilo foi tão importante no florescimento e no desenvolvimento dessa civilização que é notória a frase - atribuída ao filósofo grego Heródoto (considerado o "Pai da História"): "O Egito é uma dádiva do Nilo!". E foi exatamente isso, já que todos os mais de 3.500 anos de história egípcia aconteceu numa faixa estreita de terra, nas duas margens do extenso Rio Nilo (desde suas nascentes, na África central, o chamado Alto Egito, no território da Núbia - atual Sudão - até o chamado Baixo Egito, na região mais ao norte - no atual território do Egito moderno - terminando no fértil Delta do Nilo, quando ele desemboca no Mar Mediterrâneo).


MESOPOTÂMIA:



Enquanto a civilização egípcia tinha várias cidades em toda a extensão do Nilo, porém com uma unidade imperial chefiada pelo farão, na região conhecida por Mesopotâmia - território que hoje compreende o atual Iraque e partes dos atuais Irã e Síria - deu-se na forma de várias cidades-Estado que eram rivais, mesmo que todas tendo uma cultura mesopotâmica comum. No caso do rio importante a está civilização, na verdade são dois: o Rio Eufrates e o Rio Tigre (advindo daí o próprio nome pela qual a região era conhecida pelos gregos: Mesopotâmia, do grego, "Terra entre rios"). Também era conhecida como "Crescente Fértil" (já que o mapa da região formava o desenho de uma Lua crescente que ia dá Mesopotâmia até quase o Delta do Nilo, que, como o território egípcio, era extremamente fértil devido às enchentes do Tigre e do Eufrates, que irrigavam as terras, fazendo com que grandes povos e cidades fossem criadas na região, tais como: Ur, Uruk e Eriddu- cidades sumérias - Babilônia - cidade babilônica - Nínive - capital do império assírio - tendo tido também os caldeus entre os povos que habitavam a região.


ÍNDIA ANTIGA:


Já na região do subcontinente indiano, no oeste da península da Índia, floresceu, às margens do Rio Indo, a chamada "civilização indiana", muito importante para o desenvolvimento da própria Ásia (a "Civilização da Índia antiga" é tão importante para a Ásia - sendo mesmo uma de suas civilizações mais emblemáticas - como foi a "Civilização da Grécia antiga" para a Europa. Na região foram fundadas cidades bastante importantes, tais como: Mohenjo-Daro e Harappa, sítios arqueológicos muito importantes para conhecermos melhor esta civilização...


CHINA ANTIGA:



No extremo-oriente, às margens do Rio Amarelo (Yang-Tse), nasceu o grande império da China antiga, responsável por muitas inovações tecnológicas, tais como: a descoberta da pólvora, a invenção da bússola, o uso do papel, entre outras... A importância da China antiga não se resume somente a região do sul da Ásia - ou mesmo da própria Ásia, como um todo - mas sim, tem importância para todo o mundo conhecido de então. Essa importância toda se deve a uma soma de fatores, porém, podemos dizer que o principal motivo foi a centralização de poder nas mãos de um imperador forte, o primeiro imperador da China, Qin Shi Huang.


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Resumindo: essas quatro grandes civilizações lançaram as bases civilizatórias da Humanidade, já que foram estas que - ao darem uma ênfase à agricultura - deram subsídios aos povos agrícolas (em detrimento dos povos nômades, que eram o "lugar comum" até aquele momento); além disso, lançaram as bases da própria História (uma vez que criaram - em conjunto e praticamente ao mesmo tempo - a Escrita), com os hieróglifos (no Egito antigo), a escrita cuneiforme (na Mesopotâmia), o sânscrito (na Índia antiga), e os ideogramas (na China antiga)...

Isso, por si só, já é extremamente importante para toda a Humanidade!!

Ou seja, devemos muito a estes povos, mais do que achamos - ou mesmo vislumbramos...

quarta-feira, 8 de abril de 2020

Atenas X Esparta: A "Guerra Fria" que "esquentou" durante o período da Grécia antiga



Nesse artigo iremos fazer uma análise das relações entre as duas principais cidades-Estado da Grécia antiga - Atenas e Esparta - mostrando as suas muitas diferenças, bem como as similaridades culturais que às unem, terminando com as divergências que as levaram a um embate militar (a chamada Guerra do Peloponeso)...


Comumente, quando se apresenta o assunto "Grécia antiga" nas salas de aula, é pela análise dessas duas cidades-Estado que se expõe esse tópico aos alunos, visto que elas são um bom resumo de como foi a vida dos gregos da Antiguidade. O primeiro ponto a se observar é o fato de que - mesmo que essas cidades tivessem muitas coisas em comum (o que dava uma coesão política e - Esta, muito mais!! - cultural), elas eram bastante diferentes em sua essência.


Capitaniando as cidades-Estado gregas estava a imponente cidade de Atenas, que ditava a maioria das regras e tendências da sociedade grega durante a Antiguidade. Quanto a Esparta, ela era o "caso a parte" - uma exceção a regra, já que dava uma ênfase muito maior ao corpo, ao culto a saúde física e corporal - que Atenas (e a maioria das outras cidades gregas, que seguiam seus preceitos), sendo este preceito o de se dar uma maior importância ao culto à mente (com o uso da Filosofia), e à política da oratória (com o uso da Democracia).


Devido a estas diferenças, é também bastante comum fazer uma espécie de comparação - que, logicamente, deve ser analisada guardando-se as devidas proporções - entre estas duas cidades, com a relação entre os Estados Unidos da América (E.U.A.), e a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (U.R.S.S.), durante a vigência da Guerra Fria (no século XX), dada a bipolaridade e a luta por hegemonia política e cultural que as suas sociedades instauraram no mundo daquele momento histórico...

Porém, diferentemente do que aconteceu com as duas nações do século XX, as duas cidades-Estado - em sua "guerra-fria" - não ficaram somente no embate ideológico (e no âmbito das ameaças de guerra, sem nunca terem ido "às vias de fato"), mas - isto sim - levaram essas divergências político-culturais para o campo do combate militar (acarretando, assim, grandes problemas às suas respectivas sociedades), como veremos mais adiante...


Isso aconteceu devido à criação de blocos antagônicos (como aconteceu também com os blocos capitalista e socialista, liderados pelos E.U.A. e pela U.R.S.S., respectivamente), sendo que, no caso grego, estes blocos foram: a Liga de Delos (cujo líder era Atenas), e a Liga do Peloponeso (com Esparta na liderança).


Mostrando o que poderia ter acontecido às nações envolvidas na Guerra Fria - caso não tivessem conseguido manter os seus embates meramente no campo das lutas ideológicas - Atenas e Esparta (por terem ido às vias de fato, levando o embate para o campo militar), acabaram por enfraquecerem-se como sociedades, levando as duas ao declínio de suas sociedades (bem como ao declínio da própria Grécia antiga como um todo)...


O que podemos concluir é que, quanto mais se vislumbra a História de forma analítica, mais ela se mostra como efetivamente o é: uma Ciência que existe para que possamos - analisando os fatos históricos da forma mais abrangente possível - aprendermos com os acontecimentos do passado, para que não cometamos, em nosso futuro, os mesmos erros que nossos antepassados cometeram...

E isso, por si só, já denota o tamanho de sua importância para o nosso mundo (e isso ocorrendo cada vez mais, sempre num cenário de curva progressiva)!!...