quarta-feira, 6 de novembro de 2019

Os 40 anos da Revolução Islâmica no Irã (iniciada em 04/11/1979)




Como a maioria dos assuntos relacionados à História dita "não-ocidental", pouco sabemos - e pesquisamos - sobre a chamada Revolução Iraniana de 1979 (que completou, portanto, no último dia 04 de novembro de 2019, os 40 anos de seu início).

Isto posto, será objeto deste artigo, ora apresentado, mostrar um pouco mais do que foi essa revolução e como ela ocorreu, mostrando sua grande importância (tanta é que seus efeitos são sentidos, no Oriente Médio - e, em contrapartida - até mesmo no nosso "mundo ocidental" - até os nossos dias). Vamos a isso...



A região onde hoje fica o Irã - e seu vizinho, o Iraque - fez parte (na Antiguidade), da localidade chamada Mesopotâmia (conhecida também como o "Crescente Fértil", devido sua importância como terras férteis à agricultura). Como praticamente toda a região que hoje chamamos de Oriente Médio, teve um passado cheio de conflitos, conquistas e reconquistas. Fez parte dos seguintes impérios (para citarmos somente alguns): Império Babilônico, Império Egípcio, Império MacedônicoImpério Persa e Império Romano, mostrando como a região sempre teve uma grande importância.




Politicamente, a Revolução Iraniana de 1979 - por meio das armas e das ações militares - depôs uma monarquia autocrática (que era pró-Ocidente, ou seja, alinhada à política capitalista norte-americana), que tinha o Reza Pahlevi como monarca, por uma república islâmica teocrática, onde quem assumiu o poder foi o grande líder religioso islâmico, o aiatolá Ruhollah Khomeini, que acabou por assumir o poder político também.

[Um adendo: os dois (o xá e o aiatolá) - ou seja, Reza Pahlevi e Ruhollah Khomeini - estão presentes na primeira imagem deste artigo, mais acima...]




Algo que é pouco dito é que as diversas vertentes do islamismo brigam pelo poder, dentro das especificidades de cada governo islâmico dentro dos países islâmicos do Oriente Médio. Uns apoiam, outros fazem oposição ferrenha - com o uso de armas, guerrilhas e afins - contra a vertente do islamismo que domina uma determinada região, ou um povo específico.

Isto posto, a oposição à subida ao poder da vertente islâmica que tomou o poder no Irã teve muito apoio dos iranianos - devido em muito ao discurso de ódio e confronto aos Estados Unidos da América - transformando, novamente, a região em um novo barril de pólvora. O ápice disso ocorreu logo no início da Revolução Iraniana de 1979, quando estudantes invadiram a Embaixada dos Estados Unidos da América, ocorrida de novembro de 1979 - e mantida até janeiro de 1981 (tendo durado mais de um ano - 444 dias - e ter mantido sequestrados 52 profissionais diplomáticos norte-americanos). Esse episódio inspirou o filme Argos (de 2012, com direção de Ben Affleck) - baseado nos fatos aqui narrados - onde alguns homens da inteligência e dos serviços secretos se utilizaram da ideia de um filme "hollywoodiano" de ficção científica (que seria rodado nos desertos do Irã), utilizando-se disso para - supostamente após a conclusão do primeiro estágio de produção - terem levado de volta os E.U.A. os diplomatas que haviam - no dia da invasão - fugido para a embaixada do Canadá, concluindo com extremo êxito a extração dos seus alvos do conturbado Irã.



  

E, após os 40 anos do início da Revolução Iraniana de 1979, ela segue firme e forte, e - seguindo os preceitos da própria revolução - continuam afrontando os E.U.A. (e as nações pertencentes à ONU), em tudo o que podem, sendo um bom exemplo disso o próprio programa atômico iraniano, que, mesmo contestado e sendo vítima de embargos comerciais, não fazem arrefecer as pretensões nucleares do Irã. E acaba mantendo o Irã nessa "queda de braço" com o Ocidente (em especial, com os E.U.A.).




Agora é aguardar as cenas dos próximos capítulos para vermos o desenrolar dessa longa História...