Hoje estamos comemorando os 50 anos da conquista da Copa do Mundo de 1970, que ocorreu no México...
[Um adendo: o distintivo acima foi criado logo após a conquista - e a criação da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) - já que até a final da Copa de 1970 a seleção brasileira jogou com o distintivo da antiga CBD (Confederação Brasileira de Desportos), com as duas estrelas do Bi-Campeonato das Copas do Mundo de 1958 e 1962, ganhas na Suécia e no Chile, respectivamente.]
Para tanto, este artigo irá analisar como foi o contexto histórico - do Brasil e do mundo - naquela época, bem como a história da própria campanha da seleção brasileira nesta Copa...
CONTEXTO HISTÓRICO
O Brasil vivia seu período mais obscuro da Ditadura Militar - que havia endurecido totalmente desde o final do ano de 1968, com o decreto do AI-5, inaugurando os Anos de Chumbo - com o general Emílio Garrastazu Médici como presidente e no ápice da campanha "Brasil: Ame-o ou Deixe-o" (campanha ufanista da Ditadura Militar, cuja canção do vídeo que encerrará este artigo - gentilmente cedido pelo YouTube - tão bem exalta), fazendo com que a conquista da Copa de 1970 acabasse fazendo o governo pegar carona no evento (coisa muito recorrente em ditaduras), e como demonstra a foto de Médici com jogadores da seleção brasileira (imagem que encerra esse artigo).
Já no mundo, este último ano da década de 1960 mantinha o embate da Guerra Fria - com a Guerra do Vietnã em seu momento mais sangrento - a economia mundial caminhando para a futura Crise do Petróleo (cujo auge acontecerá em 1973), e a Europa seguia a "dança" da Guerra Fria, dividida pela "Cortina de Ferro" entre Europa Ocidental e Europa Oriental, e entre capitalista e socialista...
A SELEÇÃO BRASILEIRA NA COPA DO MUNDO DE 1970 (MÉXICO 70)
A história da campanha da conquista da Copa do Mundo de 1970, no México, foi ímpar em vários sentidos. Em primeiro lugar há o fato - pouco falado nos dias de hoje - da seleção ter saído do Brasil desacreditada. Isso ocorreu, basicamente, por dois motivos: primeiro, devido ao fiasco da última Copa do Mundo - a de 1966, na Inglaterra - em cuja participação brasileira foi considerada muito aquém do esperado (mesmo com a presença de Pelé, que foi muito "caçado" em campo) - e isso tendo-se em vista o fato do Brasil ter sido Bi-Campeão nas duas Copas anteriores (Campeão na Copa do Mundo de 1958, na Suécia, e Bi-Campeão na Copa do Mundo de 1962, no Chile), porém, talvez ainda devido aos receios advindos da fatídica Copa do Mundo de 1950, no próprio Brasil, o medo era maior que a confiança; já o segundo motivo era o fato do técnico da seleção - o jornalista esportivo João Saldanha - ter sido demitido pouco antes da seleção seguir viagem rumo ao México, ficando em seu lugar o técnico Zagallo (ex-jogador da seleção, que, com isso, fez uma carreira extensa na história da seleção, já que é o único "Penta-Campeão" real, uma vez que foi campeão como jogador, nas Copas do Mundo de 1958 e 1962, como técnico, na Copa do Mundo de 1970, e como coordenador-técnico, nas futuras conquistas das Copas do Mundo de 1994 e de 2002, nos Estados Unidos da América e no Japão e na Coreia do Sul, respectivamente, do Tetra-Campeonato, e do próprio Penta-Campeonato - e de novo, respectivamente), e isso tudo acontecendo frente à uma grande polêmica sobre a troca de Saldanha por Zagallo, com rumores que atingiram até o Palácio do Planalto (com suspeitas de que essa troca foi exigida pelo próprio presidente Médici, coisa que nunca foi comprovada de fato).
Agora, fato é que, mesmo desacreditada, a seleção brasileira foi fazendo sua parte, para que esta Copa do Mundo - a última em que Pelé jogaria - fosse bem diferente da Copa do Mundo da Inglaterra (considerada um vexame, uma vez que a seleção brasileira foi eliminada ainda na primeira fase dessa Copa). E, para início de conversa, a seleção brasileira foi a primeira a chegar ao México, visando uma melhor preparação (tendo usado, para isso, muitos novos estilos de treinamento, do - então novo - "Teste de Cooper", até o uso de técnicas que a NASA utilizava nos treinamentos de seus astronautas).
A Copa do Mundo de 1970 ocorreu no México - ela se iniciou em 31 de maio, e foi até o dia 21 de junho de 1970 (dia da final da Copa) - e a seleção brasileira fez 6 jogos (com 6 vitórias, tendo conquistado a Copa, portanto, de forma invicta).
Escalação do time titular da seleção brasileira da Copa do Mundo de 1970 (no México):
1- Félix (goleiro)
2- Brito (zagueiro)
3- Piazza (zagueiro)
4- Carlos Alberto Torres (lateral direito e CAPITÃO)
5- Clodoaldo (volante)
7- Jairzinho (ponta direita)
8- Gérson (meio de campo)
9- Tostão (centroavante)
10- Pelé (atacante)
11- Rivellino (meio de campo e ponta esquerda)
16- Everaldo (lateral esquerdo)
Técnico: Mário Jorge Lobo Zagallo
A seleção brasileira fazia parte do Grupo 3 (de 4 Grupos existentes), e os três jogos dessa primeira fase foram: 1°- Brasil 4 x 1 Tchecoslováquia; 2.°- Brasil 1 x 0 Inglaterra; e Brasil 3 x 2 Romênia. Os classificados desse grupo foram: Brasil (1°) e Inglaterra (2°). Nas Quartas de Final o jogo foi: Brasil 4 x 2 Peru. A Semi Final foi um espetáculo à parte, já que a briga ficou entre 4 seleções campeãs: no primeiro jogo, a seleção brasileira (então Bi-Campeã), teve de enfrentar o Uruguai (também Bi-Campeão, e o bicho-papão do Brasil, uma vez que foi o algoz da nossa seleção na fatídica - e já citada - final da Copa do Mundo de 1950, no Brasil); mas a seleção brasileira fez sua "lição de casa", não dando margem a antigos medos, e, mesmo começando o jogo tomando um gol, colocou a cabeça no lugar, e venceu de virada, com o placar de: Brasil 3 x 1 Uruguai (acabando com um tabu de 20 anos). E, na segunda Semi Final, o jogo foi espetacular, entre a Itália (então Bi-Campeã), e a Alemanha Ocidental (então Campeã), e foi um dos jogos mais emocionantes da Copa, tendo terminado o tempo normal com o placar de 1 x 1, e sendo que, na prorrogação, mais 5 gols foram marcados. Placar final: Itália 4 x 3 Alemanha Ocidental. O terceiro lugar foi: Uruguai 1 x 0 Alemanha Ocidental. Já na grande Final, a seleção brasileira deu um outro show. Placar final: Brasil 4 x 1 Itália.
No final da competição - e até hoje - a seleção brasileira de 1970 entrou pra história das Copas - e do Esporte - como uma das melhores de todos os tempos (já que foi a primeira seleção à conquistar um Tri-Campeonato, ficando, assim, em definitivo, com a tão sonhada - e disputada - "Taça Jules Rimet"), tendo mesmo inaugurado um novo tipo de tática futebolística (tão inovadora que influencia o futebol mundial até os nossos dias). Outro ponto muito importante: essa Copa do Mundo foi, realmente, a última Copa de Pelé. E ele soube aproveitar a sua última chance, tendo sido um dos melhores jogadores da competição (tendo marcado gols maravilhosos, bem como tendo participado de jogadas memoráveis, tais como os dois gols que ele NÃO conseguiu marcar (um chute do meio de campo - que, caprichosamente, não entrou), e uma jogada linda - um "drible da vaca" no goleiro, com um chute que, infelizmente, também não entrou - no jogo da Semi Final, contra a seleção uruguaia. Também é digno de nota a defesa, feita pelo goleiro Gordon Banks, da seleção inglesa (que é considerada, até hoje, a maior defesa da história do futebol, dado o grau de dificuldade da mesma, já que foi um cabeceio de Pelé, à queima-roupa, e de cima para baixo).
Por tudo isso, a Copa do Mundo de 1970, no México, é considerada uma das maiores copas de todos os tempos. E, para que os leitores fiquem mais por dentro da história das Copas - e do próprio futebol - segue o link abaixo (apresentando um outro artigo - "A História do Futebol" - também pertencente ao acervo do blog "Histérica História"):
A História do Futebol
E para terminarmos em grande estilo - e conforme dito mais acima - assistam a seguir um vídeo (gentilmente cedido pelo canal "FaBarBosa2009", do YouTube), com todos os gols (de todos os 6 jogos da seleção brasileira), tanto do Brasil quanto de seus adversários, nestes mesmos jogos. Clique no link e curta muito...
Espero que tenham gostado desse artigo, que se prestou a fazer uma pequena homenagem à esta "seleção de ouro" (das melhores que já existiram)...
[Um adendo: o distintivo acima foi criado logo após a conquista - e a criação da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) - já que até a final da Copa de 1970 a seleção brasileira jogou com o distintivo da antiga CBD (Confederação Brasileira de Desportos), com as duas estrelas do Bi-Campeonato das Copas do Mundo de 1958 e 1962, ganhas na Suécia e no Chile, respectivamente.]
Para tanto, este artigo irá analisar como foi o contexto histórico - do Brasil e do mundo - naquela época, bem como a história da própria campanha da seleção brasileira nesta Copa...
CONTEXTO HISTÓRICO
O Brasil vivia seu período mais obscuro da Ditadura Militar - que havia endurecido totalmente desde o final do ano de 1968, com o decreto do AI-5, inaugurando os Anos de Chumbo - com o general Emílio Garrastazu Médici como presidente e no ápice da campanha "Brasil: Ame-o ou Deixe-o" (campanha ufanista da Ditadura Militar, cuja canção do vídeo que encerrará este artigo - gentilmente cedido pelo YouTube - tão bem exalta), fazendo com que a conquista da Copa de 1970 acabasse fazendo o governo pegar carona no evento (coisa muito recorrente em ditaduras), e como demonstra a foto de Médici com jogadores da seleção brasileira (imagem que encerra esse artigo).
Já no mundo, este último ano da década de 1960 mantinha o embate da Guerra Fria - com a Guerra do Vietnã em seu momento mais sangrento - a economia mundial caminhando para a futura Crise do Petróleo (cujo auge acontecerá em 1973), e a Europa seguia a "dança" da Guerra Fria, dividida pela "Cortina de Ferro" entre Europa Ocidental e Europa Oriental, e entre capitalista e socialista...
A SELEÇÃO BRASILEIRA NA COPA DO MUNDO DE 1970 (MÉXICO 70)
A história da campanha da conquista da Copa do Mundo de 1970, no México, foi ímpar em vários sentidos. Em primeiro lugar há o fato - pouco falado nos dias de hoje - da seleção ter saído do Brasil desacreditada. Isso ocorreu, basicamente, por dois motivos: primeiro, devido ao fiasco da última Copa do Mundo - a de 1966, na Inglaterra - em cuja participação brasileira foi considerada muito aquém do esperado (mesmo com a presença de Pelé, que foi muito "caçado" em campo) - e isso tendo-se em vista o fato do Brasil ter sido Bi-Campeão nas duas Copas anteriores (Campeão na Copa do Mundo de 1958, na Suécia, e Bi-Campeão na Copa do Mundo de 1962, no Chile), porém, talvez ainda devido aos receios advindos da fatídica Copa do Mundo de 1950, no próprio Brasil, o medo era maior que a confiança; já o segundo motivo era o fato do técnico da seleção - o jornalista esportivo João Saldanha - ter sido demitido pouco antes da seleção seguir viagem rumo ao México, ficando em seu lugar o técnico Zagallo (ex-jogador da seleção, que, com isso, fez uma carreira extensa na história da seleção, já que é o único "Penta-Campeão" real, uma vez que foi campeão como jogador, nas Copas do Mundo de 1958 e 1962, como técnico, na Copa do Mundo de 1970, e como coordenador-técnico, nas futuras conquistas das Copas do Mundo de 1994 e de 2002, nos Estados Unidos da América e no Japão e na Coreia do Sul, respectivamente, do Tetra-Campeonato, e do próprio Penta-Campeonato - e de novo, respectivamente), e isso tudo acontecendo frente à uma grande polêmica sobre a troca de Saldanha por Zagallo, com rumores que atingiram até o Palácio do Planalto (com suspeitas de que essa troca foi exigida pelo próprio presidente Médici, coisa que nunca foi comprovada de fato).
Agora, fato é que, mesmo desacreditada, a seleção brasileira foi fazendo sua parte, para que esta Copa do Mundo - a última em que Pelé jogaria - fosse bem diferente da Copa do Mundo da Inglaterra (considerada um vexame, uma vez que a seleção brasileira foi eliminada ainda na primeira fase dessa Copa). E, para início de conversa, a seleção brasileira foi a primeira a chegar ao México, visando uma melhor preparação (tendo usado, para isso, muitos novos estilos de treinamento, do - então novo - "Teste de Cooper", até o uso de técnicas que a NASA utilizava nos treinamentos de seus astronautas).
A Copa do Mundo de 1970 ocorreu no México - ela se iniciou em 31 de maio, e foi até o dia 21 de junho de 1970 (dia da final da Copa) - e a seleção brasileira fez 6 jogos (com 6 vitórias, tendo conquistado a Copa, portanto, de forma invicta).
Escalação do time titular da seleção brasileira da Copa do Mundo de 1970 (no México):
1- Félix (goleiro)
2- Brito (zagueiro)
3- Piazza (zagueiro)
4- Carlos Alberto Torres (lateral direito e CAPITÃO)
5- Clodoaldo (volante)
7- Jairzinho (ponta direita)
8- Gérson (meio de campo)
9- Tostão (centroavante)
10- Pelé (atacante)
11- Rivellino (meio de campo e ponta esquerda)
16- Everaldo (lateral esquerdo)
Técnico: Mário Jorge Lobo Zagallo
A seleção brasileira fazia parte do Grupo 3 (de 4 Grupos existentes), e os três jogos dessa primeira fase foram: 1°- Brasil 4 x 1 Tchecoslováquia; 2.°- Brasil 1 x 0 Inglaterra; e Brasil 3 x 2 Romênia. Os classificados desse grupo foram: Brasil (1°) e Inglaterra (2°). Nas Quartas de Final o jogo foi: Brasil 4 x 2 Peru. A Semi Final foi um espetáculo à parte, já que a briga ficou entre 4 seleções campeãs: no primeiro jogo, a seleção brasileira (então Bi-Campeã), teve de enfrentar o Uruguai (também Bi-Campeão, e o bicho-papão do Brasil, uma vez que foi o algoz da nossa seleção na fatídica - e já citada - final da Copa do Mundo de 1950, no Brasil); mas a seleção brasileira fez sua "lição de casa", não dando margem a antigos medos, e, mesmo começando o jogo tomando um gol, colocou a cabeça no lugar, e venceu de virada, com o placar de: Brasil 3 x 1 Uruguai (acabando com um tabu de 20 anos). E, na segunda Semi Final, o jogo foi espetacular, entre a Itália (então Bi-Campeã), e a Alemanha Ocidental (então Campeã), e foi um dos jogos mais emocionantes da Copa, tendo terminado o tempo normal com o placar de 1 x 1, e sendo que, na prorrogação, mais 5 gols foram marcados. Placar final: Itália 4 x 3 Alemanha Ocidental. O terceiro lugar foi: Uruguai 1 x 0 Alemanha Ocidental. Já na grande Final, a seleção brasileira deu um outro show. Placar final: Brasil 4 x 1 Itália.
No final da competição - e até hoje - a seleção brasileira de 1970 entrou pra história das Copas - e do Esporte - como uma das melhores de todos os tempos (já que foi a primeira seleção à conquistar um Tri-Campeonato, ficando, assim, em definitivo, com a tão sonhada - e disputada - "Taça Jules Rimet"), tendo mesmo inaugurado um novo tipo de tática futebolística (tão inovadora que influencia o futebol mundial até os nossos dias). Outro ponto muito importante: essa Copa do Mundo foi, realmente, a última Copa de Pelé. E ele soube aproveitar a sua última chance, tendo sido um dos melhores jogadores da competição (tendo marcado gols maravilhosos, bem como tendo participado de jogadas memoráveis, tais como os dois gols que ele NÃO conseguiu marcar (um chute do meio de campo - que, caprichosamente, não entrou), e uma jogada linda - um "drible da vaca" no goleiro, com um chute que, infelizmente, também não entrou - no jogo da Semi Final, contra a seleção uruguaia. Também é digno de nota a defesa, feita pelo goleiro Gordon Banks, da seleção inglesa (que é considerada, até hoje, a maior defesa da história do futebol, dado o grau de dificuldade da mesma, já que foi um cabeceio de Pelé, à queima-roupa, e de cima para baixo).
Por tudo isso, a Copa do Mundo de 1970, no México, é considerada uma das maiores copas de todos os tempos. E, para que os leitores fiquem mais por dentro da história das Copas - e do próprio futebol - segue o link abaixo (apresentando um outro artigo - "A História do Futebol" - também pertencente ao acervo do blog "Histérica História"):
A História do Futebol
E para terminarmos em grande estilo - e conforme dito mais acima - assistam a seguir um vídeo (gentilmente cedido pelo canal "FaBarBosa2009", do YouTube), com todos os gols (de todos os 6 jogos da seleção brasileira), tanto do Brasil quanto de seus adversários, nestes mesmos jogos. Clique no link e curta muito...
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