quinta-feira, 11 de julho de 2013

A "guerra" do refrigerante





Até certo ponto podemos considerar o Guaraná Jesus como um refrigerante "símbolo" da resistência do povo do Maranhão ao imperialismo norte-americano. Explico: o refrigerante - criado em 1927, por Jesus Norberto Gomes, em um pequeno laboratório de São Luís, já com sua 'psicodélica' cor pink - foi adquirido pela toda poderosa Coca-Cola, em 2001. Sendo assim, a empresa teve a intenção de fazer mudanças no produto - na fórmula, cor, ou mesmo acabar com o 'provinciano' "refrigereco" - coisa que fustigou a ira dos maranhenses, que eram totalmente contra qualquer mudança em seu guaraná. Resultado: a Coca-Cola teve de aquiescer, mantendo o Guaraná Jesus como sempre havia sido, tendo, inclusive, utilizado com muito sucesso, a própria embalagem do produto - única coisa que teve o "consentimento" dos maranhenses pra se efetuar mudanças, em 2008 - resultando numa nova embalagem que remete tanto a inusitada cor do refrigerante, quanto aos azulejos portugueses encontrados em boa parte das construções históricas do centro de São Luís.
Porém, por trás disso tudo, há o "capitalismo selvagem" de uma empresa líder mundial no seguimento de refrigerantes "engolindo" as pequenas fábricas para - muitas vezes - simplesmente comprar essas empresas com o intuito de acabar com seus produtos, visando que tão somente a Coca-Cola e seus produtos continuem a existir. Daí o "símbolo de resistência" que o Guaraná Jesus se tornou (além de um dos símbolos do Maranhão, que sempre foi); por outro lado isso teve um preço: o produto só existe no Maranhão e, se havia algum plano de se vender o produto em outros estados do Brasil - ou mesmo de exportá-lo - isso foi 'sepultado' pela Coca-Cola, que tem a intenção de manter o produto tão somente no estado do Maranhão. Seria medo da concorrência? Afinal de contas, concorrer com Jesus não é fácil, não é mesmo? Que o diga a resistência maranhense!...

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