Nas mensagens acima vemos votos de um Feliz Natal, algo muito comum nesta época do ano, não é mesmo? Mas, de onde veio essa tradição?? Será, tão somente, da tradição religiosa da Igreja Católica Apostólica Romana???
Bom, como toda festa que é muito antiga - e que tenha um forte cunho religioso, como é o caso - sempre acaba sendo extremamente difícil precisar como é que ela se iniciou, e de que maneira a comemoração do Natal tornou-se o que é hoje. E é exatamente isso que tentaremos fazer neste artigo - tanto para conhecermos o seu princípio, quanto para entendermos muitas de suas tradições!! Vamos a ele, então...
O Natal tem em nossos dias os auspícios de ser uma festa católica - já que se trata da festa do nascimento de Jesus Cristo, o filho de Deus que veio à Terra para nos salvar de nossos pecados. Porém, ao analisarmos a gênese dessa festa acabamos por ver que ela é, na realidade, um amálgama de outras festas (e de outras tradições), como poderemos ver nesse artigo.
Isso se deve ao fato de que, como muitas outras religiões, os cristãos se utilizaram de tradições já existentes antes do cristianismo, para assim, facilitar a compreensão dos novos convertidos (em sua maioria, antigos pagãos que faziam parte do enorme território do Império Romano). E, como quando o Natal começou a ser comemorado não se tinha uma real ideia de quando - exatamente - havia nascido Jesus Cristo, esses primeiros cristãos e seus líderes acabaram por estipular algum dia próximo ao do "Solstício de Inverno" (cuja data é lembrada em todo dia 21/12, em todo o hemisfério norte). Devido sua importância no calendário - e na vida de todos (uma vez que era primordial para a agricultura, essencial para esses povos antigos) - já era, desde há muito tempo, um momento de festividades para os próprios romanos, sendo esse período conhecido por estes como as "Saturnais", já sendo, àquela época, uma festa de grande confraternização (e onde até mesmo trocas de presentes eram comuns)...
E, seguindo mais para trás na História, descobrimos que o Natal tem suas reais origens em povos bem mais antigos que os tão civilizados romanos (uma vez que as comemorações do "Solstício de Inverno" já faziam parte dos calendários festivos de povos tão díspares quanto os bárbaros celtas e germânicos, os povos que erigiram as construções de Stonehenge, nas atuais ilhas britânicas, e, até mesmo, por povos indígenas do atual território dos Estados Unidos da América.
Isto feito, pelos romanos - após tornarem-se cristãos - o Natal acabou sendo estipulado como tendo ocorrido numa data próxima à do "Solstício de Inverno", por mera comodidade (bem como pela facilidade que isto trazia na hora da conversão de mais e mais pagãos ao cristianismo)...
E, com o tempo, mais tradições foram sendo criadas, inseridas ou alteradas, com o intuito de tornar o Natal mais aprazível e identificável por estes novos cristãos. E é o que veremos à seguir...
A Árvore de Natal, por exemplo: sua tradição também remonta ao período pagão (ou seja, pré-cristão), uma vez que os povos europeus antigos - essencialmente formado por agricultores - já tinham essa tradição, uma vez que, para eles, ter um pinheiro dentro de casa era considerado muito bom, pois trazia bons agouros para a casa e para toda a família que nela habitava. E, com o tempo, eles foram decorando essas árvores para deixá-las mais aprazível à família e aos que à visitavam (para as festividades do "Solstício de Inverno"). Incluir essa tradição - e ligá-la às novas tradições advindas do Natal - foi só uma questão de tempo...
Já com relação à "grande estrela" do nosso atual Natal, ou seja, ao Papai Noel, este tem sua história ligada em partes à tradição católica, em partes à tradições não tão religiosas assim. Afinal, a figura que deu origem ao "bom velhinho" foi a de um bispo da região da atual Turquia - chamado Nicolau (sendo, depois, canonizado, tornando-se conhecido por "São Nicolau"). Diz a lenda que ele era extremamente bondoso e que, na noite de Natal, ele saía pelas imediações de sua residência episcopal, distribuindo presentes (e mesmo dinheiro), às famílias mais pobres de sua congregação (isso lá nos idos de 280 d.C.). Com o tempo, essa figura foi se metamorfoseando num ser mítico, que morava no Pólo Norte (mais especificamente na região da Lapônia, na atual Finlândia), e que passava o ano todo junto aos seus ajudantes (seus fiéis duendes), que fabricavam muitos e muitos brinquedos, e sendo que estes seriam entregues às crianças do mundo todo na noite de Natal.
E, já com relação à sua indefectível indumentária vermelha, uma das lendas (esta relacionada aos primeiros momentos da Revolução Industrial), diz que seu visual foi criado por uma ainda então pequena empresa que começou a usá-lo como "garoto-propaganda" de seu principal produto no tempo do Natal. Estamos falando da empresa Coca-Cola (criada em 1886), e de seu Papai Noel, que, desde que suas propagandas começaram a ser veiculadas (e repetidas à exaustão, em todos os Natais desde então), acabaram por dar a atual configuração do nosso Papai Noel (com suas roupas vermelhas, sua cara de bonachão e as suas atitudes bondosas). Verdade ou não (já que há controvérsias quanto à essa história), a figura do Papai Noel foi ficando cada vez mais indissolúvel em relação ao Natal.
Agora, com relação à outra das grandes tradições natalinas (esta bem ligada à questão da religião católica), a da montagem de presépios, diz a lenda que o primeiro a montar esta pequena representação de como teria sido o primeiro Natal, foi São Francisco de Assis, que, em 1223, criou uma representação da cena do nascimento de Jesus Cristo (sendo que este primeiro presépio foi, na verdade, um "presépio vivo"). Com o tempo, artesãos de várias localidades foram criando as suas próprias representações, com o uso de imagens - grandes ou pequenas - transformando a criação e a montagem dos presépios em uma arte (e em outra das tradições de Natal).
Espero ter conseguido dar uma nova luz à como foram sendo criadas as tradições de Natal, existentes em nossos dias, ainda mais se tivermos em conta que elas são tão ou mais antigas que o próprio cristianismo...
E, pra não fugirmos às mesmas tradições aqui apresentadas, desejo a todos um Feliz Natal!! E até 2018, com novos artigos e muitas novidades em nosso blog. São estes os sinceros votos deste que vos escreve...
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