No dia de hoje, 24 de outubro de 2019, estamos nos lembrando de um dos maiores desastres econômicos ocorridos na economia norte-americana - e, consequentemente, no mundo de então - que foi a chamada "Queda da Bolsa de Valores de Nova York", acontecida no dia 24 de outubro de 1929 (data que ficou, desde então, conhecida como a "Quinta-Feira Negra").
As formas como os Estados Unidos da América - e, no dominó que se seguiu, o restante do mundo - chegou a este caos econômico-financeiro têm raízes no período da Grande Guerra (e, em especial, nos chamados "Loucos Anos 1920"). Isso ocorreu devido ao "boom" econômico gerado pelo fato dos E.U.A. não terem se envolvido no que se conheceria, num futuro não tão distante, como Primeira Guerra Mundial de forma direta - ao menos até bem próximo de seu final, em fins de 1917 - mas sim de uma maneira muito mais "econômico-industrial" do que propriamente "bélico-militar", coisa que trouxe inúmeras benesses à economia norte-americana. E, já com o fim da guerra, a produção industrial norte-americana voltou-se para a economia civil, voltando a produzir bens de consumo para a sua economia emergente e em pleno crescimento...
Porém, no decorrer dos "Anos 1920", a tão pungente economia norte-americana foi dando mostras de que já não era, assim, tão poderosa como outrora. O crédito explodiu, o que poderia ser um bom sinal - caso o desemprego (principalmente nas indústrias), não começasse a aumentar de forma alarmante, sendo o seu principal motivo o fato da indústria do pós-guerra não ter mais a necessidade de tantos braços como no período da guerra, gerando um desemprego como a muito não se via...
Esse desemprego, que veio seguido de uma enorme inadimplência no comércio - que, por sua vez, tornou os comerciantes inadimplentes para com os fabricantes dos produtos vendidos pelos primeiros a estes últimos - fazendo da crise econômica um imenso dominó.
Visando minimizar os efeitos da crise econômica - que já estava ganhando o nome pelo qual acabou ficando conhecida: "Grande Depressão" - e, a longo prazo (essa depressão durou praticamente todos os "Anos 1930"), sanar e derrotar de vez a horrenda estagnação que a crise gerou, o presidente Franklin Delano Roosevelt lança uma série de medidas que ficam conhecidas como o "New Deal". Elas eram uma série de investimentos em grandes projetos de infraestrutura, tais como portos, estradas, represas, etc..., com o intuito de utilizar a grande mão-de-obra disponível - já que sem empregos convencionais - para melhorar ainda mais as estruturas dos E.U.A., evitando, assim, uma recessão muito mais duradoura.
E, complementando e maximizando ainda mais a crise - que já não era pequena - aconteceu uma espécie de "crise dentro da Crise", que foi a extrema inadimplência de hipotecas imobiliárias - atingindo desde casas de subúrbio até fazendas (sendo que estas últimas tiveram o agravante de grandes reveses da natureza, como o empobrecimento do solo em localidades como o Centro-Oeste dos Estados Unidos da América, que se tornaram improdutivas "da noite para o dia"), fazendo com que perdessem o valor com igual velocidade...
Como consequência direta dos problemas imobiliários - decorrente dos calotes nas hipotecas - muitos norte-americanos se viram sem suas casas, havendo, assim, uma explosão de moradias rústicas e sem o mínimo de infraestrutura e conforto - o que conhecemos tão bem como "favelas" (muito comuns durante a década de 1930, durante toda a "Grande Depressão").
A longo prazo as medidas do "New Deal" de Roosevelt acabaram por, no mínimo, aplacar - em partes - as agruras da "Grande Depressão", porém, somente depois da eclosão da Segunda Guerra Mundial - em 1939 - e, principalmente, após a entrada dos Estados Unidos da América no conflito - em fins de 1941 - é que a crise realmente foi debelada e vencida.
Devido, em muito, ao seu caráter de primeira grande crise capitalista do século XX, é que muito ainda se aprende com a "Crise da Queda da Bolsa de Valores de Nova York", sendo que muitos mecanismos hoje usados para evitar-se um novo colapso dessa magnitude, foram criados e aprendidos com as lições aprendidas com este evento.
Outra coisa muito digna de nota: foi essa crise - entendida, principalmente na Europa, não só como uma crise capitalista, mas também como uma crise da própria democracia liberal - que acabou por dar margem à subida ao poder de governos totalitários europeus (cujos expoentes podem ser considerados: o Fascismo, de Benito Mussolini, na Itália; e o Nazismo, de Adolf Hitler, na Alemanha), sendo que, num período de não mais do que duas décadas, levaria o mundo a sua mais sangrenta guerra: a Segunda Guerra Mundial.
[Um adendo: para entender melhor a principal consequência da "Crise da Queda da Bolsa de Valores de Nova York", favor acessar o link abaixo, com outro artigo deste blog "Histérica História" sobre o tema da Segunda Guerra Mundial.]
Uma narrativa da Segunda Guerra Mundial
[Um adendo: para entender melhor a principal consequência da "Crise da Queda da Bolsa de Valores de Nova York", favor acessar o link abaixo, com outro artigo deste blog "Histérica História" sobre o tema da Segunda Guerra Mundial.]
Uma narrativa da Segunda Guerra Mundial
Mas aí, como o link acima mostrará, já é outra história, não é mesmo?...
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