quinta-feira, 23 de novembro de 2017

Os 40 anos do Punk Rock

Há pouco mais de 40 anos atrás - mais precisamente em 28 de outubro de 1977 - foi lançado o álbum seminal do movimento Punk Rock. Estamos falando de "Never Mind the Bollocks", disco de estréia da banda punk Sex Pistols.

[Abaixo, a capa do disco que foi citado acima.]


O Sex Pistols é considerado como o primeiro grupo de punk rock do mundo, e é uma das mais cultuadas bandas da história do punk. Sendo assim, o lançamento de seu primeiro disco - e único, já que foi somente este LP que foi gravado em estúdio - é considerado como o pontapé inicial do próprio movimento punk. Os shows do Sex Pistols eram selvagens e psicóticos, com a banda destruindo o palco - literal e figurativamente - e seu vocalista, o cantor John Lydon (a época chamado de "Johnny Rotten", algo como "Joãozinho Podre", numa livre tradução), tinha os dentes podres, um visual pra lá de desleixado (a semente do visual punk, com calças rasgadas, camisetas sem mangas e rasgadas e coturnos pretos nos pés), e, não raro, cortava os lábios com latas e garrafas de cerveja lançadas ao palco pelo público (que também não era lá dos mais calmos, é bom que se diga).


A banda Sex Pistols foi formada em 1975, e tinha Johnny Rotten nos vocais (como já vimos), Steve Jones nas guitarras, Paul Cook na bateria e Glen Matlock no baixo (depois, pouco antes do lançamento do disco, este este último foi trocado pelo baixista Sid Vicius). Também é importantíssimo na história dessa banda o seu empresário, Malcolm McLaren, que era considerado como o "quinto integrante" da banda, responsável pela boa divulgação, por shows antológicos (e recheados de problemas, tais como "quebra-quebras" e brigas fenomenais), bem como também pelo batismo da banda (já que foi ele quem deu o nome de Sex Pistols à banda que começava a empresariar, devido mesmo ao nome de uma loja, da qual era dono - que inicialmente se chamava "Too Fast to Live, Too Young to Die" - mas que, pouco antes de McLaren se envolver com a banda, havia tido o seu nome mudado para, simplesmente, "Sex").

[Acima, foto de um dos primeiros shows do Sex Pistols.]


Após este início, várias bandas de punk foram aparecendo - tais como os também ingleses The Clash e os norte-americanos do Ramones - mas o Sex Pistols sempre teve - apesar de sua curta história (a banda não durou nem um ano, tendo terminado já no início de 1978) - a preferência de muitos (inclusive deste que vos escreve), em muito devido aos hits de seu único LP (em especial das ótimas músicas "God Save the Queen" e "Anarchy in U.K.").

[Acima, o Sex Pistols bem no início da banda, poucos depois do lançamento de "Never Mind the Bollocks".]

-.- X -.-

O Sex Pistols acabou disseminando pelo mundo a cultura punk, e no Brasil não foi diferente. Por aqui também várias bandas foram aparecendo, sendo que a  banda que é considerada a primeira do punk brasileiro é a Restos de Nada. Depois vieram outras, tais como: Inocentes, Replicantes, Garotos Podres e Ratos de Porão (para ficarmos somente com as mais conhecidas).

[Na foto abaixo, a banda Restos de Nada.]


Outros meios culturais também ajudaram a divulgar a cultura punk no Brasil, e, das várias fontes (durante os Anos 1980), uma bastante forte foram os quadrinhos da revista "Chiclete com Banana", do cartunista paulistano Angeli, com seu emblemático personagem Bob Cuspe, um sucesso estrondoso...

[Abaixo, o personagem Bob Cuspe, de Angeli, da revista "Chiclete com Banana".]


Porém, como todos os movimentos culturais - e musicais - bastante inovadores e inusitados, o punk perdeu sua força (no mundo e no Brasil), durante as décadas de 1990 e de 2000, e acabou sendo englobado pela mídia e por outros tipos de nuances sociais (tais como a moda, por exemplo).

[Abaixo, foto de moda onde se mostra calças rasgadas, uma herança da moda punk de fins dos Anos 1970.]


Mas também há um adendo que pode dar esperança aos punks de plantão: como muitos movimentos culturais do passado, o punk está sendo reavivado, revisitado e revigorado nos Anos 2010 (como muitos outros, neste mundo cada vez mais globalizado, o punk vai sendo "bebido" como fonte para algo novo, bem como também de uma revisão dos bons movimentos do passado). E isso é uma boa notícia, afinal, o que é bom não pode - e não deve - morrer. Nunca!!!

[Abaixo, punks em uma manifestação política - nos Anos 1980 - coisa que vemos bastante também nos dias de hoje, sendo que alguns são - e muitos acabam sendo confundidos como - do movimento dos "Black Blocks".] 


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