O Feudalismo era o sistema econômico – e, por extensão,
também o político – que vigorou na primeira metade da Idade Média (em toda a
Europa). Nesse momento o parâmetro de riqueza, de posses, se pautava em se ter
terras (vindo daí o próprio nome do sistema, já que o nome vem de “feudo”, que
era o nome dado às terras de alguém, o que chamaríamos hoje de “fazenda” ou
“sítio”, dependendo do tamanho que tenham).
Ele se iniciou sob a pressão das Invasões Bárbaras que
levaram à Queda de Roma – e o esfacelamento do próprio Império Romano do
Ocidente – quando as pessoas das cidades, com medo dessas invasões, fugiram
para o campo buscando refúgio em áreas que começaram a ser dominadas por um
novo personagem: o Senhor Feudal.
Ele era como um rei em seus domínios, erigindo castelos e
dividindo suas terras para si e “arredando-as” aos seus muitos e muitos Servos
(que era quem realmente tocava os trabalhos nos feudos e não tinham – nem nunca
teriam – a posse dos mesmos), sendo eles como que parte da propriedade (era uma
quase escravidão, sendo este regime chamado de “servidão”). Outra figura
importante desse período – e do imaginário da época – era a dos Cavaleiros, que
prestavam serviços de segurança aos Senhores Feudais, instituindo a relação de
“Vassalagem” (explicando: os Cavaleiros tinham um Senhor Feudal como
“suserano”, tornando-se “vassalos” destes primeiros), fazendo com que também a
segurança dos feudos passasse pelo crivo dos grandes Senhores Feudais.
Outro ponto importante era o caráter isolacionista dos
feudos, uma vez que eles eram extremamente auto-suficientes, fazendo todo o
necessário para o seu funcionamento dentro de suas muralhas (ou ao lado delas,
onde ferreiros, comerciantes e outros profissionais trabalhavam também para os
feudos, tendo uma vida bem melhor que a dos servos, comparativamente), coisa
que originou muitas cidades europeias. Este isolacionismo todo era parte da
segurança do próprio feudo (onde pessoas não conhecidas não eram bem vindas
nunca).
A Idade Média durou por volta de 1000 anos e, durante mais ou
menos metade deste tempo, vigorou o Feudalismo, um sistema econômico que levou
até mesmo a mudanças políticas (uma vez que isso trouxe uma grande
descentralização de poder na Europa, onde os reis de fato mandavam pouco – ou
nada – em detrimento do poder que os senhores feudais tinham dentro de seus
domínios – o que os tornava os reis de fato). Outra instituição que tinha
plenos poderes nesse momento era a Igreja Católica Apostólica Romana, que dava
o seu aval ao próprio Feudalismo (levando os servos a o entenderem como um
desígnio do próprio Deus), ajudavam na defesa dos poderes dos senhores feudais
(dando uma mítica quase religiosa à origem desses poderes), transformando os
papas detentores de grande poder secular (o poder terreno, em detrimento do
poder religioso que já detinham).
E, no decorrer dos mais ou menos 500 anos seguintes dessa
mesma Idade Média, o que se viu foi o desmanche desse sistema econômico,
decorrentes dos chamados “Renascimentos Medievais” (como o Comercial – quando o
comércio renasceu com força para findar o isolacionismo feudal – o Urbano –
quando as cidades foram renascendo, com um êxodo no sentido campo-cidade dessa
vez – o Científico – quando a Igreja vai perdendo força para a Ciência, que
começa a ganhar terreno – e o Cultural – com mudanças de costume decorrentes
das outras mudanças anteriores), levando o mundo às grandes alterações que a
Idade Moderna iria trazer...